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Determinação de creatinina plasmática e urinária

Por:   •  15/11/2016  •  Relatório de pesquisa  •  2.674 Palavras (11 Páginas)  •  953 Visualizações

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1.0 Introdução

A creatinina pode ser proveniente da degradação da creatina fosforilada ou de parte da creatina livre (acredita-se que 1% a 2% ao dia), que converte-se espontânea e irreversivelmente; (TIETZ, 2008)

A creatina é sintetizada nos rins, no fígado e no pâncreas por duas reações mediadas enzimaticamente. Então a creatina e transportada no sangue para outros órgãos, tais como músculos e cérebro, onde é fosforilada para fosfocreatina, reação catalisada pela enzima creatinaquinase, um composto de alta energia. (TIETZ, 2008) Uma vez que o sistema fosfocreatina/creatinaquinase possui elevada taxa de geração de ATP, ele é particularmente importante em situações de alta demanda metabólica, como o exercício físico de alta intensidade, quando a taxa de utilização de ATP excede sua capacidade de geração por outras vias metabólicas. Assim, a fosfocreatina é degradada em creatinina. (FERREIRA, 2014)

Imagem 1: Fórmula estrutural e biossíntese de creatina (MUJIKA et al., 2000)

Imagem 2: Resumo das reações para a formação da creatinina.

A produção de creatinina é diretamente proporcional à massa muscular, cerca de 2% de toda creatina se transforma em creatinina. Assim, é de se esperar que, em geral, a produção de creatinina seja maior nos homens do que nas mulheres e nos jovens comparados aos idosos. Por ser uma substância inócua é um ótimo parâmetro para a avaliação de função renal, uma vez que sua excreção se dá por filtração glomerular, em casos de insuficiência renal irá ocorrer um aumento do nível de creatinina no sangue já que a mesma não está sendo devidamente eliminada do corpo. Além disso a produção de creatinina não é, apesar de ser proporcional à massa muscular, influenciada pelo metabolismo protéico ou outros fatores externos (dieta, idade, sexo ou exercício), contribuindo ainda mais para que o doseamento de creatinina seja um teste seguro para a avaliação da função renal.

Um dos parâmetros mais utilizados para a avaliação da função renal é a taxa de filtração glomerular (TFG) que é calculada a partir da taxa de creatinina no sangue e do volume urinário das últimas 24 horas. O uso da dosagem da creatinina sérica ou plasmática como método clínico de avaliação da TFG baseia-se nas seguintes observações: primeira, a depuração da creatinina apresenta boa correlação com a determinação da TFG pela inulina. Segunda, a excreção da creatinina é relativamente constante durante o dia. Terceira, a determinação da creatinina sérica ou plasmática é relativamente simples, bem reproduzível e realizada na grande maioria dos laboratórios de análises clínicas.

Os laboratórios brasileiros utilizam a técnica de Jaffé de 1886 modificada para a determinação da creatinina em fluidos biológicos. Há dois princípios de ação utlizados: a técnica do ponto final ou a técnica cinética de tempo fixo, sendo a técnica utilizada para esse experimento foi a cinética. Ambas técnicas utilizam

Colorimétrica de Ponto Final: a Creatinina reage com Ácido Pícrico, formando um complexo de cor amarelo-avermelhado. Nesse pH ocorre a máxima formação do complexo corado Creatinina-Picrato, e, também com outros elementos plasmáticos. Com a adição do Reagente Ácido, o pH é diminuido e a cor devida à Creatinina é desfeita, permanecendo a cor devida aos cromogênios. Por diferença entre as leituras obtidas no pH ácido, obtém-se o valor real da Creatinina.

Cinética de Tempo Fixo: a variação na velocidade de formação do Picrato alcalino, sem acidificação do produto formado, é obtida através de duas leituras espectrofotométricas nos primeiros minutos. As leituras assim obtidas são livres da reação do Picrato com os cromogênios, permitindo, assim, a determinação da Creatinina.

Os principais interferentes da técnica de Jaffé são os cromogênios sanguíneos, que podem ser controlados pela adição de um reagente ácido (técnica do ponto final) ou pelo baixo tempo de reação (técnica cinética).

Os conhecimentos adquiridos com estudos bioquímicos aliados aos conhecimentos das áreas exatas como a química e a física permitiram o desenvolvimento de inúmeras técnicas e metodologias analíticas que se difundiram a todos os laboratórios, sendo eles de pesquisas ou clínicos. Segundo Cisternas et al. (2005, p.5), o emprego de técnicas físico-químicas serve tanto à química quanto à biologia e tem permitido reduzir a maioria dos fenômenos celulares a termos moleculares. Assim, pode-se dizer que qualquer evento descrito macroscopicamente, descrito pela anatomia e fisiologia, existe uma razão microscópica, ao nível celular, que por sua vez relaciona-se intimamente com os mecanismos moleculares. Por sua vez, muitos desses mecanismos foram descritos graças a pesquisas que fizeram o uso de metodologias laboratoriais.

Estas idéias valem tanto para o normal como para o anormal, ou seja, as patologias, que a muito foram descritas macro e microscopicamente têm sempre, como causas, alterações do funcionamento celular e seu mecanismo metabólico. Então, por meio do uso de técnicas físico-químicas, as análises clínicas foram 2 beneficiadas enormemente com os métodos quantitativos de análises que utilizam, por exemplo, a espectrofotometria (CISTERNAS, et al. 2005).

Segundo Motta (2009, p.15), a fotometria e a espectrofotometria estudam a medição das grandezas relativas à emissão, à recepção e à absorção da luz. Em bioquímica clínica, tais medições são essenciais para a compreensão de disfunções metabólicas desencadeadas por alguma patologia. Ainda de acordo o autor, as medições são analisadas quantitativamente baseadas na absorção de luz por soluções, como por exemplo, urina, plasma ou soro.

Os fotocolorímetros e espectrofotômetros são os instrumentos que efetuam as medições. Aliadas a esses instrumentos, estão às reações de identificação e caracterização de biomoléculas como carboidratos, proteínas, lipídios, colesterol entre outras, que no passado foram elucidadas e desenvolvidas por químicos e bioquímicos (HIRANTO et al., 2001, p.25).

O princípio da espectrofotometria baseia-se na absorção da luz por moléculas dispersas em uma solução. As radiações eletromagnéticas, que compõem a luz, com comprimento (λ). de onda entre 380 e 750 nm são visíveis ao olho humano, constituindo numa pequena parcela do espectro eletromagnético. A zona do 3 espectro cujas radiações possuem um comprimento de onda abaixo de 380 nm é denominada ultravioleta (UV), já aquelas que possuem comprimento de onda acima de 750 nm correspondem

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