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O QUE É SERVIÇO SOCIAL

Por:   •  31/7/2016  •  Resenha  •  2.796 Palavras (12 Páginas)  •  301 Visualizações

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O que é Serviço Social

Georgia Sávia Cunha Pessoa Cabral[1]


ESTEVÃO, Ana Maria R.
O que é Serviço Social. 6º ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 2013. 68p.

1 CREDENCIAIS DO AUTOR

Ana Maria Ramos Estevão possui graduação em Serviço Social pela Faculdade Paulista de Serviço Social (1976), mestrado em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1989) e doutorado em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1997). Atualmente é professora titular do Centro Universitário da Fundação Educacional de Guaxupé e professora adjunta da Universidade Federal de São Paulo. Tem experiência na área de Serviço Social, com ênfase em Serviço Social do Trabalho, atuando principalmente nos seguintes temas: cidadania, serviço social, políticas públicas, educação e assistência social.

2 RESUMO DA OBRA 

O livro “O que é Serviço Social” apresenta-se subdividido em quatro capítulos, onde a autora mostra a história e evolução do Serviço Social, caracterizando a mesma em “fases de crescimento”. No primeiro capitulo, intitulado de “Das damas de caridade a Mary Richmond e a infância do Serviço Social”, Ana Paula Estevão aborda a secularização do Serviço Social, que passa de uma simples caridade por prazer ou obrigação religiosa, para se firmar como profissão. Ela cita seu surgimento como uma estratégia da burguesia, juntamente com o Estado e a Igreja para se “resolver” os problemas sociais sobrevindos do capitalismo e que o modo pelo qual se pensava resolver esses problemas era pela “reforma dos costumes” ou “reforma social” de cada um.

Até metade do século XIX, a assistência social era praticada de forma não-sistemática, sem qualquer tipo de métodos, práticas e se utilizava de vagas justificativas religiosas e ideológicas. A partir da segunda metade, a autora mostra que já se tem “uma caridade de caráter assistencial que se constitui em um esboço de técnica e de forma organizada.” (p.12) A dama de caridade ou “assistente social” procurava conhecer as necessidades de cada um, usar de forma econômica as esmolas disponíveis, visitar os pobres e necessitados, estudar os pedidos de ajuda e conseguir trabalho para os “desocupados” para prevenir os problemas derivados da pobreza.

A criação da Sociedade de Organização da Caridade em Londres, em 1869, trouxe uma nova perspectiva para a organização da Assistência Social. Sua novidade era colocar a necessidade de criar instituições que se encarregassem de formar pessoas especificamente para realizar as tarefas de assistência social e colocar em pauta a institucionalização do Serviço Social. Com a fundação da primeira escola de Serviço Social em 1899, em Amsterdã, inicia-se também o processo de secularização da profissão. O Serviço Social substitui as suas explicações religiosas, para dar lugar às explicações científicas. As damas de caridade acreditavam que os pobres eram a causa de sua própria situação e que bastava uma ajuda inicial e alguns conselhos pra que eles se dirigissem ao caminho correto. O poder público não estava interessado em assumir a responsabilidade, então a deixava nas mãos de instituições, principalmente religiosas. 

Diante desta situação e com a preocupação de reformar a sociedade, surge Mary Richmond, uma assistente social que começou a pensar e a escrever a respeito do que é o Serviço Social e como ele deveria ser exercido. Ela expôs a diferença entre fazer "assistência social" e o Serviço Social propriamente dito. Em seu livro Caso Social Individual, surge às primeiras luzes sobre uma prática profissional do Serviço Social. Para ela, Serviço Social não era apenas dar ajuda material, e sim, trabalhar a personalidade das pessoas e o seu meio social. Ela também acreditava que a personalidade das pessoas poderia se atrofiar, sofrer alterações, dependendo do meio social e de motivos alheios à sua vontade. Seu grande mérito foi dar um estatuto de seriedade à profissão, mostrar que era mais do que uma simples caridade, descobrir técnicas que possibilitassem o exercício da profissão. 

Ana Maria Estevão também aborda neste capítulo três métodos de atuação em Serviço Social: o individual, de grupo e o de comunidade. O que antes era feito de modo individual, se desenvolve e agora abrange não só uma pessoa ou um grupo específico, mas sim, toda uma comunidade, visando a sua organização, melhoria das condições econômicas, sociais e culturais. Sendo o último, o Serviço Social de Comunidade, tornando-se o método privativo do Serviço Social.

No segundo capítulo “O feijão e o sonho: o Serviço Social descobre a luta de classes", a autora mostra a reação dos Estados Unidos após a revolução socialista cubana de 1959, onde se veem na obrigação de mostrar para os países latinos americanos idéias desenvolvimentistas, pois esses países eram de maioria analfabeta, faminta, culturalmente atrasada e economicamente subdesenvolvida e trazê-los para a modernidade capitalista com a intenção de fazer uma união povo-estado para promover o progresso de cinqüenta anos em cinco. O Serviço Social, principalmente no Brasil, se baseou no modelo americano para se modernizar. A meta do governo passa a ser o homem e não somente o crescimento econômico. Os assistentes sociais aceitam o desafio de participar desse novo processo e procuram formas para desempenhá-las. Para trabalhar dentro dessa nova perspectiva, o assistente social deveria ser quimicamente puro, inodoro, incolor e insípido diante dos problemas que lhe forem postos. Diante dessa situação, foi criada a Aliança Para o Progresso, que oferecia ajuda material e ideias desenvolvimentistas e era uma resposta aos problemas políticos e ao atraso cultural.

Com o florescimento da indústria, principalmente no Brasil, o Serviço Social acha um campo mais fértil para se desenvolver, mas sendo paralelo à sua atuação na área pública, pois nessa havia e ainda há certa autonomia em relação a outros campos de atuação. Porém, no momento em que se achava que havia todas as condições para a elaboração de uma concepção desenvolvimentista do Serviço Social, surgiram situações que levaram o Serviço Social tanto na América Latina, quanto no Brasil em uma profunda crise existencial: notou-se que, apesar dos métodos estarem corretos, estes dos países desenvolvidos, não davam certo em países subdesenvolvidos e que era impossível serem profissionais neutros, aplicando métodos de forma fria e descomprometida numa realidade com problemas sociais tão graves. Surgiu assim, a Geração 65, onde o Serviço Social descobre a luta de classes.

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