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Uma Análise Sobre a Ditadura Civil-Militar 1964 e o Golpe de 2016

Por:   •  11/10/2016  •  Trabalho acadêmico  •  3.387 Palavras (14 Páginas)  •  324 Visualizações

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Universidade de Brasília – UnB          [pic 1]

Instituto de Ciências Humanas - IH 

Departamento de Serviço Social – SER 

Graduação em Serviço Social

Uma análise sobre a Ditadura Civil-Militar 1964 e o Golpe de 2016

 

Brasília – 2016

Disciplina: Fundamentos Históricos e Teórico-Metodológicos do Serviço Social 2

“Pensar o passado para compreender o presente e idealizar o futuro”

Heródoto

Introdução

O presente trabalho é uma análise sobre a Ditadura Civil- Militar que ocorreu no ano de 1964 e do Golpe que está ocorrendo agora em 2016 com o impeachment ilegítimo da presidenta Dilma Rousseff.

É objetivo deste citar alguns aspectos políticos, econômicos e sociais dos dois Golpes. Está organizado em 7 tópicos, sendo eles: A Relação Estado x Capital, A Classe Média, Movimentação Popular, Legitimação Legal, Argumentos a favor, Articulação Política e O Golpe de 64, o de 2016 e o Brasil.

Cada tópico trará fatos de ambos os Golpes a fim de fazer uma comparação entre eles e facilitar a análise. Tendo que vista de que existem vários fatores semelhantes das duas épocas tanto no contexto histórico como o Brasil em crise e a economia instável, as manifestações populares ocorrendo em grande frequência, a força dos movimentos sociais, a presença do conservadorismo e de uma direita que manipula dados a seu favor, entre outros.

Compreendendo os motivos que culminaram tanto em 1964 com em 2016 a saída dos presidentes eleitos, será possível ter uma melhor visão do contexto político a que estamos inseridos e assim relacionando com o visto na disciplina de Fundamentos Históricos e Teórico-Metodológicos do Serviço Social 2.

Relação Estado x Capital

   

  O Estado, nos marcos da sociabilidade burguesa, atende as necessidades reprodutivas do sistema do capital. Isso é algo tão notório em marcos históricos como, por exemplo, a ditadura civil-militar de 1964. Como diz Fernando de Araújo e Juliana Carla (2013), ‘’Nesse contexto, retomar o exame acerca dos fundamentos ontológicos do Estado moderno, à luz dos pressupostos marxianos, de modo a demonstrar sua relação com a reprodução econômica do capital, não é apenas de máxima importância, como ainda de extrema atualidade’’. Levando em consideração que esses autores escrevem a respeito de uma contemporaneidade que muito se assemelha aos anos de 1964.

      O mesmo se torna uma necessidade social em uma sociedade de classes. O Estado é um atributo da vida social que tem por base a divisão hierárquica do trabalho e a propriedade privada. Surge quando os antagonismos da sociedade se tornam cada vez mais dominantes, e as mediações entre estes começam a ser necessárias. Em sua modalidade moderna, a ação do Estado está estreitamente determinada pelas necessidades do sistema reprodutivo do capital.

      O Estado brasileiro agiu durante a Ditadura Civil-Militar através da prática de vários Atos Institucionais que colocavam em prática a censura, a perseguição política, a supressão de direitos constitucionais, a falta total de democracia e a repressão àqueles que eram contrários ao regime militar, para, assim, manter sua relação com o sistema reprodutivo do capital. O golpe de 1964 foi alegado pelos militares como sendo um combate a uma ameaça comunista no país, mostrando que o Estado estava preocupado com sua relação com a base material da sociedade.

      A relação Estado-Capital pode ser decisória para um futuro de uma sociedade como vimos nos nossos dias com o Golpe de Estado, onde um governo estabelecido por meios democráticos e constitucionais é derrubado de maneira ilegal, como foi no caso da presidente Dilma Rousseff. Esse cenário muito se assemelha ao que foi visto nos anos passados, pois a classe média e a imprensa (que, na maioria das vezes, apoia) querem reproduzir a relação Estado-Capital e mantê-la constante e sem interrupções.

Classe Média

O governo vigente no período anterior a Ditadura Civil Militar de 1964, era o de João Goulart, este desagradava parcela da população devido as suas reformas de base. Outra medida era uma maior intervenção do Estado na economia, acompanhado de um controle de lucros para o exterior. Portanto, se priorizava o desenvolvimento nacional e diminuição da desigualdade social, a burguesia seria então fortemente abalada. Do mesmo modo que se sentia ameaçada de perder lucros ao se diminuir os investimentos do capital estrangeiro, devido sua forte dependência.

Esses eram alguns dos motivos pelo qual a burguesia era contra esse governo, e auxiliou durante o pré-golpe para a sua retirada. Algo semelhante ocorreu recentemente no governo da presidente Dilma, onde uma disseminação de informações destorcidas e muitas vezes aumentadas sobre a forma de governo da presidenta.

Durante o segundo mandato do governo da presidente, em 2016, os meios de comunicação em massa criaram um ódio, devido pedalas fiscais realizadas em seu primeiro mandato, argumentando que este é um crime de responsabilidade fiscal e o suficiente para um impeachment. É importante ressaltar que outros governos também realizaram essas pedaladas, como o do governo Fernando Henrique Cardoso.

A burguesia aliada a mídia disseminou um pensamento que estas pedaladas eram a causa da crise no Brasil, isto não fez com que o país entrasse em crise como muitos acreditam, por causa de informações equivocadas, pois essa é uma crise mundial. Outro discurso foi utilizado por esses, o de que o governo Dilma era corrupto, assim como o todo o PT, que eles roubaram o país e além disso investiram em programas que beneficiávamos pessoas a serem carregadas por esses benéficos e por isso não precisariam trabalhar, ao invés de investir na economia para depois pensar em classes mais abastadas.

Através de constantes ataques ao governo a mídia conseguiu manipular parcela da população, essa fez com que a sociedade pensasse que por isso não havia dinheiro e que o país estaria em crise e para sair dessa crise será necessário fazer cortes nos orçamentos destinados aos direitos sociais. A presidenta então contrariou os grandes burgueses, ao prioritariamente definir os recursos para programas sociais e não para o setor financeiro.

Essa classe atuou de forma ativa nos dois processos de Golpe de Estado anteriormente citados, atuando por meio da mídia. No período do João Goulart o mundo estava na Guerra Fria, os meios de comunicação se apropriaram da ampliação de direitos sociais para falar que o país sofria uma ameaça comunista, devido sua inclinação para a esquerda.

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