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EFEITOS DO USO ABUSIVO DE BENZODIAZEPÍNICOS

Por:   •  7/11/2017  •  Monografia  •  1.595 Palavras (7 Páginas)  •  487 Visualizações

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EFEITOS DO USO ABUSIVO DE BENZODIAZEPÍNICOS

INTRODUÇÃO

O consumo elevado de benzodiazepínicos tem alcançado grandes proporções nos últimos anos (FIRMINO et al., 2011).

Os benzodiazepínicos agem diretamente no sistema nervoso central e alteram os aspectos psicomotores e cognitivos. Seus principais efeitos terapêuticos são a sedação e relaxamento muscular. São eficientes em tratamentos de curta duração, porém seu uso prolongado é contraindicado decorrente dos riscos de efeitos adversos (TELLES FILHO et al., 2011).

Os benzodiazepínicos causam altas taxas de dependência e tolerância, resultando no aumento da dose necessária para efeito terapêutico desejado e, quando o uso deste medicamento é interrompido abruptamente, acarretam no surgimento de sinais e sintomas contrários (TELLES FILHO et al., 2011).

JUSTIFICATIVA

O consumo elevado de fármacos como os benzodiazepínicos e os efeitos colaterais que podem desencadear, tem sido alvo de grande preocupação entre os profissionais da saúde. Estudos demonstraram que 50 milhões de pessoas, aproximadamente, fazem uso diário dos benzodiazepínicos, as incluindo entre as drogas mais vendidas no mundo, representando 50% dos psicotrópicos prescritos (NATASY et al., 2008).

Os benzodiazepínicos são drogas com alto potencial de causa de dependência quando utilizado á longo prazo além de causarem outras consequências (FOSCARINI, 2010).

REFERENCIAL TEÓRICO

As constantes mudanças de hábitos pelos quais passamos no dia a dia têm ocasionando um aumento significativo do uso de medicamentos que possuem como principal função aliviar sintomas como ansiedade e estresse (ORLANDI e NOTO, 2005).

Os benzodiazepínicos são indicados no tratamento de quadros agudos de ansiedade, insônia e crises convulsivas (NORDON et al., 2009).

Estima-se que os benzodiazepínicos sejam um dos medicamentos mais consumidos no mundo e o seu consumo dobra a cada cinco anos (MENDONÇA e CARVALHO, 2005).

Segundo Mendonça e Carvalho (2005), os indivíduos que abusam do uso dos benzodiazepínicos geralmente o fazem para lidar com situações de estresse esperando que o medicamento os ajude a resolver os problemas do cotidiano ou então simplesmente por seus efeitos agradáveis, tais como excitação, euforia e maior motivação para realizar atividades cotidianas.

Os autores Mendonça e Carvalho (2005), acrescentam também que o inicio do uso de benzodiazepínico muitas vezes decorre de algum acontecimento na vida do indivíduo, porém, esse pode perder significância frente ao uso prolongado do benzodiazepínico.

Mecanismo de ação dos Benzodiazepínicos

Os benzodiazepínicos atuam como moduladores alostéricos positivos que interagem com os receptores ácido gama-aminobutírico (GABA) do subtipo GABA-A, localizados no córtex, cerebelo e estruturas límbicas, formados por cinco unidades diferentes de proteína que funcionam no aumento do influxo de íons, provocando a hiperpolarização da membrana e diminuindo a excitabilidade neuronal (OGA, 2008).

Os benzodiazepínicos se ligam especificamente na porção alfa do receptor formando um complexo entre o receptor de GABA e o canal de cloreto, ocorrendo o aumento da afinidade do GABA pelo receptor GABA-A. (RANG e DALE, 2012; OGA, 2008).

Eles atuam como agonistas alostéricos fracos. Os benzodiazepínicos só produzem efeito se o sistema GABAérgico estiver íntegro e essa ação, dependente do GABA, faz com que sejam mais seguros do que outras classes, como os barbituratos, que ativam diretamente o canal de cloreto e causam depressão respiratória, além de apresentarem um maior índice terapêutico (OGA, 2008).

Os benzodiazepínicos exercem um efeito ansiolítico através da inibição das sinapses no sistema límbico, uma região do sistema nervoso central que controla o comportamento emocional e que se caracteriza por uma elevada densidade de receptores GABA-A (GOLAN, 2009).

Efeitos colaterais dos Benzodiazepínicos

Embora considerados seguros, existem restrições ao uso dos benzodiazepínicos devido à incidência dos efeitos colaterais, relacionados em sua grande maioria à depressão do sistema nervoso central (BONAFIM, 2012).

O uso prolongado dos benzodiazepínicos pode acarretar alguns efeitos colaterais leves como sonolência diurna, e mais grave como perda da memória e da função cognitiva e desequilíbrio. Devem ser usados durante dois a quatro meses, não devendo exceder este período, pois o paciente fica dependente da sua ação e a dosagem se torna ineficiente, tendo, em muitos casos, que dobrar a quantidade do medicamento (NORDON et al., 2009).

Contra-indicação dos Benzodiazepínicos

Os benzodiazepínicos não devem ser utilizados em pacientes com hipersensibilidade a essas drogas, ou que apresentem problemas físicos como glaucoma de ângulo fechado, insuficiência respiratória ou doença pulmonar obstrutiva crônica, em casos de doença hepática ou renal graves, as doses destes fármacos devem ser mínimas, bem como em alcoólicos e usuários de drogas (NATASY et al., 2008).

O uso concomitante de benzodiazepínicos com álcool pode até induzir ao estado de coma naqueles que procuram se drogar. É também relativamente comum o fato de dependentes químicos utilizarem benzodiazepínicos, para tentar controlar efeitos indesejados que aparecem com o uso de drogas potentes como cocaína, ecstasy, crack e outras metanfetaminas (NATASY et al., 2008).

Interação medicamentosa dos Benzodiazepínicos

De acordo Silva (2010), as interações medicamentosas são classificadas em:

  • Maiores, sendo estas as combinações clínicas de grande significado, onde o risco da interação entre os fármacos supera o benefício, podendo oferecer perigo de morte ou requerer intervenção médica de urgência para minimizar os graves efeitos adversos que podem ser gerados;
  • Moderadas, são as combinações clínicas moderadamente significativas, devendo ser usadas somente em circunstâncias especiais, pois podem resultar na intensificação das condições patológicas do paciente ou ate mesmo requerer troca de terapia;
  • Leves, são as combinações clínicas de pouco significado, nas quais é necessária uma avaliação dos riscos e a consideração da possibilidade de uso de um fármaco alternativo por aumentar a frequência e severidade dos efeitos colaterais.

Dependência e síndrome de abstinência dos Benzodiazepínicos        

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