Resenha Comédia Para Se Ler Na Escola

VERÍSSIMO, Luís Fernando. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetivo 2011.

Filho do grande escritor Érico Veríssimo, nascido em 26 de setembro de 1936 na capital gaúcha Porto Alegre, Luís Fernando Veríssimo iniciou seus estudos no Instituto Porto Alegre. Morou e estudou nos Estados Unidos quando criança por dois anos, pois seu pai lecionava em uma universidade da Califórnia. Voltou ao país aos 16 anos e ali viveu até 1956 cursando a Roosevelt Hight School de Washington, onde também estudou música. Sendo o saxofone sua paixão musical inseparável até hoje.

Em 1962, Luís Fernando vai para o Rio de Janeiro trabalhar no Jornal da Câmara de Comércio Americana. Cinco anos depois volta a Porto Alegre como redator no jornal Zero Hora. Sua estreia na literatura foi em 1973, com o livro de crônicas, “O Popular”.

São de sua autoria obras como Peças Íntimas, O Santinho, Traçando Paris, Ed Mort (vários títulos), Sexo na Cabeça, O Gigolô das Palavras, O Analista de Bagé, A Mão do Freud, Orgias, As Aventuras da Família Brasil, A velhinha de Taubaté, A Mulher do Silva, O Marido do Doutor Pompeu, Comédias da Vida Pública, Banquete com os Deuses, As Mentiras que os Homens Contam, A Mesa Voadora, Borges e os Orangotangos Eternos, O Jardim do Diabo e O Clube dos Anjos (gula). Porém, ele não se restringe a um gênero literário. Seu repertório conta dentre outros com contos, crônicas, poesias, romances, viagens e acreditem, até culinária. Criou quadros para o programa “Planeta dos Homens” na rede globo, e forneceu material para a série “Comédias da Vida Privada”. Apesar de tímido e modesto, além de escritor e jornalista, Luís Fernando é ainda humorista, cronista, publicitário e cartunista.

Composto por 35 crônicas selecionadas e organizadas pela especialista em leitura para jovem Ana Maria Machado, o segundo volume da Série Ver!ssimo, “Comédias para se Ler na Escola”, possui textos curtos, fáceis e divertidos, divididos em 6 capítulos: Equívocos, Outros Tempos, De Olho na Linguagem, Fábulas, Falando sério, Exercícios de Estilo.

Essa é uma obra interessante, capaz de despertar no estudante o prazer e a paixão pela leitura. Escrita em uma linguagem de fácil compreensão, até mesmo aqueles que como eu não são habituados a ler obras literárias, são capazes de viajar entre as situações mais esquisitas no dia-a-dia de uma pessoa comum. Uma das crônicas que me divertiu foi “A Foto”. A história é de uma festa de fim de ano. Com a família reunida decidiram tirar uma foto de todos juntos. Foto essa que poderia ser a última do bisavô que estava morre não morre. Mas se todos deveriam sair na foto, quem seria o fotógrafo? Aí começou a briga e o jogo de empurra empurra. Então, depois de muita discussão, sugeriram um revezamento: Cada genro bate uma foto em que ele não aparece. Mas a ideia foi sepultada em protesto. Foi quando o próprio bisa tomou a câmara na mão. Tentaram lhe explicar que a foto não teria sentido sem ele. Mas o velho, sem delongas, acionou a câmera, tirou a foto e foi dormir.

Como as histórias têm no máximo 3 páginas, sem perceber, você devora uma crônica atrás da outra, e logo chega às últimas páginas sem nem se dar conta do tempo. “Depois de ler este livro, duvido que algum jovem ainda seja capaz de dizer, sinceramente, que não curte

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