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Músicas Como Recurso de Ensino sobre a Ditadura Civil Militar

Por:   •  13/1/2023  •  Artigo  •  2.597 Palavras (11 Páginas)  •  140 Visualizações

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Músicas como recurso de ensino sobre a Ditadura Civil Militar

MORAIS, Bruna Francieli

Licenciando em História no Centro

Universitário Internacional Uninter

BONFIM, Lucilia Maria Goulart de Andrade

RESUMO

Este trabalho analisa como foi a censura de músicas na época da Ditadura Civil Militar, época essa muito traumática para a cultura brasileira, onde tudo passava pela censura, desde peças teatrais ate noticias no jornal eram barradas. Tal problemática consiste em explicar como foi que compositores faziam para não serem censurados e falar um pouco sobre os grupos de artistas como atores, poetas, escritores, músicos, cineastas, etc. e em como eles lutaram e enfrentaram a repressão, para que a cultura de modo geral não acabasse, ou caísse no esquecimento, ou que as pessoas enxergassem como uma subversão. Essa questão mostrar a importância da liberdade de expressão para as pessoas, foi uma luta muito grande. Foram criados muitos festivais musicais, onde artistas poderiam se expressar. Muitas canções da época são cantadas ate nos dias de hoje. O objetivo principal deste estudo é analisar músicas escritas na época, nesse artigo duas músicas serão analisadas, uma música do Chico Buarque de Holanda e outra do Caetano Veloso, são elas ‘Cálice’ e ‘Caminhando contra o vento’. Essas duas músicas denunciam um pouco do que acontecia naquele período tão sombrio. Para isso, foram feitas pesquisas em livros, revistas, filmes e artigos que falam com mais detalhes sobre o que aconteceu naquela época.

Palavra-chave: ditadura, musicas, censura

Introdução

O artigo pretende falar um pouco como a música foi e ainda é importante para o aprendizado sobre a História, principalmente da época da Ditadura Militar, onde houve uma grande censura. A Ditadura durou 21 anos de 1964 a 1985, e o ápice foi o Ato Institucional n°5, que foi decreto do dia 13 de dezembro de 1968, que dava o poder para ao Presidente da república de cassar mandato de políticos de oposição, era proibido manifestações contra o governo militar, foi suspenso o direito de habeas corpus em caso de crime contra a ordem; impôs censura a jornais, revistas, peças de teatro, música e livro.

O AI-5 foi uma resposta ao deputado Marcio Moreira Alves, que pediu aos brasileiros que boicotassem as comemorações de 7 de setembro daquele ano, a câmara dos deputados negou o pedido para que o deputado fosse processado por esse ato.  O ato institucional tornou-se uma forma de ameaça a qualquer resistência ao regime militar. Os 12 artigos e os 15 parágrafos davam total poder ao presidente para governar sem nenhuma democracia, podendo assim decidir por todo o país.

Segundo a Comissão Nacional da Verdade estima que cerca de mais de 400 mortos e desaparecidos entre os anos de 1964 a 1985. A censura sobre os meios de comunicação foram os mais prejudicados. Jornalistas, cantores e artistas, no geral, foram perseguidos e torturados, alguns até a morte. A música nos ajuda a contar um pouco como foi esse período tão sofrido e turbulento.

Metodologia

Este artigo é uma pesquisa bibliográfica, foi analisado o que é falado de músicas censuradas na época da Ditadura militar. Foram utilizadas duas músicas, que são ‘Cálice’ do Chico Buarque e ‘Caminhando contra o vento’ do Caetano Veloso. Foi pesquisado em artigos, livros e sites que citam esse tipo de assunto.

Revisão bibliográfica

Anos antes do golpe foram de grandes mudanças politicas. Em janeiro de 1961, Jânio Quadros empossou como presidente da republica, mas, em agosto daquele mesmo ano renunciou. Na época os ministros militares tentaram impedir a posse do vice presidente, João Goulart, as reações ao veto dos militares foram de grande comoção tanto na sociedade quanto no Congresso, pela constituição quem devia assumir o cargo era o vice presidente. Varias greves surgiram exigindo o comprimento da Constituição. Sendo assim, João Goulart assumiu seu lugar na presidência em 7 de setembro de 1961. Jango representava uma ideia parecida com as de Getúlio Vargas, considerada pelos militares ideais comunistas. Uma das questões era as reformas estruturais, principalmente a reforma agraria. O governo de Jango foi de intensa ensinamento politico para a sociedade. No ano de 1964, Jango, se viu sem saída, onde parte da população temiam que o ‘comunismo’ dominassem o país, onde no Congresso de maioria conservadora não apoiava o projeto de reforma agraria sem a devida indenização aos latifundiários. Sendo assim militares já se articulavam para depor o presidente

Golpe militar de 64 se deu inicio, quando no dia 31 de março de 1964, tanques do Exercito foram enviados ao Rio de Janeiro, onde ate então estava o Presidente João Goulart. Dia 15 de abril, daquele ano, o general Castello Branco tomou posse, dando inicio a ditadura militar que durou ate 1985, onde começou a temporada de violência por parte dos militares. O Estados Unidos teve uma forte influência sobre os países da América Latina, propagando a ‘ameaça comunista’ sobre estes países, ganhando assim, apoio da classe media brasileira. Foi um período onde pessoas contrarias ao regime como lideranças sindicais, parlamentares e militantes foram cassados e presos. Estudantes, intelectuais e artistas se manifestaram contra a repressão. Foram realizadas milhares de passeatas e manifestações, a ‘Passeata dos cem mil’ foi um dos marcos da luta contra a ditadura.

O Ato Institucional n°5, foi sancionado em dezembro de 1968, conhecida como o pior momento do golpe. O Congresso foi fechado por tempo indeterminado; o habeas corpus foi suspenso para crimes políticos; mandatos de deputados, prefeitos, governadores e senadores foi cassado; foi declarado estado de sitio; proibiu qualquer tipo de reunião e criou a censura antecipada. Muitos configuram o AI-5 como golpe dentro do próprio golpe. Com o endurecimento do regime, uma parte da esquerda escolheu enfrentar o regime, optando assim pela luta armada, buscaram referencias nos movimentos de guerrilhas. Em reposta ao movimento, os militares, responderam com violência contra esses grupos de esquerda. As organizações armadas foram destruídas com muitos mortos, presos, exilados e desaparecidos.

A cultura foi muito usada como forma de resistência, o período foi de grande importância cultural e artística para o país. Assim, como peças de teatro, poesias e outras obras feitas nessa época, a musica estava ‘na mira’ da censura pelos militares. Apesar disto, muitos artistas, cantores cineastas eram contrários ao regime e foram tratados como subversivos. As letras de musicas da época eram feitas com muitas metáforas, para se livrarem da censura e não serem condenados  por serem opositores ao regime. Com o AI-5 muitos artistas passaram a serem interrogados com mais frequência nas instituições de repressão do governo militar.

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