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GESTÃO SOCIAL E O ASSISTENTE SOCIAL COMO GESTOR

Por:   •  15/9/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.291 Palavras (6 Páginas)  •  3.429 Visualizações

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gestão social E O assistente social como gestor

Gestão caracteriza-se pelo ato de gerir, administrar, e consequentemente a interpretação de objetivos, tais como: delimitação de atividades necessárias para um bom gerenciamento, agrupamento de atividades em estrutura lógica, desígnio de atividades à pessoas específicas e organização para a interdisciplinaridade ( BORGATO, 2008).

A gestão surge a partir das mudanças ocorridas no mundo do trabalho, na economia, na política e também podemos citar fatores como o intenso processo de globalização, o rápido desenvolvimento informacional, a precarização das relações de trabalho em meio ao aumento da pobreza e das desigualdades sociais.

O Estado necessitou adquirir um modo de gestão para administrar o sistema público, pois sem ele não seria possível gerenciar as políticas de atendimento ao cidadão. Ele fez isso através de um conjunto de organizações (secretarias, fundações, autarquias, empresas públicas, etc) que passaram a compor uma estrutura integrada e interligada por meio da qual o Estado exerce seu poder de regular e prestar  serviço a sociedade (PIRES).

A partir desta concepção pretende-se dizer que os princípios de gestão social: intersetorialidade, descentralização e participação constituem um novo paradigma orientador da modelagem da gestão pública, à medida que tais temas interagem tanto na estrutura quanto nos processos organizacionais. O modelo intersetorial informa uma nova maneira de planejar, executar e controlar ações governamentais, um formato que torna a estrutura mais aderente a necessidade do cidadão, o que contribui para otimizar os recursos disponíveis (JUNQUEIRA, 1998a).

A estrutura governamental intersetorial supõe a articulação de planos e serviços, e o acompanhamento de informações, apresentando-se mais permeável à participação do cidadão, tanto no planejamento quanto na avaliação. Logo, a intersetorialidade faz surgir a necessidade de uma organização flexível, matricial, por projeto, que torne possível a otimização e o melhor aproveitamento dos recursos humanos existentes, seu saber e competência (JUNQUEIRA, 2000).

A relação entre intersetorialidade, descentralização e participação não é de identidade, mas sim de sinergia. Pois, mesmo que não seja possível atribuir à descentralização um significado de correspondência direta à democratização; a primeira não pode deixar de ser vista enquanto um meio de viabilizar a segunda. Da mesma forma, a intersetorialidade não deve ser encarada como um fim em si mesma, pois não irá, isoladamente, promover o desenvolvimento e a inclusão social. Mas, inegavelmente, constitui um instrumento para a operacionalização de tais metas, à medida em que dá novo formato à ação estatal (PIRES).

Carvalho (1999, p.19) diz que gestão social é a gestão de ações sociais públicas. É, em realidade, a gestão das demandas e necessidades dos cidadãos. A política social, os programas sociais, os projetos são canais a estas respostas, a estas necessidades e demandas.

Segundo Dowbor (1996), temos um “sistema que sabe produzir, mas não sabe distribuir” e por isso “se não houver investimento no ser humano, na sua formação, na sua saúde, na sua cultura, no seu lazer, na sua informação”, vamos acabar por ter uma sociedade de trabalhadores produtivos, mas que vivem insatisfeitos com suas condições de vida.

Ao fazer gestão o Serviço Social tem como objeto de trabalho a questão social.  Ela é apreendida como o conjunto das expressões das desigualdades da sociedade capitalista madura, que tem raiz comum: a produção social é cada vez mais coletiva, o trabalho se torna mais amplamente social, enquanto a apropriação de seus frutos mantém-se privada, monopolizada por uma parte da sociedade ( IAMAMOTO, 2007, p. 27).

Com isso a questão social vai adquirindo novas expressões e novas configurações, e isso requer do profissional maior atenção no trato com as demandas advindas do processo social que se torna cada vez mais contraditório. Não é apenas mais uma inovação com novas tecnologias de gestão, mas sim uma gestão democrática que seja capaz de construir uma nova cultura política, organizacional e gerencial.

Esta nova forma de gestão envolve componentes como a participação, liberdade, controle, composição de interesses, poder compartilhados, sujeitos autônomos, eficiência, eficácia e efetividade. Trata-se de uma gestão que combina o institucional com o compromisso, criatividade, ética e iniciativa do gestor.

A gestão social requer do profissional o exercício da democracia, acesso aos direitos sociais, quer para si e para seus usuários, um planejamento social, efetuando respostas sustentáveis, com gerenciamento de ação pública, através de programas, projetos, serviços, gestão coletiva, objetivo claro, direção social e sujeitos com conhecimento de direitos (BORGATO, et al, 2008).

Segundo Nogueira, 2005 (p.145), a gestão participativa visa modificar a articulação entre governantes e governados. O gestor governamental relaciona-se com o cidadão de modo não só amigável, mas também interativo, superando distâncias, atritos e unilateralidades. Sua função é trazer o cidadão para órbita do governo da comunidade e envolvê-lo nos assuntos governamentais.

Diante desta forma de gestão participativa, é possível observar que o cidadão como portador de direitos e deveres, deve estar inserido nos processos de decisão das políticas públicas a quem ele mesmo deve ser atendido. Mas apesar de haver uma luta constante, e o empenho de muitos profissionais da área em defesa desta questão, ainda é surpresa encontrar na sociedade atual, a destruição dos direitos humanos e o crescente aumento da pobreza e desigualdade social.

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