METODOLOGIA DO ENSINO DOS ESPORTES COLETIVOS

O artigo em si caracteriza várias propostas de treinamento esportivo utilizadas recentemente e através de uma pesquisa realizada pelo próprio autor indica uma proposta que lhe parece a mais viável e a descreve com mais detalhes. O texto ressalta a importância do “ensino-aprendizagem-treinamento”, segundo o autor estas três fases são indissociáveis e é indispensável que sejam ensinadas nesta sequência, embora no ensino dos esportes, tanto em clubes quanto em escolas, é ensinado um tipo de “iniciação esportiva” equivocado, onde é predominantemente ensinado um simples apanhado entre técnica e prática. Segundo o autor é necessário transmitir um conhecimento mais amplo aos alunos seguindo uma sequência lógica de conteúdos para que os alunos sejam capazes de abstrair o conteúdo ideológico-cultural dos esportes e aprenderem mais do quê movimentos básicos dos mesmos.

Esta proposta se desvincula das propostas tradicionais do ensino dos esportes,  pois, eleva a importância de uma metodologia sólida para que, além de unir o processo de ensino ao processo de treinamento, o objetivo de ensinar mais que o esporte seja contemplado. O aluno deve ser capaz ao longo desse processo de criar uma visão crítica que independe das habilidades compreendidas no esporte.

É necessário um planejamento englobando o momento histórico-cultural e o que seria a vivência do aluno nesse momento. Antigamente era muito comum que crianças e adolescentes brincassem de algum esporte na rua, na escola ou em qualquer outro local disponível. Dessa forma essas crianças obtinham um conhecimento superficial sobre as técnicas do esporte, o que é chamado de aprendizagem incidental, pois a intenção dessas crianças era de se divertir porém elas aprendiam a jogar mesmo que pra elas este não fosse o objetivo. No mundo de hoje esta prática espontânea se torna cada vez mais rara, dificultando o ensino na iniciação esportiva.

Com isso, a partir dos anos oitenta se difundiram algumas correntes metodológicas que, em suma, propunham um ensino do esporte a partir de alguns parâmetros como: socialização, cooperação, sistematização, etc. O modelo que foi mais utilizado é o “Modelo de ensino dos jogos pela compreensão” que tem como objetivo a compreensão da lógica do jogo para que o aluno consiga superar as diversas situações presentes no esporte e além disso desenvolver uma aprendizagem onde o aluno seja capaz de adquirir uma visão crítica sob o mundo a sua volta. Esta proposta parte de uma sequenciação de conteúdos diferente em relação ao método analítico - comumente utilizado na Europa em décadas anteriores - neste método a aprendizagem tática é transmitida antes da técnica, ou seja, o aluno primeiro subentende “quando fazer” para depois aprender “como fazer”.

Na década de 2000 a junção de dois métodos propunha uma organização elaborada do ensino na iniciação que retoma a prática espontânea priorizando a aprendizagem incidental, porém com a intencionalidade de ensinar.

A pesquisa feita pelo autor se embasa nos jogos de inteligência e criatividade tática, que são brincadeiras carregadas de conteúdo esportivo onde as crianças se divertem enquanto aprendem e são realizados em ambientes naturais á essas crianças. Os JICT fazem a interação entre os processos de aprendizagem compreendidos nesta metodologia: “Da aprendizagem tática ao treinamento tático-técnico”, “Da aprendizagem motora ao treinamento tático-técnico” e “Treinamento tático-técnico”. A metodologia se inicia no processo “Da aprendizagem tática ao treinamento tático-técnico” onde os alunos se tornam capazes de fazer a leitura do jogo naquele momento e situação. Na sequência o processo  “Da aprendizagem motora ao treinamento tático-técnico” relaciona os reflexos físicos com a capacidade motora e fatores externos para preparar o sistema cognitivo e psicológico para só então engloba los no treinamento tático-técnico.