Weber Metodologia das Ciências Sociais

Questionário sobre o texto: Giddens, Anthony. “Os ensaios metodológicos de Weber”. In: Capitalismo e moderna teoria social. Lisboa. Editorial Presença. 1984.

1. No texto anterior, Comte faz uma classificação das ciências. Max Weber não concorda. Explique.

2. Por que a distinção entre as ciências naturais e sociais poderá levar a um “idealismo semimístico”?

3. Explique a diferença entre as proposições factuais e normativas, e a afirmação de Giddens de que para Weber “Uma disciplina empírica não tem a possibilidade lógica de definir, de modo científico, ideais do que ‘deve ser’”.

4. Explique como Weber dá um exemplo do anterior ilustrando com o caso do socialismo revolucionário.

5. Por que Weber considera que não pode haver uma ética universal?

6. Qual a diferença que Weber sinaliza entre a “ética dos fins últimos” e a “ética da responsabilidade”? Como Weber explica o caráter religioso da ética e conduta dos “fins últimos”?

7. Por que não podemos conseguir uma descrição completa da realidade?

8. Por que uma única causa ou série restrita de causas não poderá oferecer uma descrição “completa” de um fato ou indivíduo histórico?

9. Como são escolhidos nas ciências sociais os problemas a investigar?

10. Explique o que é um “tipo ideal” para Weber e como é elaborado.

Respostas:

1. Comte acreditava que as ciências se ordenavam a partir de uma hierarquia empírica e lógica. Sendo assim, a ciência social é considerada uma simples aplicação de pressuposições e métodos das ciências naturais no estudo dos seres humanos. Weber discordava, pois para ele, existiam duas ordens diferentes de ciências, a natural e a cultural.  

2. Os métodos das ciências naturais não são aplicáveis ao universo das ações humanas, fazendo com que seja necessário recorrer a processos inexatos e intuitivos. A distinção das ciências naturais e ciências sociais é o que introduz o idealismo semimístico.

3. A diferença entre as proposições se dá, pois as proposições factuais são definidas como “as coisas que são” e as normativas, “coisas como deveriam ser”. Para Weber, a ciência não tem condições factuais de resolver ou questionar o que deveria ser. Uma disciplina empírica deve ter algo concreto, que tenha finalidade. Sendo assim, “nenhum conhecimento científico que um homem deva considerar determinado fim como um valor”, segundo Weber.

4. Weber recorre ao exemplo do socialismo revolucionário para ilustrar as afirmações anteriores, uma vez que, implantado o socialismo através de meios revolucionários, se faz necessário o uso da força para que as mudanças necessárias sejam levadas em conta. No entanto, para a aplicação da força, é negado algumas das liberdades propostas pelo ideal socialista.

5. Segundo Weber, não há uma ética universal, pois não é possível provar caso um ideal ou um conjunto de ideais, esteja certo ou errado. Não há nenhuma ética que possibilite a avaliação de todos os momentos que vivemos os ideais e os significados que a explicam nascem dos acontecimentos históricos e não apenas de uma ética universal.

6. Para Weber, o homem que adota a “ética dos fins últimos” dirige toda a sua conduta política em função da busca de um ideal, desprezando a racionalidade dos meios. Já a “ética da responsabilidade” se preocupa consequências reais da ação e suas intenções e não só com a finalidade de uma ação. O caráter religioso da ética dos fins últimos se da pelo fato de que, quando uma ação acarreta em maus resultados o agente daquela ação não se culpabiliza, pois para ele aquele resultado foi responsabilidade não dele, mas dos outros que o cercam ou da vontade de Deus, assim zelando pela pureza de suas intenções.