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Estagio Supervisionado De Serviço Social

Por:   •  24/4/2016  •  Seminário  •  2.808 Palavras (12 Páginas)  •  550 Visualizações

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1.0 O curso serviço social no Brasil

Durante década de 1930, período em que o Serviço Social da os primeiros passos  na  direção  da  sua  institucionalização enquanto  profissão,  a  economia brasileira passa por profundas mudanças que se iniciara na década passada, por conta de fatores externos como a crise de 1929, que embora tenha ocorrido nos Estado Unido, atingiu amplamente o mundo e o Brasil. Ao ter seus produtos de exportação desvalorizados no comercio exterior, os senhores do café passam então a investir na industrialização do país, ocasionando assim o êxodo rural1 , esse grande contingente de mão de obra ociosa seguem então para as zonas urbanas a procura de melhores condições de vida.[pic 1]

Esses polos industriais por sua vez não estavam aptos a receber tamanho volume de pessoas, o que fica evidente   nas instalações das indústrias, e as moradias   desses   trabalhadores, que   não   contavam   com   nenhum   tipo   de saneamento básico, nem de serviços públicos voltados para população menos abastadas, na área da saúde, educação, e a habitação. Muitos desses serviços se quer tinham sido pensados, essa falta de respaldo à classe trabalhadora por parte do Estado, torna esse cenário cada vez mais conflituoso (IAMAMOTO, 2008).

O trabalhador tem agora na sua força de trabalho a única forma de subsistência, esta que seria então amplamente explorada, afim manter a ordem capitalista vigente, a classe trabalhadora era submetida a jornadas de trabalhos exaustivas, sem qualquer direito trabalhista, por salários que não supria seus mínimos sociais, é nesse período também que mulheres e crianças são forçadas a se inserir no mercado de trabalho, a fim de complementar a renda familiar (IAMAMOTO, 2008).

Todas essas formas de exploração da mão de obra trabalhadora servem de estopim para desencadear uma serie de manifestação e greves por parte da classe trabalhadora, a luta dos proletários por melhores condições de trabalhos e salários e por direitos trabalhistas é vista com ameaça à hegemonia burguesa.

Trata­ se de um período de profundas e conturbadas mudanças, de um lado a burguesia que deseja acima de tudo acumular riqueza, e de outro a classe trabalhadora que não aceita mais ser explorada, é inegável se dizer que esta relação tornasse ser cada vez mais antagônica. Temendo perder seu posto de controle, a burguesia cria então estratégias para atenuar o descontentamento do proletariado, unindo-se a Igreja Católica que buscava a retomada do poder decisório que lhe foi destituído com o fim do império.

Diante desse cenário faz  se necessário um profissional regulador das relações de conflito a serviço dos interesses da burguesia e da igreja, o Serviço Social ainda não é concebido como profissão e sim como vocação e tem como perfil de suas executoras moças engajadas nas ações da Igreja Católica e pertencentes a alta sociedade paulistana. Em 1932 cria-se então o Centro de Estudos e Ação Social de São Paulo o CEAS, a fim de treinar agentes para a prática social, tem seu primeiro curso ministrado pela Assistente Social belga Adéle Loneux, é visto com grande contentamento por parte da burguesia e a Igreja Católica que temiam que ideários comunistas pudessem influenciar a classe trabalhadora. Sendo assim a atuação das agentes sociais eram voltadas para adequação e moralização da classe trabalhadora aos preceitos da Igreja Católica, essas agentes atuavam principalmente de forma a corrigir o comportamento, higiene e os costumes da classe trabalhadora (MARTINELLI, 2009).

Embora esse tenha sido um período obscuro para o Serviço Social, foi a partir da atuação da intitulada Liga das Senhoras Católicas da cidade do Rio de Janeiro e São Paulo, que se propiciou a criação das primeiras escolas de Serviço Social do Brasil, de 1936 em São Paulo e 1937 no Rio de Janeiro, tinha como principais eixos de formação: formação cientifica, formação técnica e formação moral e doutrinaria princípios inerentes à profissão.

O Serviço Social passa então a ser visto como profissão assalariada, e as assistentes sociais diplomadas lutam pelo direito de exercício exclusivo da assistência social dentro dos espaços públicos e estatais.

Com o interesse de ampliar ainda mais seus mecanismos de controle o Estado e a Burguesia, impulsiona o Serviço Social para sua institucionalização tornando-se seu maior empregador, entre final das décadas de 40 e as duas décadas seguintes.

É também nesse período que o Serviço Social passa por mudanças substanciais, em função de relações políticas e econômicas que o Brasil mantém com os Estados Unidos, a influência para o Serviço Social deixa de ser a franco­belga importada da Europa e passa a ser a Americana, esta que tem o mesmo objetivo da manutenção da burguesia (MARTINELLI, 2009)

Na década de 1960, iniciasse então um movimento de reconceituação da profissão, uma vez que se evidencia a forma de capitalismo excludente e subordinado, fica claro que as teorias conservadora utilizadas pelo Serviço Social são incapazes de dar resposta para sua atuação, esse movimento em busca de novas teorias e da formação de um novo projeto profissional mais comprometido com a classe trabalhadora é sentido em toda América Latina, em alguns países com mais intensidade, no Brasil esse movimento foi freado pelo período ditatorial que passava o país.

As principais vertentes que emergiram do movimento de reconceituação foram: as vertentes positivistas, vertentes fenomenológicas e  a  teoria Marxista, teoria esta que foi amplamente discutida e contestada no interior do Serviço Social. Porém é a partir da teoria de Marx que os profissionais iniciam a discutição em torno de suas práticas institucionais e a favor da classe dominante, é também nesse período que o Serviço Social  se  aproxima  dos  movimentos  sociais  e  de organizações da classe trabalhadora e o objeto de trabalho do Assistente Social deixa de ser o homem e passa a serem as expressões da questão social, resultante da relação entre capital X trabalho.

Com o fim do período ditatorial iniciasse um debate em torno da Ética do Serviço Social rompendo com a ética da neutralidade e assumindo definitivamente compromisso com a classe trabalhadora em seu Código de Ética de 1986.

Na década de 1990, o Serviço Social agrega a seu arcabouço jurídico a Lei

8.662 de 7 de Junho de 1993, que regulamenta a profissão, as novas diretrizes gerais para o curso de serviço social, e o Código de Ética da profissão que reitera seu compromisso com a classe trabalhadora (IAMAMOTO, 2009).

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