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A Fisiologia do Sistema Respiratório

Por:   •  22/9/2025  •  Projeto de pesquisa  •  587 Palavras (3 Páginas)  •  34 Visualizações

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FISIOLÓGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO E DADOS EPIDEMIOLÓGICOS EXTRAÍDOS DO DATASUS.

INTRODUÇÃO

Conforme descrito por Guyton & Hall (2021), o sistema respiratório é extremamente sensível às variações na qualidade do ar, dada sua função essencial na troca gasosa entre o ambiente e o organismo. A difusão dos gases ocorre do local de maior para menor pressão parcial, e a eficiência desse processo depende de fatores como a integridade da membrana respiratória e a adequada relação ventilação-perfusão (V/Q). A exposição a poluentes atmosféricos pode causar inflamação e lesões nos tecidos respiratórios, resultando no espessamento da membrana alvéolo-capilar, o que compromete a troca gasosa e reduz a oxigenação dos tecidos. Além disso, compostos químicos inalados podem interferir na solubilidade e no coeficiente de difusão dos gases, especialmente do oxigênio (O₂), agravando sintomas como dispneia e hipoxemia.

RESULTADOS

No período de 2014 a 2024, o Brasil registrou um total de 12.632.314 internações por doenças do aparelho respiratório no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), segundo dados do DATASUS. Entre 2014 e 2019, os números mantiveram-se relativamente estáveis, com médias anuais superiores a 1,1 milhão de internações. Em 2020, observou-se uma queda significativa, com 761.841 registros, reflexo direto dos impactos da pandemia da COVID-19 sobre a dinâmica hospitalar. Nos anos seguintes, houve uma recuperação gradual, com 774.626 internações em 2021, superando 1,3 milhão em 2023 e 2024.

Quando analisada a distribuição regional dessas internações ao longo do mesmo período, verifica-se que a Região Sudeste concentrou o maior número absoluto, com 4.732.845 casos. Em seguida, destacam-se as Regiões Nordeste (3.247.743) e Sul (2.552.774). Já as Regiões Norte e Centro-Oeste apresentaram os menores totais, com 1.108.208 e 990.744 internações, respectivamente. Esses dados revelam não apenas a magnitude da demanda por atendimento hospitalar relacionada às doenças respiratórias, mas também a existência de variações expressivas entre as diferentes regiões do país.

DISCUSSÃO

Baseando-se nos fundamentos da fisiologia respiratória descritos por Guyton & Hall (2021), é possível compreender como as alterações estruturais provocadas pela exposição a poluentes atmosféricos comprometem diretamente as trocas gasosas. A inalação contínua de substâncias tóxicas reduz a pressão parcial de oxigênio (PO₂) e eleva a de dióxido de carbono (PCO₂) nos alvéolos, principalmente em indivíduos expostos cronicamente à poluição. Doenças como asma, bronquite crônica, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e enfisema estão fortemente associadas a ambientes poluídos, que afetam a relação ventilação-perfusão (V/Q) e desencadeiam distúrbios como o shunt fisiológico e o espaço morto fisiológico. Esses mecanismos levam à redução da eficiência respiratória e à perfusão inadequada das áreas ventiladas, contribuindo significativamente para quadros de hipoxemia.

Nesse contexto, a redução acentuada nas internações por doenças respiratórias em 2020 pode ser interpretada não como uma melhora epidemiológica, mas como um reflexo direto da pandemia da COVID-19, que alterou as rotinas hospitalares, priorizou os atendimentos relacionados ao novo coronavírus e ocasionou subnotificações de outras condições clínicas. A partir de 2021, observou-se uma retomada gradual dos fluxos assistenciais, com aumento progressivo nas internações, o que pode também indicar o agravamento de doenças respiratórias previamente negligenciadas e a intensificação dos efeitos da exposição prolongada aos poluentes atmosféricos.

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