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CAUSALIDADE E OPERAÇÕES EM PIAGET

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Por:   •  22/8/2014  •  2.325 Palavras (10 Páginas)  •  1.345 Visualizações

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Artigo: CAUSALIDADE E OPERAÇÕES EM PIAGET (Ciência e Filosofia. São Paulo: USP, v. 1, n. 1, p. 73 – 85, 1979) de Zélia Ramozzi-Chiarottino Livre-docente da Universidade de São Paulo.

Uma das dificuldades da obra de Piaget está em superar (separar) o conhecimento do mundo físico (concreto) das operações lógico-matemáticas que são abstratas.

A primeira condição para resolver esse problema é entendermos a função que desempenha o poder construtivo interno (e não externo) da ação e das suas ações que a prolongam.

A hipótese de Piaget é a de que por meio das ações do sujeito, a partir de esquemas motores, dá-se a troca do organismo (indivíduo) com o meio graças a um processo de equilíbrio progressivo, protótipo de uma “construção dirigida” ao nível do ser humano, que é responsável pela construção das suas estruturas racionais (razão ou inteligência).

As estruturas racionais, ou mentais segundo a hipótese de Piaget, são responsáveis pelas estruturas operatórias que se encontram no comportamento do sujeito e também pelas suas operações abstratas.

As estruturas racionais ou mentais são explicadas por meio de dois modelos: acho que os “modelos” aos quais a autora se refere são: agrupamentos de classes e relações e grupo INRC, então eu acho melhor substituir os itens 1º e 2º pelos seguintes:

Os agrupamentos de classes e relações: correspondente ao período lógico-concreto, quando a criança é capaz de usar uma lógica vinculada a manipulação dos objetos;

O grupo INRC (grupo das transformações por inversão e reciprocidade): correspondente ao período lógico-abstrato, quando o ser humano torna-se capaz de empregar uma lógica independente da manipulação de objetos.

Esses modelos estão explicados nas paginas 21, 22 e 23 do texto 04.

1º) período lógico-concreto: quando a criança é capaz de usar uma lógica ainda vinculada à manipulação dos objetos;

2º) período lógico-abstrato: [grupo INRC – grupo das transformações por inversão e reciprocidade] quando o ser humano torna-se capaz de empregar uma lógica independente da manipulação de objetos.

I = transformação idêntica;

N = inversa;

R = recíproca;

C = correlativa (a inversa da recíproca)

(BORGES, 2012, p.52)

Para Piaget o aspecto fundamental da ação é produzir tal que, o seu núcleo funcional é modificar os objetos e os acontecimentos.

A ação destrói a dicotomia razão e real. A origem do conhecimento não está nem no objeto nem no sujeito, mas num complexo indissociável de interações entre sujeito e objeto que é fornecido pela ação.

Há dois aspectos a serem considerados na ação da criança:

1º) A ação exercida sobre os objetos (empurrar, puxar, levar e trazer) que são a fonte da causalidade e do conhecimento do mundo físico;

2º) A coordenação entre essas ações tais como a ordem (constatável na utilização de meios conduzindo a determinados fins ou em quaisquer ações articuladas) o encaixe (de um esquema no outro), a correspondência termo a termo, etc. , que são fonte das futuras operações lógico-matemáticas.

Deve-se ficar claro que a operação não é a representação de uma ação. Ela é uma ação na medida em que constrói novidades, mas é uma ação “significante” e não mais física, pois as ligações que ela utiliza são de natureza implicativa e não mais causal. A operação é uma ação reversível, conserva seu objeto no decurso das transformações que são reversíveis.

Assim, em suma, qual é a hipótese de Piaget?

É que tanto a causalidade quanto as operações lógico-matemáticas têm sua origem na ação.

No comportamento da criança há, inicialmente, uma indiferenciação entre as relações causais e as relações lógicas.

Piaget cita um exemplo: Colar de contas de madeira

Uma criança (4 anos) é colocada diante de “vinte contas de madeira”, das quais quinze são pretas. Faz-se a seguinte pergunta para ela: O colar que se pode fazer com as contas de madeira é maior ou menor do que aquele que se pode fazer com as contas pretas? (adorei as figuras, muito interessante)

Qual foi a resposta da criança?

“O colar de contas pretas será mais comprido, porque estas enfiadas no cordão não mais poderão ser retiradas para fazer o outro colar”.

Segundo Piaget e Szeminska, essa resposta ocorre, pois, as contas pretas já foram mobilizadas para a confecção mental do colar feito por elas (podemos dizer que ela não consegue desfazer o colar para construir outro, ou seja, não consegue “reverter” o processo). Ainda para Piaget, esta resposta da criança é irrefutável, pois, se trata de ações causais sincronizadas, demonstrando o fato que neste nível (aos 4 anos) o pensamento procede ainda como a ação material, sem a mobilidade necessária para comparar um todo dissociado B com uma parte dissociada A.

Portanto, conforme Piaget e Szeminska, tudo se passa como se a criança, pensando na parte, esquecesse o todo e vice-versa. Ou melhor, a criança, quando pensa no todo, consegue bem se representar as partes ainda não dissociadas (pois, por exemplo, desenha corretamente o colar correspondente ao todo e distingue muito bem nesse todo uma quinzena de contas pretas e cinco contas de outras cores), mas, quando procura dissociar uma das partes, não consegue mais se lembrar do todo ou levá-lo em consideração, limitando-se a comparar a parte de que se ocupa com a parte restante, ou seja, ao resíduo do todo primitivo. Assim, se pensa nas contas pretas, a criança não as compara, com efeito, senão às demais contas, e não mais ao conjunto das contas de madeira.

“As crianças têm dificuldades de entender que uma coisa possa pertencer, ao mesmo tempo, a duas classes distintas”. (na apresentação, podemos citar o exemplo que o prof deu em várias aulas sobre a filha dele: que para ela era difícil entender que a mãe dele também era a avó dela e tb poderia ser chamada pelo nome)

Piaget estabeleceu essencialmente três etapas na

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