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Ética Serviço Social

Por:   •  16/8/2017  •  Resenha  •  1.630 Palavras (7 Páginas)  •  271 Visualizações

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1930 – 1950:

A construção do Serviço Social pode ser notada, como processos sócios históricos que atuam diretamente nas expressões da “questão social” que antigamente eram classificados como sequelas sociais, que eram/são resultados da forma de produção capitalista. O princípio norteador do Serviço Social independente do contexto e momento histórico era o conservadorismo moral.

No Brasil a classe burguesa era vista como a criadora do progresso, mas ao mesmo tempo ela trazia consigo a contrariedade que fazia com que aumentassem os “desajustes”, a inserção de toda uma família na produção fazia com que ocorresse o desmanche dos laços comunitários e familiares. O Serviço Social em suas bases da formação profissional contava com os termos ético-morais e ídeo-políticos que eram evidentes no conservadorismo contido em projetos sociais e na cultura brasileira, que estavam presentes na socialização através, da internalização de valores, normas de conduta e deveres que faz parte da formação moral dos indivíduos sociais.

As Escolas de Serviço Social eram cursos praticamente originários do sexo feminino, devido a sua vinculação com o pensamento católico junto das classes dominantes, acabavam por disponibilizar atividades de cunho moralizador. O pensamento positivista era visto como uma forma de defender a ordem e assim, ver a ordem social como “harmônica”. As lutas sociais segundo o positivismo eram vistas como “desordem”, logo, toda uma articulação da harmonia social justifica-se com o intuito de “superação” dos “conflitos” sociais, a aceitação da ordem social dada, trata-se de uma forma de coesão social.

A Questão Social representa uma expressão específica da luta de classes, marcada a partir da segunda metade do século XIX na Europa, a consciência de classe uma proposta político ideológica. Educação moral como elemento fundamental no combate à” desordem” social tem por objetivo o combate político aos movimentos operários, ou seja, a conservação da ordem social. A procura dos trabalhadores por melhores condições de trabalhos eram vistas pelos conservadores como possibilidade de ruptura com a ordem social. A “questão social” naquela época, era vista como uma resposta politica de várias forças sociais, mas, que ao mesmo tempo era uma reação de caráter conservador que participavam das estratégias do Estado capitalista, através do projeto social da Igreja e pelo Serviço Social. Segundo Leão XIII, ele defendia que a desigualdade era natural e necessária à reprodução harmônica, levando-se em consideração que a luta de classes eram contra a natureza da sociedade. O Estado então, diante das expressões sociais criou formas para poder articular intervindo como coerção e consenso que eram, através de políticas sociais que possuía caráter contraditório, pois, defendiam as duas classes antagônicas.

O Estado estabelece mediação ético-moral entre os indivíduos e a sociedade, com isso descaracteriza-se aparentemente de suas funções coercitivas, burocráticas e impessoais. Tornando-se possível que as relações entre homens objetivem-se como relação entre coisas, pois a própria exteriorização de um e de outro se dá segundo a lógica da posse e do consumo. O individualismo favorece a valorização da subjetividade e de uma moralidade individualizada em torno da singularidade do eu que se opõe à sociabilidade. As políticas sociais, os direitos sociais aparecem como benefícios, o que conduz ao reconhecimento da face humanitária do Estado e ao auto-reconhecimento do indivíduo como subalterno.

A origem das Escolas do Serviço Social a princípio tinham como ponto central o estudo da Filosofia e Ética que junto à filosofia tomista, possuíam o pensamento conservador. Segundo essa filosofia o homem deveria buscar sempre fazer o bem, assim, ele estaria mais próximo de Deus e posteriormente da perfectibilidade que era entendido como algo da natureza humana. O Estado e a Igreja perante a sociedade selecionavam as mulheres que eram tidas como as gerenciadoras do agir bem, afim de, atualizar as potencialidades humanas. Essa foi uma das formas que o Estado e a Igreja encontraram para que não houvesse a sua intervenção na família e assim, evitar conflitos.

Portanto, podemos perceber que a ação profissional tinha por objetivo eliminar os desajustes sociais através de uma intervenção moralizadora de caráter individualizado e psicologizante; os problemas sociais, julgadas moralmente segundo uma concepção de normalidade dadas pelos valores cristãos.

1960 – 1970:

Corresponde a um ethos fundado, rigidamente, na autoridade, ordem e tradição, um conservadorismo moral que forma alienação moral: reproduzindo preconceito e se opondo a liberdade.

Maria Lúcia Barroco, descreve a década de 60 como revolucionária devido a potencialização de ruptura com ideologia e princípios de moralização de costumes, como a família e o papel feminino. É nesta década que alargam-se as bases para emancipação da mulher, sua inserção no mercado, na educação superior, vida pública e defesa dos direitos políticos e sociais. Ao lado desta “luta” feminina, a juventude entra em cena, marcadas por eventos em maio de 1968 na França e questionamentos da sociabilidade. A autora coloca como “anos rebeldes” uma recusa radical das normas, valores e formas de ser. Assim, apontam uma atitude ética crítica, desobediência civil, transgressão das normas, dentre outros.

Nos anos 60, Barroco diz que “vincula-se duas dimensões da vida profissional: a dimensão da vida cotidiana, espaço da singularidade e do enfrentamento de conflitos éticos e de questionamentos em face do papel “feminino”, do preconceito e do moralismo, o que põe condições para uma reflexão crítica, capaz de mediatizar os questionamentos empíricos; e a dimensão das intervenções práticas” (p. 102), vincula-se a profissão a projetos democráticos o que permite a ampliação de consciência ético-política e construção de uma moralidade fundada na liberdade.

Nos anos 60/70, o terceiro mundo é marcado por revoluções, na América-latina é marcado pela crise de acumulação e pela política desenvolvimentista. As estratégias políticas partiram da intervenção norte-americana que tendia a uma hegemonia das américas.

Houve uma aproximação da juventude com a igreja em busca de um ethos militante que se recusava a sociabilidade burguesa, assim, nessa perspectiva evidencia aproximação vinculando pensamento marxista e cristão abrindo possibilidade à construção de um ethos tradicional.

Em nível mundial o Serviço Social evidencia um processo de erosão das bases tradicionais, condições expressas

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