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QUESTÃO SOCIAL E SERVIÇO SOCIAL-MARILDA V. IAMAMOTO

Por:   •  20/10/2015  •  Resenha  •  975 Palavras (4 Páginas)  •  4.185 Visualizações

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Faremos aqui um breve resumo do terceiro item “Questão Social e Serviço Social” da primeira parte do livro “O Serviço Social na Contemporaneidade: trabalho e formação profissional” de Marilda Vilela Iamamoto.

A autora inicia esse item conceituando Questão Social “como o conjunto das expressões das desigualdades da sociedade capitalista madura, que tem uma raiz comum: a produção social é cada vez mais coletiva, o trabalho torna-se mais amplamente social, enquanto a apropriação dos seus frutos mantém-se privada, monopolizada por uma parte da sociedade”.

Aqui encontraremos o objeto de trabalho do assistente social, as expressões da questão social vivenciadas no cotidiano do mesmo de suas mais variadas formas; envolve sujeitos que vivenciam as desigualdades e a ela resistem e se opõem. Aqui obteremos um tensionamento em que se inserem os assistentes sociais, pois estão situados nesse espaço movidos por interesses sociais distintos, dos quais é impossível se separar ou fugir, pois compõem a vida em sociedade. Apreender a questão social é também captar as múltiplas formas de pressão social, de invenção e de reinvenção da vida construídas no cotidiano.

Dar conta dessa dinâmica parece ser um dos grandes desafios do Serviço Social, decifrar as múltiplas expressões da questão social, sua gênese e as novas características que assume na contemporaneidade, atribuindo transparência as iniciativas voltadas à sua reversão e/ou enfrentamento imediato.

A autora chama atenção quando diz que é necessário repensar a questão social, porque as bases de sua produção sofrem uma profunda transformação com as mudanças verificadas no padrão de acumulação do capital. A estratégia taylorista/fordista implicava a produção em série e em massa para o consumo massivo, constituindo a figura do “operário massa”; Henry  Ford demarca o padrão industrial do pós-guerra, complementando com políticas anticíclicas levadas a efeito pelo Estado, impulsionadoras do crescimento econômico. O Estado passa viabilizar salários indiretos para o consumo, estabelece-se algumas políticas sociais públicas, operando uma rede de serviços sociais, como uma das estratégias de reversão das crises cíclicas co capitalismo no pós-guerra.

Esse padrão (keynesiano) de desenvolvimento possibilitou o avanço de algumas conquistas no campo do bem-estar social, especialmente em países de primeiro mundo.

Em meados da década de 1970 eclode a crise desse padrão, a economia mundial apresenta sinais de estagnação, altos índices de inflação e mudanças na distribuição do poder no cenário mundial. O Japão e a Alemanha aparecem como países fortes e competitivos e os Estados Unidos deixam de ser a única força econômica no ocidente. Estabelece-se intensa concorrência por novos mercados, surge à competitividade intercapitalista exigindo mudanças no padrão de produção e flexibilidade no processo de trabalho, que vem acompanhada da desregulamentação dos direitos do trabalho, de estratégias de informalização da contratação de trabalhadores.

As empresas iniciam a contratação de mão de obra terceirizada, precarizando as relações de trabalho, reduzindo ou eliminando direitos sociais, rebaixando salários, estabelecendo contratos temporários, afetando assim os direitos conquistados no pós-guerra. Até mesmo o assistente social passa a ser um trabalhador polivalente, chamado a exercer varias funções -não necessariamente implicadas de suas atribuições- no mesmo tempo de trabalho e com o mesmo salário.

Vivencia-se a terceira revolução industrial que vem carregada de transformações sociais; o fenômeno do desemprego estrutural é visto hoje também nos países considerados desenvolvidos e as lutas sindicais encontran-se fragilizadas.

As transformações no mundo do trabalho vêm acompanhadas de profundas mudanças na esfera do Estado; em função da crise fiscal do Estado em um contexto recessivo, são reduzidas as possibilidades de financiamento dos serviços públicos.

O projeto neoliberal surge como uma reação ao Estado do Bem-Estar Social, contra a democracia; as ideias neoliberais são assumidas como a “grande saída”; mas não consegui atingir os fins econômicos para os quais surgiu, resultando em desemprego massivo, em cortes de gastos sociais e uma legislação anti-sindical e as privatizações.

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