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FEMINICÍDIO E O ETNOCENTRISMO NA ANTROPOLOGIA

Por:   •  26/5/2020  •  Trabalho acadêmico  •  1.818 Palavras (8 Páginas)  •  204 Visualizações

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FEMINICÍDIO E O ETNOCENTRISMO NA ANTROPOLOGIA

1. RESUMO

Esse trabalho tem o intuito de apresentar algumas análises sobre o tema que vem trazendo muito debate e gerando revoltas em todos os cantos do Brasil, o Feminicídio. Abordamos a forma como essa problemática é trabalhada dentro da antropologia, através do etnocentrismo por ser de fato um problema cultural.

Através dessas análises iremos apontar fatos, explicar a base em que esse problema foi estruturado, desmistificar a ideia da mulher como submissa e apontar soluções que já foram geradas, mas que podem ser ampliadas e mais eficazes.

PALAVRAS – CHAVE:

Feminicídio - Antropologia - Problemas - Cultural

2. INTRODUÇÃO

O termo Feminicídio foi trazido para nós mulheres no meio do século XIX, mas foi dentro das lutas feministas, a partir do ano de 1970, que o termo passou a ser conhecido através dos movimentos de mulheres que lutavam arduamente pelos seus direitos.

É a partir dessa informação que é possível afirmar que essa problemática não é tão recente quanto acreditávamos. Desde que o Brasil é Brasil, a violência contra a mulher assola todos os cantos, é um problema que está enraizado dentro de nossas culturas, ou seja, desde que o país foi colonizado o machismo é altamente exposto e as mulheres ficam sem poder para se defender, isso deriva de um sistema patriarcal que a muito tempo foi instaurado na nossa sociedade.

Esse sistema é constituído apenas pela dominação do homem sobre a mulher, no âmbito familiar e fora dele também. Associa a uma ideia de que o sexo masculino é sempre melhor e está sempre acima do sexo feminino, levando então a uma cultura onde a mulher será sempre “criada” para satisfazer os desejos do homem, ou seja, a mulher sempre será submissa.

E através desta cultura que incluímos o etnocentrismo, que significa “grupo central”, nessa temática do feminicídio, pois ele é uma visão do mundo onde o nosso próprio grupo é tomado como centro de tudo e, todos os outros são pensados e sentidos através dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições do que é a existência. São grupos distintos que de forma exemplificada, em maioria dos casos, o “eu” é representado pelo sexo masculino fazendo a sua visão a única possível ou, mais discretamente se for o caso, a melhor, a natural, a superior, a certa e, o “outro” pelo sexo feminino que nem sequer faz coisas como as nossas(o “eu”) ou quando as faz é de forma tal que não é reconhecida como possíveis, sendo visto como um absurdo, algo anormal ou inteligível.

A visão etnocêntrica desconsidera a lógica de funcionamento de outra cultura, limitando-se a visão que possui como referência. A herança cultural que recebemos de nossos pais e antepassados contribui para isso, pois nos condiciona ao mesmo tempo em que nos educa. O ponto alto da questão não está apenas em se constatar as diferenças, mas sim em aprender a lidar com elas, tomar conhecimento do outro sem aceitar sua lógica de pensamento e de seus hábitos acaba por gerar uma visão etnocêntrica e preconceituosa, como é o caso do machismo, quando a mulher é submetida a situações de humilhação e submissão, podendo se desdobrar até mesmo em conflitos diretos. E não muito diferente do passado, o Brasil de hoje ainda é regido por comportamentos autoritários dos homens devido a esse sistema patriarcal enraizado, sendo um sinônimo de estranheza e falta de tolerância.

É importante salientar que essas violências acontecem dentro do círculo familiar, é comum os pais criarem os filhos de uma forma regrada, tal forma se dá pela divisão de trabalho, ou seja, as meninas ficam com a parte de manter a casa arrumada e os meninos obviamente, são liberados dessas tarefas, apenas por serem meninos, porque tal obrigação não compete a eles. São comportamentos que são reproduzidos de geração em geração, pois é culturalmente comum a mulher ser tratada como apenas um objeto para satisfazer as necessidades do homem e de sua família.

E é através dessas reproduções que surge os padrões do controle masculino, os mesmos são expressos através da violência verbal, emocional, sexual, moral e física. Esses tipos de violências acarretam na maioria das vezes algo pior, a morte.

O número de mulheres mortas pela condição de ser mulher é alarmante, e cresce cada vez mais, e isso é resultado de uma educação pautada dentro das regras do patriarcado. Essa situação só expõe a mulher ainda mais a violência, porque a tira todo o direito de se defender.

O governo que o Brasil está vivendo é símbolo de que o passado está cada vez mais ativo na nossa sociedade, não há uma preocupação em desmistificar a situação da mulher como submissa, não existe uma pauta que trata o problema de forma adequada, o governo se preocupa apenas em tirar cada vez mais o direito das mulheres.

Para cada luta ganha, uma repressão surge gradativamente. Para cada conquista perante a justiça, cresce o desamparo e a angústia de viver em um governo que não facilita a criação das leis e nem aumenta a proteção para as mulheres. É claro que existe leis que aos olhos da sociedade servem para manter as vítimas amparadas, mas é preciso entender como foi o processo de construção dessas leis, e a partir daí entender que não foi fácil conseguir essa vitória.

A lei Maria da Penha, é uma lei que foi sancionada em 2006, mas para que isso fosse possível, houve uma espera de quase 20 anos. Ou seja, precisou de muita luta para que obtivéssemos essa vitória, e ainda assim, a lei não é tão eficaz. Ainda existe muitos casos de violência doméstica que leva a morte de mulheres. Devido a esse número, e vários estudos e pesquisas, a lei que foi aprovada em 2015, ajudou a entender que esse meio de repressão masculina é um crime, mas não um crime comum de homicídio, mas um crime regido por ódio e repulsa pelo gênero feminino, caracterizando assim um crime de feminicídio. Essa lei foi criada com o intuito de dar mais visibilidade ao problema, mas ainda há muitas falhas para que ela seja eficaz o suficiente para diminuir o índice de mortes de mulheres por todo o país. A falta da intervenção do governo nessa situação é enorme, porque é dever do Estado criar políticas públicas adequadas para acabar de vez com essa situação.

3. METODOLOGIA

Para compor o trabalho foi preciso a análise de vários referenciais teóricos para poder entender melhor a questão cultural do tema, e a partir deste ponto desenvolver uma estrutura que fosse capaz

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