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Carlota Joaquina

Por:   •  22/11/2016  •  Resenha  •  1.968 Palavras (8 Páginas)  •  234 Visualizações

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[pic 1]São Paulo, 03 de outubro de 2016.

Curso:         Serviço Social

Disciplina:         Formação da Sociedade Brasileira

Profº.:                Edson Roberto Jesus

Aluna:                Marinês Rodrigues da Silva – RGM 168 4211-1

“Carlota Joaquina”

Resumo da história sobre a vinda da família real para o Brasil

e suas heranças e consequências

[pic 2]

Brasão do Império do Brasil

A vinda da família real portuguesa, no século XIX, mudou a história da Europa, assim como a do Brasil, nos deixando heranças de todas as ordens.

Napoleão Bonaparte tornou-se soberano no império da França. Seu objetivo era apoderar-se de toda Europa e, para chegar ao seu propósito, derrubou os exércitos de diversos países, porém não conseguiu o mesmo com as forças navais e militares da Inglaterra e, para enfrentá-los, Napoleão decretou o BLOQUEIO CONTINENTAL (determinação que vetava os países da Europa de negociar com a Inglaterra).

Naquele momento, Portugal era governado pelo provável herdeiro da coroa, Dom João. Portugal e Inglaterra eram velhos cúmplices, o que deixou Dom João numa posição muito delicada diante de um grande impasse: ir contra Napoleão e correr o risco de uma invasão francesa ou esperar para ver a Inglaterra invadir o Brasil? Porém, por conta do acordo econômico que o Brasil tinha com a Inglaterra, o príncipe regente Dom João, foi obrigado a não aderir ao Bloqueio Continental e, com isso, Portugal foi invadido. Então, Dom João, sob forte pressão, decidiu mudar-se com sua família real para o Brasil, para fugir de Napoleão Bonaparte.

Na manhã do dia 29 de novembro de 1807, a corte portuguesa, finalmente partiu do porto de Lisboa com destino ao Rio de Janeiro. A viagem foi difícil, com os navios lotados, não havia espaço para que todos pudessem se acomodar confortavelmente. Dom João levou consigo entre 11 e 15 mil pessoas. Muitos viajaram só com as roupas do corpo, pois  nem todas as bagagens puderam ser embarcadas. A água e comida foram racionadas. A higiene era precária e houve um infestação de piolhos nos navios obrigando as mulheres a rasparem as cabeças, entre elas, a princesa Carlota Joaquina e as damas da família real e da corte.

Para complicar a situação, quando a corte portuguesa estava próximo à Ilha da Madeira, uma forte tempestade a dividiu, sendo que metade das embarcações, inclusive a que levava o príncipe regente, foi parar no litoral da Bahia. Preocupado em evitar maiores problemas, Dom João ordenou que todos parassem no porto mais próximo antes de seguir viagem para o Rio de Janeiro. A esquadra portuguesa com o príncipe regente aportou assim, em Salvador.

Em 22 de janeiro de 1808, após 54 dias de viagem, Dom João passou alguns dias em Salvador, quando tomou duas decisões que deram um ânimo na economia brasileira:

  1. Determinou a abertura dos portos aos países amistosos;
  2. Autorizou a instalação de indústrias.

Surgiram várias fábricas e trabalhos manuais em tecidos, mas que não foram à diante devido à confluência dos tecidos ingleses, entre outros feitos importantes para a economia.

Após sair de Salvador, o rei desembarcou no Rio de Janeiro, todos imundos, mal cheirosos e infestados de piolhos. Lá chegou em 08 de março de 1808, transformando a cidade em residência fixa da corte portuguesa, sendo que as melhores casas foram “tomadas” e outras “doadas” à corte para suas instalações.

A chegada da família real causou grandes e inúmeras transformações, das quais, as duas mais importantes foram as questões econômicas e administrativas, as quais estão relacionadas com a Independência do Brasil.

Mudanças econômicas:

  • Abertura dos portos em 1808 que colocou fim ao pacto colonial. A partir desse momento, a colônia pôde efetuar transações comerciais com qualquer outro país, sobretudo com a Inglaterra;

  • Revogação da Lei que proibia manufaturas no Brasil, mas não teve muito êxito por conta da concorrência dos produtos ingleses;
  • Assinatura do Tratado de 1810, que simplesmente privilegiava os interesses econômicos dos ingleses aqui no Brasil, mas o mais importante é que a abertura dos portos deu autonomia econômica para o Brasil colônia.

Mudanças administrativas:

  • Estruturação de um aparelho de Estado, para o qual foram criados órgãos administrativos na colônia, que deu autonomia administrativa ao Brasil. Durante o período em que a família real permaneceu aqui no Brasil (1808 – 1821 – aproximadamente 13 anos), junto com a corte, o Brasil conseguiu, devido à atuação de Dom João, autonomia economia e administrativa.

  • Instituição de ministérios:
  • Guerra;
  • Marinha;
  • Fazenda;
  • Interior, dentre outros.
  • Estabelecimento de órgãos fundamentais para o bom andamento do governo:
  • Banco do Brasil;
  • Casa da Moeda;
  • Junta Geral do Comércio;
  • Supremo Tribunal.

Consequências:

  • Quando ocorreu a revolução liberal do porto em Portugal, em 1820, houve a tentativa de se retirar as tais autonomias. Com a volta da família real para Portugal, o Brasil correu o risco de recolonização, ou seja, risco de perder a autonomia econômica e administrativa, por isso, a elite colonial aproximou-se de Dom Pedro e juntos planejaram a Independência do Brasil.

As melhorias não foram só econômicas, mas também culturais e educacionais:

  • Academia Real Militar;
  • Academia da Marinha;
  • Escola Real de Ciências;
  • Escola Real de Artes e Ofícios, (Academia de Belas-Artes);
  • Dois colégios de medicina e cirurgia (Rio de Janeiro e Salvador);
  • Museu Nacional;
  • Observatório Astronômico;
  • Biblioteca Real;
  • Jardim Botânico.

Nem tudo foi glória...! Os cariocas tiveram que arcar com os altos custos de tudo, além de serem forçados a doarem alimentos e tecidos para manter a mordomia da corte, que não se importava em “esbanjar”.

Outros acontecimentos importantes:

  • Em 1815, Dom João decidiu que o Brasil não seria mais colônia, e sim Reino Unido a Portugal;

  • Em 1821, quando a família real teve de voltar a Portugal, Dom João, já se tornara rei e passou a se chamar Dom João VI, deixou aqui o filho: Dom Pedro. Foi Dom Pedro que decretou a independência, em 1822. A partir de então, os países se desvincularam e cada um seguiu com seus problemas. Dom Pedro tornou-se Dom Pedro I, o primeiro Imperador do Brasil, o qual virou, enfim, a nação dos brasileiros.

Ao desembarcar no Rio de Janeiro, a família real não só atiçou a curiosidade, mas também despertou nos brasileiros a vontade de se identificar com a comitiva de seus lordes. Os brasileiros, além de copiar tudo o que lhes parecia chique, muitas vezes, de maneira atrapalhada, adotavam o estilo real. Nesse sentido, a maior transformação foi no vestuário, assim, no período em que a família real permaneceu por aqui, de 1808 a 1822, o Rio de Janeiro, principalmente, perdeu sua identidade estética, adotando modelos e referências importados da Europa. Antes de tudo, a família real influenciou a moda, as artes, a arquitetura, a sociabilidade e o comportamento no processo de europeização dos costumes que Gilberto Freire qualificou de desassombramento.

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