SEPARAÇÃO CORRETA DO LIXO: MUDANÇAS DE ATITUDES INICIAM-SE DENTRO DA ESCOLA

SEPARAÇÃO CORRETA DO LIXO: MUDANÇAS DE ATITUDES INICIAM-SE DENTRO DA ESCOLA 1 INTRODUÇÃO

Muitos enxergam a preocupação com o meio ambiente como um assunto sem importância, mas essa ideia deve ser mudada na escola, mostrando às crianças e jovens que conservar o meio ambiente é uma necessidade urgente para a vida no planeta. Para manter temas ambientais nas salas de aula, é importante se trabalhar com conteúdos voltados à Educação Ambiental (NARCIZO, 2009). A Educação Ambiental apresenta um caráter humanista, holístico, interdisciplinar e participativo, contribuindo para a renovação do processo educativo, trazendo avaliação crítica, adequação dos conteúdos à realidade local e o envolvimento dos educando em ações concretas de transformação desta realidade e ela é definida por lei, sendo um componente essencial e permanente da educação, devendo estar presente em todos os níveis do processo educacional. O lixo é um indicador de qualidade de vida da sociedade. Quanto maior a produção de resíduos, menor será sua qualidade de vida, uma vez que o solo, a água e o ar, dos quais todos dependem para sobreviver, estarão contaminados. A natureza consegue absorver esses impactos, mas atualmente essa capacidade vem sendo insuficiente para suprir os impactos provocados pelo desperdício advindo das atividades humanas. Muito resíduo é produzido contaminando o meio ambiente ao invés de ser aproveitado. Muito do que é descartado ser reutilizado, minimizando a exploração da matéria prima, podendo esses rejeitos retornar à cadeia produtiva para um ciclo de produção. O papel, o plástico, o vidro e o metal são muito importantes para a redução da exploração ambiental, pois eles são os principais componentes dos produtos mais consumidos (SOBRAL, 2012).

O gerenciamento de resíduos urbanos é de responsabilidade das prefeituras, mas ainda é reduzido o número de municípios que possuem um bom gerenciamento de resíduos sólidos, com sistemas adequados de coleta, tratamento e disposição final, a grande maioria deposita em lixões. O tratamento correto dos resíduos representa uma forma de torná-los menos agressivos para a disposição final, diminuindo seu volume quando possível (BRASIL, 2005). Uma das grandes preocupações quanto aos resíduos sólidos refere-se ao tempo de decomposição (BRASIL, 2005). Na tabela 1 são apresentados os tempos de decomposição de alguns materiais sólidos. Tabela 1 – Tempo de decomposição de alguns materiais Materiais Tempo de decomposição Papel De 3 a 6 meses Matéria orgânica 2 a 12 meses Panos De 6 meses a 1 ano Filtro de cigarros Mais de 5 anos Chiclete 5 anos Madeira pintada Mais de 13 anos Náilon Mais de 20 anos Metal Mais de 100 anos Embalagens longa vida Mais de 100 anos Alumínio Mais de 200 anos Plástico Mais de 400 anos Vidro Mais de 1000 anos Borracha Indeterminado Fonte: BRASIL, 2005. Entre os vários processos de tratamento para os resíduos produzidos, pode-se citar a reciclagem, compostagem e incineração. A reciclagem é uma das formas de se minimizar os impactos produzidos ao ambiente, porém a quantidade de material que retorna ao ciclo produtivo é, ainda, consideravelmente pequena (SOBRAL, 2012). A Educação Ambiental deve ser trabalhada na escola não por ser uma exigência do Ministério da Educação, mas porque se acredita que é uma forma de aprender e ensinar que nós, seres humanos, não somos os únicos habitantes deste planeta, que não temos o direito de destruí-lo. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) afirmam que a interdisciplinaridade é uma ótima maneira de se trabalhar a Educação Ambiental nas escolas utilizando temas voltados ao meio ambiente, desfragmentando os conteúdos e reunindo as informações dentro de um mesmo contexto, em várias disciplinas (NARCIZO, 2009). No contexto de Educação Ambiental, a escola deve sensibilizar o aluno a buscar valores que conduzam a uma convivência harmoniosa com o ambiente e as demais espécies, ajudando-o a analisar criticamente os princípios que tem levado à destruição dos recursos naturais e de várias espécies. O aluno deve ter claro que a natureza não é fonte inesgotável de recursos, que suas reservas são finitas e devem ser utilizadas de maneira a evitar o desperdício, considerando a reciclagem como processo vital (EFFTING, 2007). Segundo Teixeira et al. (2004), educação ambiental, preservação da natureza, tratamento do lixo, consumo responsável, são temas que aparecem diariamente na agenda da sociedade brasileira e mundial com a urgência de um planeta que não suporta mais o ritmo de exploração que o homem impôs a ele. Já não se trata mais de uma mera vontade de ambientalistas ou de naturalistas, mas uma necessidade de todas as pessoas. O objetivo deste trabalho foi desenvolver uma pesquisa em uma escola pública no município de Pato Branco, PR, relacionada à produção, acondicionamento e quantidade de lixo produzido no colégio, sugerir e realizar algumas propostas de mudanças de hábitos e atitudes dentro do ambiente escolar.

2 MATERIAIS E MÉTODOS O presente trabalho foi desenvolvido dentro do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID) na área de Química e apresenta uma pesquisa realizada em uma escola pública no município de Pato Branco, PR, enfatizando a produção e o acondicionamento do lixo produzido no colégio. Esta pesquisa englobou os níveis de ensino Fundamental, Médio, Integrado e Profissional, contando com o auxílio de 35 alunos do primeiro ano do ensino médio, professores e funcionários da escola. Para o desenvolvimento da pesquisa, utilizou-se como abordagem metodológica o estudo de caso, a qual se constitui de uma abordagem empírica de investigação que se preocupa em analisar “um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos” (YIN, 2005, p. 32). Na coleta de dados foram adotadas três das seis fontes de evidências recomendadas por Yin (2005) para a condução de um projeto de pesquisa baseado em estudo de caso: registros em arquivos, entrevistas e observação direta. A primeira etapa da pesquisa se constituiu de um levantamento de dados através de entrevistas feitas aos funcionários do colégio para evidenciar como estava sendo acondicionado o lixo produzido no local. A segunda etapa contou com o auxílio das zeladoras, fazendo a coleta e o armazenamento do lixo produzido na escola durante um dia. Na terceira etapa, todo o lixo produzido em um dia na escola foi pesado e, com os resultados obtidos, realizou-se a construção de gráficos e a produção de um vídeo educativo enfatizando a conscientização. Os alunos envolvidos neste trabalho participaram da feira de ciências realizada na escola, apresentando os resultados encontrados na pesquisa através de gráficos, vídeos e painéis. Estes, também confeccionaram lixeiros os quais foram distribuídos nos cômodos da escola para a correta separação do lixo.

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