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HANSENÍASE RELACIONADA A FATORES SOCIO-ECONOMICOS E AMBIENTAIS.

Por:   •  22/5/2015  •  Trabalho acadêmico  •  3.853 Palavras (16 Páginas)  •  392 Visualizações

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HANSENÍASE RELACIONADA A FATORES SOCIO-ECONOMICOS E AMBIENTAIS.

DIONE REGEL ALVES MOTTA1

SELMA HONORIA DE ALCANTARA1

RESUMO 

 A hanseníase é uma doença infecto-contagiosa que pode acarretar incapacidades e deformidades físicas quando não tratada. É uma doença crônica com período de incubação geralmente longo e de evolução lenta, que pode levar a incapacidade e afetar significativamente a qualidade de vida do indivíduo e sua família. Ela é considerada um problema de saúde pública no Brasil. Sua distribuição não ocorre de forma homogênea, havendo uma maior concentração em áreas com piores condições socioeconômicas e sanitárias. Com o objetivo de identificar os fatores socioeconômicos e ambientais relacionado a hanseníase e fatores relacionados à qualidade de vida dos pacientes em tratamento para hanseníase no Brasil. Os resultados encontrados reforça achados anteriores que a Hanseníase se associou a baixos níveis de escolaridade, pobreza e falta de higiene. Bem como as pessoas tem hábitos frequentes de tomar banho em rios ou açude, tiveram maior risco de contaminação da hanseníase.

 

Palavras-chave: Hanseníase, Saúde, Transmissão, Bacilos.

1- Acadêmicos de pós-graduação em Análises Clínicas, pela Faculdade De Ciências Biomédicas de Cacoal, dione_regel@hotmail.com, graficajpr@hotmail.com.br

LEPROSY RELATED FACTORS SOCIO -ECONOMIC AND ENVIRONMENTAL .

ABSTRACT

 Leprosy is an infectious disease that can cause physical deformities and disabilities if not treated . It is a chronic disease with a long incubation period and generally slow progression , which can lead to disability and significantly affect the quality of life of the individual and his family . She is considered a public health problem in Brazil . Its distribution is not homogeneous way, with a higher concentration in areas with lower socioeconomic and health conditions . Aiming to identify the socioeconomic and environmental factors related to leprosy and health related quality of life of patients on treatment for leprosy in Brazil . The results reinforce previous findings that leprosy was associated with lower levels of education , poverty and lack of hygiene. Well as people have frequent habit of bathing in rivers or reservoir , had a higher risk of contamination of leprosy . 

Keywords : Leprosy , Health , Broadcast , Bacilli .

INTRODUÇÃO

Vulgarmente conhecida como lepra, esta doença se manifesta por lesões na pele e nos nervos periféricos e vísceras, com sintomatologia nervosa, dermatoneurológica e sistêmica, muitas vezes associadas a limitações de atividades, devido ao comprometimento sensório motor, osteomuscular e sistêmico. Sua transmissão se dá de forma continua e duradoura através do contato com o bacilo das pessoas portadoras da doença e sem tratamento com pessoas suscetíveis á doença (DUERKSEN & VIRMOND, 1997; FREITAS & OLIVEIRA, 2008; GOULART et. al., 2007, MARTINS, SILVA, 2010). Têm se apresentado como uma questão de saúde pública desde épocas Bíblicas, sendo enfatizada a gravidade dos sintomas e o isolamento social por ser considerada como “impureza de espírito” (MARTINS, 2009) e o medo do contágio.  

Desde meados da década de 1980, o Estado de Rondônia vem passando por substanciais modificações geográficas, sociais, e econômicas na medida em que ocorreu, e vem ocorrendo, uma ocupação desordenada de seu território, determinando a manutenção de diversas endemias como a malária, a leishmaniose e a hanseníase (SNVS 2009, SVS 2008).  

As condições precárias de vida e a desnutrição são fatores de risco para o desenvolvimento da hanseníase. Ambientes insalubres, além de propiciarem sua propagação, podem agravar a doença e intensificar as deformidades físicas devidas o adoecimento do individuo. O estigma relacionado à doença sempre levou a desqualificação e a marginalização social em decorrência das deformidades físicas, e o isolamento foi uma das principais consequências dessa marginalização (MARTINS, SILVA). Limitações de acesso a serviços de saúde de qualidade podem retardar o diagnóstico e diminuir a adesão ao tratamento, assim afetando sua efetividade.

A taxa de prevalência da hanseníase, no Brasil, oscila entre 0,4 a 17 casos por 10.000 habitantes (Brasil, 2001). As Regiões Norte e Nordeste apresentam as mais altas taxas, concentrando maior parte dos casos, e os Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul eliminaram a hanseníase como patologia de saúde pública, segundo os critérios da Organização Mundial de Saúde (OPAS/OMS, 2001).

Rondônia possui desde 2008 uma tendência decrescente de casos de hanseníase. Porém, no período de 1990 a 2008, esse coeficiente oscilou entre 133,41/100.000 habitantes em 1996 e 72,64/100.000 habitantes em 2008, apresentando classificação “hiperendêmica”, segundo parâmetros oficiais, muito acima da encontrada em outras regiões do Brasil. A região Norte, apresenta coeficientes com valor médio de 67,57/100.000 habitantes, tendo classificação hiperendêmica, variando de 84,40/100.000 em 1997 e 54,34/100.000 em 2007, no período. (MS 2008)

A principal preocupação hoje dos agentes, educadores e gestores de saúde, é desenvolver medidas de prevenção para minimizar o surgimento de novos casos e evitar as reações adversas, tais como neurite e eritema nodoso, em pacientes que já obtiveram altas e apresentam essas reações. Aproximadamente, 40% dos pacientes continuam o tratamento, mesmo após ter alta, para evitar o surgimento das reações adversas (MS 2010).

Portanto, esta doença representa um grave problema de saúde pública, no Brasil, destacando-se a repercussão ocasionada por sequelas físicas e psicológicas para o hanseniano, o que contribui para a diminuição da autoestima e para a auto-segregação. Segundo a OMS, o país é líder mundial em prevalência da hanseníase. Na década de 1990, o governo brasileiro se comprometeu, através de um termo de compromisso mundial, a eliminar a doença até 2010. Fato esse que não ocorreu, pois a cada ano registra-se cerca de quarenta mil novos casos da doença, tendo, entre eles, vários indivíduos em situação de deformidade irreversível (DATASUS 2010; MS, 2010).

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