EFEITO ANTIVIRAL DOS EXTRATOS DA ALGA VERMELHA ACANTHOPHORA SPICIFERA

Os medicamentos de primeira geração, como a Zidovudina, tem sido extensivamente utilizados na prática clínica acarretando o desenvolvimento de resistência do vírus HIV a estes análogos de nucleosídeos. Diversos trabalhos demonstram uma eficiente atividade anti-HIV dos produtos naturais derivados de algas marinhas, as tornando promissoras fontes de substâncias para o desenvolvimento de novos fármacos. A alga vermelha Acanthophora spicifera possui fácil identificação taxonômica e se encontra em abundância na costa brasileira, portanto, o presente trabalho tem por objetivo avaliar a atividade antiviral (HIV-1) dos extratos de A.spicifera. A alga foi coletada no Município de Armação de Búzios, RJ. O material coletado foi levado ao laboratório onde foi acondicionado em solventes orgânicos de diferentes polaridades (Diclorometano, Acetato de etila, Acetona e Metanol). Para os testes de citotoxicidade e atividade antiviral foram utilizados células mononucleadas do sangue periférico adquiridas através do gradiente de Ficoll-Hypaque. As células foram acondicionadas em placas de 96 poços com a densidade de 2x105 células por poço na presença dos extratos em diferentes concentrações durante uma semana de incubação. Para avaliar a viabilidade das células foi utilizada a técnica do MTT e a leitura da absorbância foi realizada em espectrofotômetro a 540 nm. Para avaliar a atividade anti-HIV-1, suspensões virais contendo 5 ng/mL do Ag p24 do vírus HIV-1 (BaL) foi incubado por uma semana em placas de 96 poços com 2x105 células/poço na presença dos extratos na concentração de 50μg/mL. Após o período de incubação, foi realizada a detecção do vírus no sobrenadante das culturas celulares através do ensaio imunoenzimático (ELISA) para o antígeno p24. Devido o tratamento com o extrato em AcOEt apresentar os melhores resultados, esse extrato foi testado sobre a enzima transcriptase reversa utilizando o kit EnzChek® Molecular Probes. Os extratos de Diclorometano, Acetato de etila, Acetona e Metanol obtiveram um CC50 de 31, 45, 38 e 179 µg/mL, respectivamente. Se comparado ao controle, o extrato preparado em Acetato de etila inibiu aproximadamente 60% da carga viral, sendo este o melhor resultado entre os extratos. Esse mesmo extrato demonstrou um valor de EC50 de 28,9µg/mL sobre a transcriptase reversa.

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