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Leituras de história social: bairros, comunidades e associativismo.

Por:   •  10/5/2019  •  Artigo  •  3.978 Palavras (16 Páginas)  •  167 Visualizações

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DANIEL ALBUQUERQUE ROCHA

Leituras de história social: bairros, comunidades e associativismo.

                       Professor Deivison Amaral

                                      Programa de pós-graduação em História, Política e Bens Culturais.

 

                                                                      Rio de janeiro                                                                                                                                             Dezembro de 2018

O “SER” suburbano é um ativista de movimentos de resistência social ou um associativista social?

Daniel Albuquerque Rocha

Assistente Social,

Especialista em Políticas Sociais,

Mestre em Serviço Social pela PUCRJ e

Doutorando em Serviço Social pela PUCRJ.

Resumo:

Esse artigo se propõe a debater o “Ser suburbano” pensado como um integrante de um movimento de resistência social ou um associativista social. Sua estrutura se inicia contanto sobre os significados do subúrbio passando pelo subúrbio carioca. Perpassa movimentos sociais e os conceitos de movimento de resistência e associativismo. Por fim concluímos o que melhor se adequa ao conceito plural do “Ser Suburbano”.

Palavras Chave: Subúrbio, Movimentos Sociais, Resistência Social, Associativismo Social e Direito a Cidade.

Abstract:

This article proposes to debate the "suburban Being" thought as an integral part of a social resistance movement or a social associativist. Its structure begins as long as the meanings of the suburbs pass through the suburbs of Rio. Perpasses social movements and the concepts of resistance movement and associativism. Finally, we conclude what best fits the plural concept of "Suburban Being".
Keywords: Suburbia, Social Movements, Social Resistance, Social Associativism and the Right to the City.

INTRODUÇÃO:

Falar sobre subúrbio não é algo comum e costumeiro no meio acadêmico, esse território está muito mais no imaginário de quem habita este local tão característico e peculiar da cidade contemporânea.

O subúrbio nunca está nas manchetes dos jornais ou nas capas de jornais, não é tido como um produto interessante por ser a chamada terceira margem da sociedade. Ele não é centro e nem é favela, ele é o local aonde se habita, porém se luta para viver.

Entender a cidade passa por entender o subúrbio e suas especificidades, pois é lá que habita a maior parte da população e aonde se concentram as principais fábricas e indústrias que movimentam economicamente a cidade.

A palavra subúrbio na sua concepção gramatical e territorial representa um local periférico de uma região centralizada e que aportem os aspectos financeiros, culturais e epistemológicos de uma cidade.

Esse conceito é facilmente encontrado em países de capital central. Já em países de capital periférico, o subúrbio ganha outro caráter a ser somado nesse debate, o de local aonde os trabalhadores mantem suas residências afastadas do centro, porém ao alcance dos centros urbanos para trabalharem e abastecer de mão de obra a cidade.

Depois de apresentarmos de forma simplória a importância do subúrbio, entraremos realmente no debate que nos propomos a dialogar. Esse individuo que mora no subúrbio como deve ser observado na sociedade? Como um individuo integrante de um movimento de resistência social diária? Que luta para manter viva sua cultura, seu direito de habitar com qualidade de vida em seu território ou como um grupo de pessoas que se associam socialmente como forma de manter suas raízes sociais e culturas e para reivindicar seus direitos?

Esse será o debate proposto neste artigo: O “SER” suburbano é um ativista de movimentos de resistência social ou um associativista social?

SUBÚRBIOS E O SUBÚRBIO CARIOCA:

A categoria subúrbio não pode ser compreendida com uma definição simples e definitiva sobre o seu significado, existem na sociedade vários subúrbios e como tal, varias definições e compreensões sobre o tema. Por isso decidimos focar essa temática em um recorte mais especifico e objetivo, no subúrbio carioca.

O subúrbio carioca é algo incomum e peculiar. Tem todas as características comuns à definição gramatical e territorial de subúrbio, como sendo periférico ao centro, concentrar a maior parte da população trabalhadora, entre outros.

Porém algo novo aparece para ser estudado sobre o subúrbio carioca, o caráter afetivo de sua população com seu território, seu lugar de vidas e historias.

O Subúrbio do Rio de Janeiro é um local pouco abordado pelos pesquisadores e estudiosos da história do Rio de Janeiro. Apesar dos trabalhos pioneiros de Fernandes (2010 e 2011) e Mansur (2015), grande parte da discussão urbana sobre os bairros populares no Rio de Janeiro se focou sobre a polaridade favelas e asfalto, o que limitou a reflexão sobre outras dimensões urbanas, tais como os subúrbios cariocas.

Mais do que um espaço geográfico delimitado administrativamente, a noção de subúrbio é uma construção social, que também dialoga com seus aspectos espaciais.

 Algumas intervenções urbanas, como a expansão da linha férrea e, posteriormente, a abertura da Avenida Brasil são elementos importantes para compreender os contornos desses espaços.

Segundo Fernandes (2010 e 2011) o subúrbio do Rio de Janeiro se formou a partir da abertura da linha férrea que cortava a cidade do Rio de Janeiro, saindo da estação Central do Brasil localizada na Região central da cidade, chegando até o bairro de Deodoro, bairro esse limite da zona norte do município do Rio de Janeiro.

Ainda na vertente de definição das delimitações do subúrbio carioca Oliveira (2010) que escreve juntamente como Fernandes (2010) afirma que o subúrbio vai além da zona norte do Rio de Janeiro, ele se alonga por toda a extensão da linha férrea carioca aportando assim os bairros da zona oeste como Bangu, Campo Grande e Santa Cruz. Ele ainda definiu que os bairros cortados pelas linhas de ferro auxiliares do Rio de Janeiro também integram territorialmente e cartograficamente o subúrbio.

Outra vertente defendida por Torres (2017) afirma que a construção do subúrbio carioca se deu a partir da abertura da Avenida Brasil, o que engloba uma nova gama de bairros e extensão do território.

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