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Renovação do serviço social

Por:   •  29/5/2015  •  Resenha  •  2.829 Palavras (12 Páginas)  •  315 Visualizações

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O PROCESSO DE RENOVAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL

O processo de renovação do Serviço Socialocorreu na crise do Serviço Social tradicional,que levou ao movimento de reconceituaçãodo Serviço Social latino-americano. A renovação doServiço Social brasileiro é discutida no estudo deJosé Paulo Netto sobre o Serviço Social, depois daditadura de 1964.No caso da América Latina, o movimento de re-conceituação do Serviço Social tradicional é “[...]parte integrante do processo internacional de erosãodo Serviço Social tradicional [...]” (NETTO, 2006, p.146).

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Isso quer dizer que o movimento de reconcei-tuação oi uma resposta local à crise internacional doServiço Social.

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Em resposta à crise e aos questionamentos dos movimentossociais acerca da sociedade burguesa e do Serviço Social tradi-cional, um grupo de assistentes sociais organizou o movimentode Reconceituação do Serviço Social Latino-americano, queocorreu de 1965 a 1975 (tema do texto da aula 3).

Segundo Netto (2006, p. 154), na erosão da basedo Serviço Social tradicional, “a refexão prossio-nal de desenvolveu em três direçes”: a perspecti-va modernizadora, a perspectiva da reatualizaçãodo conservadorismo e a perspectiva da intenção deruptura. Foi assim o início da renovação do ServiçoSocial brasileiro.O Serviço Social, na perspectiva modernizadora,ajustou-se ao projeto econômico do governo mili-tar. Na concepção da reatualização do conservado-rismo, deu um novo ormato a ele, e na perspectivada intenção de ruptura, pretendia romper com a suaherança conservadora.Netto (2006, pp. 152–153) também detectou trêsmomentos no processo de renovação:O primeiro, desencadeado na segunda metadedos anos 1960, oi marcado pelos seminários de te-orização do Serviço Social, promovidos pelo CentroBrasileiro de Cooperação e Intercâmbio de ServiçosSociais (CBCISS).

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O segundo momento, além do CBCISS, que semaniestou na década de 1970, incorporou as pro-duçes teóricas dos cursos de pós-graduação.

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O terceiro, que se desencadeou no início dos anosde 1980, agregou aos dois anteriores a AssociaçãoBrasileira de Ensino de Serviço Social (ABESS)ligada às agências de ormação, e entidades ligadasà categoria, como as associaçes prossionais, ossindicatos, entre outros.É possível dizer que, no Brasil, atores como a lutados subalternos contra a exploração e as maniesta-çes pela democracia, ocorridas no período de 1960a 1964, bem como o golpe militar de 1964 e a aber

PERSPECTIVA MODERNIZADORA DO SERVIÇOSOCIAL (SEGUNDA METADE DA DÉCADADE 1960)

Como oi dito, no contexto da ditadura, o Ser-viço Social na perspectiva modernizadora ajustou-se ao projeto de governo para atender ao “grandecapital”.O Serviço Social “modernizou” a sua metodologiae os cursos para ormar o prossional “moderno”para atuar nas instituiçes burguesas remodeladasdo regime militar:

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“[...] exige-se um assistente so-cial, ele mesmo, ‘moderno’ – com um desempenhocujos traços ‘tradicionais’ são deslocados e substi-tuídos por procedimentos ‘racionais’” (NETTO,p.123). Portanto, esse prossional moderno “[...]supe uma ormação bem diversa daquela que oi apredominante até meados dos anos 1960.” (NETTO,2006, p. 192).Yasbek (1996) chama a atenção para a diculda-de de se discutir a relação entre o Serviço Social ea sociedade no regime militar. Daí a ênase que osseminários de Araxá (1967) e de Teresópolis (1970)deram à metodologia do Serviço Social.A perspectiva modernizadora, segundo Netto(2006, p. 164), oi discutida e proposta no Seminá-rio de Araxá (1967), contudo, as ideias dessa pers-pectiva emergiram do

I Seminário Regional Latino-Americano de Serviço Social

, ocorrido em Porto Ale-gre, em maio de 1965.O principal representante da perspectiva mo-dernizadora é José Lucena Dantas. Para o autor,Dantas

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“[...] oereceu ao debate uma concepção

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“Sinteticamente, o ato central é que, no curso deste pro-cesso, mudou o

perfl

do prossional demandado pelo mer-cado de trabalho que as condiçes novas postas pelo quadromacroscópico da autocracia burguesa aziam emergir: [...].”(NETTO, p. 123).

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José Lucena Dantas desempenhou unçes de relevo (1970-1974) na Secretaria de Serviços Sociais do Governo do DistritoFederal, de docência, trabalhou no Conselho Interamericanode Bem-Estar Social, dedicando-se também à teorização do

extremamente articulada da ‘metodologia do Ser-viço Social’, eetivamente a mais compatível coma perspectiva modernizadora [...]” (NETTO, 2006,p. 180).

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Ele considera Dantas um proundo teorizador,pois as suas elaboraçes teóricas e os cursos e asconerências que ele proeriu atestam, “[...] indubi-tavelmente, que ele oi o assistente social que maisapurou as concepçes nucleares da modernizaçãodo Serviço Social no Brasil” (NETTO, 2006, p. 181,nota de rodapé no 140).De concepção uncionalista, Dantas “[...] era or-temente infuenciado pelas teses desenvolvimentis-tas e do bem-estar social emanadas de agências in-ternacionais” (NETTO, 2006, p. 181, nota de rodapéno 140).Em relação à orientação que a teoria unciona-lista deu ao Serviço Social, Vicente de Paula Falei-ros associa a posição neutra do assistente social à“neutralidade” dos uncionalistas. Portanto, a “[...]posição ideológica dos uncionalistas é a ‘neutrali-dade’, que se maniesta no Serviço Social [...]” (FA-LEIROS, 1983, p. 22).O uncionalismo “[...] busca a integração do ho-mem ao meio e tem como base o equilíbrio das ten-ses na unicação social de todos os papéis.” (FA-LEIROS, 1983, p. 22). No reerencial uncionalista, osistema deve uncionar na mais pereita ordem, casocontrário as disunçes precisam ser corrigidas.A perspectiva modernizadora “[...] constitui –sob todos os aspectos – a primeira expressão doprocesso de renovação do Serviço Social no Brasil”(NETTO, 2006, p. 164).

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