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BULIMIA NERVOSA

Por:   •  24/4/2016  •  Trabalho acadêmico  •  2.452 Palavras (10 Páginas)  •  459 Visualizações

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Distúrbios Alimentares: Bulimia

INTRODUÇÃO

Os transtornos alimentares são quadros psiquiátricos caracterizados por uma grave perturbação do comportamento alimentar, sendo a bulimia nervosa um dos tipos principais. Desde os primórdios do período renascentista, os distúrbios alimentares surgem de uma combinação de fatores psicológicos interpessoais e sociais ganhando forte espaço em nosso cotidiano. Ademais, muitas vezes estão associados a sentimentos de autojulgamento, inadequação, depressão, ansiedade e solidão e assim como problemas familiares e relacionamentos pessoais, podem contribuir para o desenvolvimento de um distúrbio. Um grande exemplo disso é a bulimia que é uma síndrome caracterizada pela ingestão compulsiva de alimentos associada a uma excessiva preocupação do controle do peso corporal, levando o paciente a adotar medidas extremas para evitar os efeitos calóricos dos alimentos ingeridos. Contudo, o objetivo desse estudo é analisar os principais fatores que influenciam o indivíduo a adotar medidas extremas e também o que ocorre psicologicamente com um paciente portador desse distúrbio.

MULHER RENASCENTISTA

        No período renascentista, o padrão de beleza da mulher estava extremamente relacionado à riqueza e a vida ociosa dos ricos. Somente pessoas ricas tinham acesso a uma boa alimentação e as mulheres gordas eram as mais admiradas. A partir do século XVII o ideal de beleza feminina sofre grande transformação, passando a exigir formas mais delicadas, a cintura, que era um objeto de desejo, tornou-se cada vez mais fina através do uso de espartilhos. As formas mais avantajadas com mulheres gordinhas e face corada ganharam novamente destaque na burguesia do século XIX. O corpo desejado era o que tinha forma de ampulheta e para conseguir um corpo assim as mulheres usavam cada vez mais espartilhos.

O renascimento foi um período em que se destacou que as mulheres fossem ‘’ diferentes’’ dos homens, tanto na forma de vestir como na aparência e no comportamento. Seus vestidos compridos e volumosos revelaram uma cintura torneada ainda mais delgada pelo uso de espartilhos, o corpo e a beleza física ganharam importância histórica a partir do final da idade média com a renascença.

O TRISTE FIM DA BELEZA RENASCENTISTA

Infelizmente o século XX transformou os antigos costumes, as mulheres começaram a explorar mais o próprio corpo, recuperando a ‘’ boa forma ‘’. O espartilho foi substituído pelo sutiã e nesse mesmo período foram introduzidas as saias na altura do joelho e o ícone de beleza desse período era Marilyn Monroe.

         O movimento hippie nos anos 60/70 trouxeram a moda do corpo sem curvas e seios pequenos, tornando as formas femininas apagadas e a magreza é incorporada como o ideal de beleza da época. A década de 80 vem com novas formas, surge um corpo mais musculoso e bem representado pela cantora Madonna e a competição com os homens era talvez umas das principais razoes para esse estilo. Nas décadas de 1980 e 1990 as curvas voltaram a ser valorizadas, modelos como Luiza Brunet e Cindy Crawford ganham destaque mostrando uma aparência natural e saudável.  Porém em 1990 a modelo Kate Moss surge como ícone, opondo-se a beleza considerada padrão dessa década e reforçando a ditadura da magreza. Ser magra passa a ser uma verdadeira obstinação. Os casos de anorexia e bulimia nervosa tornam-se frequentes, e a beleza muitas vezes deixa de ser associada a saúde.

A Influência da Mídia nos Padrões de Beleza e a Ditadura da Magreza

É fato que os ditos padrões de beleza mudam ao longo do tempo, é bem provável que as musas de Rembrandt e Da Vinci ficassem desapontadas ao tentar uma carreira nas passarelas e nas capas de revista de hoje. A beleza delas, imortalizada em quadros famosos que podem ser vistos no Louvre, é bastante diferente do "belo" que se vê figurando nas capas de revista e nas telas de cinema e tv. O que não quer dizer que seja um ideal mais acessível. Muito pelo contrário! "O mundo (atual) não é feito para os gordos", avalia a psicanalista e coordenadora do Núcleo de Doenças da Beleza do Laboratório Interdisciplinar de Pesquisa e Intervenção Social (Lipis), da PUC-Rio, Joana Vilhena de Novaes.

O espaço pequeno do assento dos aviões e a numeração das roupas, que parecem ter se encolhido em muitas lojas, são exemplos nada sutis da tão falada "ditadura da magreza". [...] "Culpabilizar ou não dar ao sujeito o direito a uma estética que varie e que saia dessa ditadura da magreza é que gera todo esse adoecimento do qual os transtornos alimentares já são um sintoma social". 

Atualmente vive-se uma "lipofobia" que significa uma obsessão pela magreza e uma rejeição à obesidade (FISCHLER, 1995), isso resulta em uma grande parcela da população que passa a ser excluída do ideal de beleza

Revistas

Como os discursos das revistas pensam o corpo? Como as revistas retratam a imagem do corpo feminino? Que modelos de beleza são impostos pela mídia? Qual o modelo de beleza feminino que a sociedade sacralizou?

Percebem-se nas revistas inúmeras matérias sobre dietas e receitas milagrosas, que induzem à perda rápida de peso, e muitas vezes informações estimulando as cirurgias plásticas, intervenções radicais e até mesmo distúrbios alimentares (caso de blogs). A publicidade e a moda enfatizam a obsessão pela magreza, a busca pelo corpo que é imposto como perfeito.

A é mídia uma grande vitrine de exposição,

                        tanto as lentes das câmeras como os olhares dos espectadores são atraídos                                 pelos pouquíssimos perfis capazes de ostentar a silhueta esguia e as feições                                 juvenis irradiadas pelos meios de comunicação. Somente esses corpos,                                 singularmente agraciados, além de sarados e malhados com o cotidiano rigor,                                 conseguem projetar seu brilho nos pódios da mídia e inspiram o arroubo de                                 todos os demais. [...] Não se trata apenas de consumir com os olhos os                                 contornos exemplares dessas figuras alheias, mas também de confeccionar um                         corpo próprio que mereça ser observado de modo semelhante

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