Tematica para estagio

Temática para Estudo : 

A juventude ou seja o segmento etário que vai dos 15 aos 24 anos que participem das atividades da Associação bem como seus familiares, seu cotidiano e suas relações. Para que possamos desenvolver um trabalho sócio educativo com objetivo de buscar autonomia individual e coletiva do público alvo.

Problema:

Segundo o plano de Trabalho do Projeto Assistencial do Jardim Lavinia, a literatura especializada mostra que a juventude depara-se com diversas dificuldades no processo de desenvolvimento psicossocial, devido à condição de vulnerabilidade social comum a essa faixa etária. Jovens são indivíduos em constante construção social e histórica, que enfrentam transformações no âmbito biológico, físico, psíquico e social. As famílias de regiões periféricas são consideradas mais vulneráveis diante da situação de pobreza que podem se encontrar , os jovens face a esta realidade deixam, muitas vezes, de buscar condições para o desenvolvimento de sua identidade. Pode-se considerar que a pobreza ou a situação de vulnerabilidade social não se restringe à baixa renda ou ao desemprego, mas também a instabilidade econômica gerada pelo emprego informal, o não acesso à informação e equipamentos de esporte, cultura, lazer e assistência social. Ou seja, a pobreza é a expressão de tudo aquilo que impede a autonomia individual e coletiva.

Na cidade de São Bernardo do Campo a realidade dos jovens não é muito diferente. Percebe-se que o governo municipal tem o interesse em intervir nessa realidade através de programas sociais voltados para a juventude como é o caso do Programa Juventude Cidadã, porém a grande maioria das oficinas desse programa são realizadas na região central da cidade, o que dificulta o acesso dos jovens moradores da periferia.

O Bairro Jardim Lavínia não se diferencia dos demais bairros de periferia do Município, local em que até dois anos atrás era uma favela composta por barracos de madeira, esta realidade está passando por um processo de transformação gerado pela urbanização e regularização fundiária, mas a situação de risco e vulnerabilidade social das famílias ainda é predominante.

Diante desta problemática desenvolveremos um trabalho sócio –educativo buscando a autonomia (individual e coletiva) dos jovens e seus familiares que participam das atividades realizadas pela associação amigos do Jardim Lavinia.

Suporte Teórico:

Segundo Silvia Losacco^[1], a primeira questão a ser discutida é qual a concepção de jovem e de família mais corrente nos dias de hoje e a segunda é como se tem estabelecido os laços entre jovens com outros jovens, com sua família e com a sociedade.

Entende-se por família a célula do organismo social que fundamenta uma sociedade, local onde se nasce as histórias pessoais, é a instância predominante responsável pela sobrevivência de seus membros, lugar de pertencimento, pela introjeção de valores e pela formação de identidade.

Temos que entender que apesar de a instituição família estar em processo de desestruturação, de desagregação, em crise ou com problemas, ela continua sendo o “porto seguro” dos jovens.

A nova concepção de família hoje esta mais baseada no afeto do que nas relações consangüíneas, parentesco ou casamento. Hoje a família deixa de ser aquela constituída unicamente por casamento formal, temos várias formas de família  como aquelas onde o grupo é formado por um dos pais, netos , sobrinhos, mãe solteira, indivíduos do mesmo sexo.  

Essas alterações incidem sobre a qualidade da apreensão da função e do desempenho dos papéis intra e extra núcleo familiar. A complexidade dessa estruturação, criando diferentes organizações e modos de relacionamento, nos obriga a desenvolver uma capacidade para aceitar a família tal como ela se constitui.

É relevante assinalar, que hoje, o tempo destinado à convivência familiar é mais escasso, seja por maior jornada de trabalho em razão de necessidades econômicas, seja por solicitação de atividades externas exercidas individualmente ou com grupos extra familiares. Este processo favorece o enfraquecimento da coesão familiar.

Destacamos ainda a influência das mídias de massa, com destaques para a televisão, rádio e internet. A televisão e o rádio por atuando de forma unilateral, e na maioria das vezes de forma a não contribuir para o seu pleno

 desenvolvimento. A televisão quase sempre funciona como uma faca de dois gumes, ela aliena, ela e desperta. O principal ponto é o estímulo gratuito ao erótico. A mídia exerce uma influência negativa quando exibe modelos comportamentais que podem ser seguidos, sem que sejam avaliadas as conseqüências, como situações de violência, uso de drogas e sexo. Os jovens são facilmente influenciados pela mídia, pois estão numa delicada fase de transição, na qual fazem de quase tudo para chamar atrair a atenção. Pode também despertar de forma precoce um distúrbio psicológico em função da influência da mídia.

Temos que nos aprofundar na reflexão do que é ser jovem, frente ao contexto familiar, há várias definições entre elas por escolaridade, por idade,  pelo início da puberdade, etc. A fim de transpor as dificuldades de modo a garantir  a qualidade para a vida adulta, o jovem necessita de parceiros que o ajudem a construir formas adequadas de superação de incertezas e dos conflitos advindos de novas experiências corporais e relacionais.

As possibilidades e, como conseqüência, as qualidades do enfrentamento das vulnerabilidades advindas dessas mudanças estão diretamente ligadas às condições sociais a qual esse indivíduo se insere. No relacionamento com indivíduos desta faixa etária, iremos nos deparar com uma multiplicidade de identificações contemporâneas e contraditórias, por isso , o adolescente se apresenta como vários personagens: é uma combinação estável de vários corpos e identidades. Entrar no mundo adulto significa desprender do mundo infantil, o que muitos jovens não estão preparados.

O adolescente é um viajante que deixou um lugar mais ainda não chegou no seguinte. É um período de contradição, confuso, ambivalente e às vezes doloroso. Ele provoca uma verdadeira revolução no seu meio familiar e social. Por sua capacidade de abstração, adquire amplitude para questionar os princípios sociais, coloca-os em xeque, busca seus próprios valores. Para o adolescente questionar a sociedade significa, portanto, questionar valores, a estrutura, o status quo, para que, mediante esses questionamentos, ele possa buscar seus próprios valores e determinar sua identidade.