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Resenha sobre As Expressões do Conservadorismo na Formação Profissional

Por:   •  28/10/2019  •  Resenha  •  785 Palavras (4 Páginas)  •  229 Visualizações

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BOSCHETTI, Ivanete. Expressões do conservadorismo na formação profissional. In: Serviço Social e Sociedade. São Paulo, Cortez, 2015.

 A autora Ivanete Boschetti, em seu artigo “Expressões do conservadorismo na formação profissional”, desperta a reflexão dos assistentes sociais a respeito da crescente manifestação da linha conservadora no bojo da profissão e convoca a categoria para a reafirmação da atuação profissional em face do Projeto Ético-Político, que visa  romper com os parâmetros opressores do sistema capitalista e estabelecer a justiça social. Partindo deste sentido, se desenvolve ao longo do texto uma compreensão de como esse conservadorismo se revela no Serviço Social e o afeta, por isso  primeiramente se destaca a relação histórica deste na profissão. Ou seja, retomando o processo de formação do Serviço Social, que se constituiu com uma prática conservadora desde a década de 30 à 60 e afirmava uma prática moralizadora da questão social, mas a qual na década de 70 com o Movimento de Reconceituação, a perspectiva crítica é assumida na profissão e houve o rompimento com o modo conservador de atuação do assistente social.Com essa renovação da profissão, a mesma amadurece e estabelece diversas interações com a sociedade civil, se torna engajada nos movimentos sociais e bem como na luta e construção dos direitos sociais. Para tanto, a profissão que se orienta de forma hegemônica pela abordagem crítica- esta como foi citada, busca a emancipação social-  surgiu a necessidade de parâmetros que norteiem uma prática que adentre a essência da questão social, da realidade, que garanta a pluralidade na profissão e mantenha o diálogo com a classe trabalhadora, logo surge o Projeto Ético Político. Mas apesar de toda essa posição plural, o movimento conservador se mantém presente na profissão, pois este se concentra na lógica do capital e é alimentado por ele. Essa perspectiva não se exclui das demais áreas da realidade social devido ao movimento influente  do sistema capitalista, que no final do século XX e entrada do século XXI sofre novas crises (o que Netto destaca como algo impossível de não acontecer no capital, pois esse se compõe das crises), que apresenta a reestruturação produtiva do capital sobre o trabalho e a presença de uma ideologia que possa massificar essa relações de contentamento ao sistema, a exemplo da valorização do pós-modernismo e do neoliberalismo. Sendo assim o conservadorismo atualmente, tenta avançar para a atingir novamente a sua hegemonia, outrora rompida no século passado e nesse intuito tenta desvalorizar o caráter do Projeto Ético Político ao afirmar que existe um “fosso” entre a teoria e a prática, onde essas duas não dialogam e muito menos servem de forma alguma ao assistente social e suas demandas com o usuário. Vale destacar que essa assertiva não condiz com o caráter do Projeto Ético Político que aplica uma crítica a realidade social, busca uma ética e pluralismo na profissão e organiza teoricamente e politicamente através do conjunto CFESS/ Cress, Abepss e Enesso.Com essa aplicação, a autora vem destacando que além desse aspectos sobre a realidade social influenciada pelo sistema capitalista, ele ainda impacta o modo de produzir conhecimento com o Protocolo de Bolonha. Este promove uma contrarreforma no ensino superior, o que consequentemente gerou um processo de mercantilização e precariedade no acesso ao ensino superior. Os critérios aplicados por esse protocolo, o qual surgiu na Europa com a exigência dos instrumentos mundiais do capitalismo(Banco Mundial, Organização Mundial do Comércio e o FMI), teve ampla difusão pela União Europeia na entrada do século XXI e que foi amplamente difundido a outros países, inspirado na Declaração de Sorbone na França, ocasionando a flexibilização do ensino superior e seu atendimento aos padrões de mercado. Inclusive o Brasil, se insere na nova dinâmica do ensino superior e formalizou na década de 90 a chamada LDB- Lei de Diretrizes e Bases da Educação reconstituindo o ensino superior e valorizando o ensino privado em favor do público(algo observado desde o governo de Fernando Henrique Cardoso, até o governo do PT com Lula e Dilma). Ao Serviço Social é provocado um enorme contingente de novos profissionais nos últimos anos de nossa atualidade, pois existe uma crescente valorização do ensino privado e das EADS, tornando o curso a terceira categoria mais procurada no ensino a distância. Isso implica o questionamento de até que ponto esses profissionais conseguiram compreender a essência social e aplica-la a realidade, pois se exige junto ao usuário uma intervenção que vise a emancipação social. Portanto, fica como reflexão segundo a autora, repensar e  reafirmar o caráter do Projeto Ético-Político na profissão para uma emancipação social e afastar o mal conservador da profissão que tenta difundir um positivismo e pós-modernismo no bojo da profissão, cabe ao assistente social resistir coletivamente esse levante capitalista na profissão.

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