A RESULTADO E DISCUSSÃO

3 RESULTADO E DISCUSSÃO

A pesquisa contou com 56 pescadores e marisqueiras ainda em suas funções nas regiões banhadas pela lagoa Mundaú-Manguaba em Maceió-AL. A caracterização da amostra está na Tabela 1 abaixo:

Tabela 1 Distribuição absoluta da caracterização da população dos pescadores e marisqueiras.

Conforme observado acima, avaliou-se 56 pescadores e marisqueiras. Todos os sujeitos da pesquisa tinham uma faixa etária de 60,40 ± 18,80 anos, quanto à escolaridade, a maioria está com ensino fundamental incompleto 32%. Os achados referentes aos hábitos de vida, 60% relataram não fumar, 41% disseram não fazer uso de bebidas alcoólicas, 58% faziam uso aos finais de semana ou em ocasiões especiais.

O tabagismo representa um dos fatores de risco para eventos cardiovasculares, mas nesse estudo, apenas 26% dos pescadores eram fumantes. Uma justificativa desse achado é resultante das ações de educação em saúde anti-tabágicas que são realizadas pelos agentes de saúde, além das campanhas publicitárias divulgadas nas carteiras de cigarro. Resultados semelhantes foram encontrados por Audi et al.17 em investigação de fatores de risco cardiovasculares entre servidores de instituição prisional. Um dos motivos apontados para a reduzida prevalência de tabagismo (11,3%) seria a política restritiva nacional para a redução do uso do fumo.

O consumo de bebida alcoólica foi referido por quase metade dos participantes (58%). O uso de bebida alcoólica potencializa o risco para a evolução das doenças cardiovasculares. No entanto, em uma pesquisa realizada por Oliveira em 2013, onde ele mostra um estudo na costa do mar Egeu da Turquia com 1.166 pescadores artesanais de 76 portos o consumo de álcool foi alto (68%). Alguns autores consideram que os pescadores artesanais recorrem a bebidas para conseguirem aliviar o estresse e as dificuldades inerentes do oficio.  

Uma das maiores preocupações de âmbito nacional envolvendo a incidência de anemia é a carência nutricional, na qual tem uma maior prevalência em países subdesenvolvidos e/ou em desenvolvimento. Isso pode ocorrer tanto por uma alimentação inadequada consequente das condições socioeconômicas da população de baixa renda, levando a um desequilíbrio entre a necessidade do organismo e o consumo de micronutrientes (SAMPAIO, 2017).

A Tabela 2 mostra a prevalência de dislipidemia apresentados entre homens e mulheres na população encontrada no estudo.

Tabela 2 – Distribuição da ocorrência de dislipidemia por sexo (n=56) em pescadores e marisqueiras da mundaú-manguaba, Maceió – AL, Brasil.

Os dados obtidos nesse presente estudo mostram a ocorrência de dislipidemia na população de pescadores e marisqueiras da lagoa Mundaú-Manguaba no total de 97% onde a maior prevalência de alterações está no sexo feminino. Esses achados podem estar relacionados má alimentação e ao sedentarismo.

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