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Interpretativismo norte-americano

Por:   •  4/12/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.271 Palavras (6 Páginas)  •  167 Visualizações

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Antropologia Moderna e pós moderna:

Ao longo dos anos, o conhecimento antropológico foi resultado das sociedades contemporâneas, abrindo o espaço para uma crítica dos modelos realistas etnográficos remotos, por está em constantes mudanças. Isso gerou um incentivo a introdução da desconstrução destes modelos, gerada por um criticismo literário, mas também por novas estratégias de representatividade classificadas como etnografias reflexivas, dialógicas ou polifônicas. 

De acordo com o George Marcus (1991), na obra ´´Identidades passadas, presentes e emergentes: requisitos para etnografias sobre a modernidade no final do século XX ao nível mundial``, detalha a "etnografia modernista" dando a importância de superar a perspectiva tradicional que liga a construção de identidade a uma determinada localidade. Segundo ele, as identidades múltiplas não podem ser mencionadas a uma localidade sólida, homogênea, unívoca. Portanto, é necessário problematizar o espaço, o tempo e a análise para enfrentar os desafios que uma conjuntura mundial coloca para o olhar antropológico.

George Marcus, sugere uma etnografia multi localizada, que permite ao investigador adentrar nos diversos contextos afim de que possa perceber as semelhanças e diferenças entre o global e o local.

A interpretação realizada pelos pós-modernos, está baseada sobre outra cultura, compreendida como diferente do antropólogo, mas com possibilidades de compreensão através da conversação respeitosa e não etnocêntrica, do diálogo que se caracteriza como uma atividade de confraternização e solidariedade humana.

De acordo com alguns pós-modernos, o desenvolvimento da construção de uma etnografia consiste em três elementos fundamentais: o espaço, o tempo e a perspectiva ou voz. Percebe-se que entre eles há uma forte influência de três requisitos que dão suporte para estabelecer a presença analítica do etnógrafo na produção de seu texto:  o diálogo adequado de conceitos analíticos, a bifocalidade e a justaposição crítica das possibilidades (MARCUS, 1986: 10-12, 14).

Já a visualização de Roberto Cardoso de Oliveira, a matriz disciplinar da antropologia é constituída por quatro paradigmas básicos: o racionalista, originado no interior da tradição europeia continental, através da Escola Francesa de Sociologia; o estrutural-funcionalista, com a origem na tradição empirista europeia, através da Escola Britânica de Antropologia Social; o culturalista, surgido na Escola Histórico-Cultural Norte-americana, e o hermenêutico, ligado à tradição intelectualista europeia continental, ressurgido pelo movimento interpretativista norte-americano, através da tentativa de recuperação para uma melhoria filosófica do século XIX. Através disto, a Antropologia interpretativa desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento do paradigma hermenêutico. Na qual essa nova matriz disciplinar era vista como características de uma moderação na autoridade do autor, de uma maior atenção na elaboração da escrita e de uma compreensão sobre os limites da razão científica da própria disciplina. 

George Marcus afirma que é preciso redefinir o observado, percebe-se uma ratificação com visão do paradigma hermenêutico. Segundo ele, a produção localizada de identidade de uma pessoa, de um grupo, ou até de sociedade inteira, na qual não depende apenas das atividades concentradas em uma localidade específica, ou em uma diáspora...  (1991:204).

O encontro etnográfico, empreendido como relação dialógica, enreda a comunicação entre dois universos culturais que se esclarecem, sem se anularem, sem invalidarem as posições históricas dos interlocutores. Desse modo, na conjuntura etnográfico, o pesquisador se abre para o horizonte do outro, tendo consciência de seus próprios ancoramentos culturais.

Na obra, “Identidades passadas, presentes e emergentes: requisitos para etnografias sobre a modernidade no final do século XX ao nível mundial” (1991), George Marcus propôs a problematização do tempo, revelando uma tendência à ruptura com o conceito de história da etnografia realista. O autor mostra que não seria uma ruptura com a consciência histórica, mas sim, com a determinação histórica para a explicação de todo presente etnográfico, por conseguinte, a identidade do modelo teórico utilizado pelo etnógrafo não deve permanecer intacta, sólida, se a identidade do objeto da pesquisa desmancha no ar.                           

Sabe-se que o conhecimento antropológico tem se realizado historicamente através de diferentes "escolas" representadas através dos paradigmas racionalista, estrutural-funcionalista, culturalista e hermenêutico, com os quais Roberto Cardoso de Oliveira estrutura a matriz disciplinar.

A intensificação de uma tensão entre os paradigmas que compõem a matriz disciplinar com a introdução do paradigma hermenêutico gerou tanto por meio da atualização dos temas da relação sujeito/objeto.

O autor chama a atenção para o lugar central da relação sujeito cognoscente/objeto cognoscível na compleição corporal do conhecimento. Desta forma, a moderna Hermenêutica propôs novas constantes para a meditação sobre as condições da pesquisa social e do conhecimento produzido, contrariando a autoridade do pesquisador e dando uma ideia para o esclarecimento do contexto do encontro etnográfico.

Deve-se, pois, reconhecer que a “tensão enriquecedora” trago pela Hermenêutica dialética faz sentir, hoje, não somente na Antropologia ou nas Ciências Sociais, mas nos próprios caminhos da Ciência contemporânea, marcados por uma necessidade profunda de repensar nas questões aparentemente resolvidas há muito tempo em perspectivas antinômicas.

Principal autor:

Clifford Geertz nasceu nos Estados Unidos, em San Francisco23 de agosto de 1926 e faleceu na cidade de Filadélfia30 de outubro de 2006. Foi um antropólogo norte americano, teve a oportunidade de ser professor na conceituada Universidade de Princeton em Nova Jérsei.

Autor de vinte livros publicados, Clifford Geertz é, depois de Claude Lávi-Strauss, influencia para a própria teoria e prática antropológica, como também em disciplinas como a psicologia, a história e a teoria literária. Considerado o fundador de uma das vertentes da antropologia contemporânea - a chamada Antropologia Hermenêutica ou Interpretativa, que se formou a partir dos anos 50.

Graduado em filosofia e inglês, antes de migrar para o debate antropológico, obteve seu PhD em Antropologia em 1949, conduzindo a partir desse ano extensas pesquisas de campo, contribuindo para a criação de seus livros. Geertz, propôs uma nova elaboração para as pesquisas da época, um novo método de análise das informações obtidas entre as sociedades que estudava.

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