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Normas temporárias de procedimento e Modus curandi cum balsamo

Relatório de pesquisa: Normas temporárias de procedimento e Modus curandi cum balsamo. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  21/11/2014  •  Relatório de pesquisa  •  567 Palavras (3 Páginas)  •  193 Visualizações

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Embora em línguas diferentes, com temáticas diferentes, os textos aqui reunidos – o Regimento proueytoso contra ha pestenença e o Modus curandi cum balsamo – representam o que constituiria, até cerca de 1530, a biblioteca médica conhecida, impressa em Portugal. Nenhuma das obras está datada: a época de impressão tem sido postulada não somente com base nas características materiais dos exemplares, como ainda em dados indiretos.

Ambos os textos são representativos do início da imprensa em Portugal, quando os impressores são estrangeiros e o gótico, a letra negra, é o tipo empregado. O Regimento proueytoso contra ha pestenença foi impresso pelo alemão Valentim Fernandes, talvez o mais importante impressor do período em Portugal, que trabalhou em Lisboa entre 1495 e 1518. Germão Galharde, impressor do Modus curandi cum balsamo, era francês e exerceu sua atividade em Lisboa e em Coimbra entre 1519 e 1560 (Norton, 1978, p. 500-1). A semelhança entre os tipos em ambas as obras deve-se ao fato de Galharde ter adquirido o material tipográfico da oficina de Fernandes (e não só: também das oficinas de João Pedro Bonhomini de Cremona e de Hermão de Campos – Norton, 1978, p. 500).

O modus curandi, de que se passa a ter notícia em 1974, através de artigo do bibliófilo José de Pina Martins, é obra anônima, da qual não se conhece tradução portuguesa. Por seu turno, a autoria do Regimento proueytoso, obra que conheceu muitas versões em latim, também traduzida para o francês e para o inglês, foi amplamente investigada, especialmente por Mário da Costa Roque (1979). A partir da obra de Roque, considera-se seu autor Johannes Jacobi, tradução latina de Jehan Jasme (ou Jacme, Jacou, Jame, Jaume, português antigo Jemes, atualmente Jaime), médico que teria vivido em Montpellier em meados do século XIV. D. Raminto (ou Ramitte, Canuto, Kanutus, Kaminti, Kamitus, Kamiutus, Kanunti), citado no texto português, teria estabelecido um "texto sincrético" (Roque, 1979, p. 302), acrescentando alguns elementos ao texto de Jacobi e omitindo outros. De Frei Luiz de Rás sabe-se que foi catedrático de Filosofia Natural na Universidade de Lisboa e lente de Véspera de Teologia na mesma Universidade. Supõe-se ter morrido em 1520 ou 1521, uma vez que foi substituído na cadeira de Filosofia Natural em 24 de janeiro de 1520 e ter sido essa cadeira posta em concurso em 16 de fevereiro de 1521 (Roque, 1979, p. 309). Tornou-se Ministro Provincial da Seráfica Ordem dos Claustrais muito possivelmente em 1500 (Roque, 1979, p. 305ss), título que não é enunciado no Regimento, o que se constituiu num dos argumentos levantados para propor a impressão da obra ainda no século XV.

Ambos os textos são apresentados em fac-símile e em edições que transcrevem esses cimélios em caracteres tipográficos modernos. Ambos são, também, traduzidos, dando a este verbo o significado do antigo tralladar: no caso do Regimento, apresenta-se uma versão do texto no português atual; para o Modus curandi, apresenta-se uma tradução do latim para o português. Para o texto em português, um glossário serve de auxiliar na tradução intra-língua.

Em seguida aos textos, O regimento contra a pestilência e a receita do bálsamo – alguns comentários à luz da 'medicina científica' focaliza o discurso médico nas duas obras, postas em contraponto com

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