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Síntese Crítica do Texto “Abordagens de pesquisa: a pesquisa etnográfica e o estudo de caso”

Por:   •  24/9/2019  •  Resenha  •  1.744 Palavras (7 Páginas)  •  305 Visualizações

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Síntese Crítica do Texto “Abordagens de pesquisa: a pesquisa etnográfica e o estudo de caso”

Neste texto, o autor discorre sobre as questões frequentes que envolvem a metodologia qualitativa, tais como suas características, sua utilização adequada e o rigor em sua aplicação.

        Citando o livro “A pesquisa Qualitativa em educação” de Bogdan e Biklen (1982),ele diferencia o método qualitativo dos outros métodos apresentando suas cinco características básicas: 1. O pesquisador mantém um contato direto e prolongado com o ambiente e a situação a ser investigada, observando a dinâmica de forma natural, o que faz considerar o estudo qualitativo naturalístico; 2. O material obtido por esse tipo de pesquisa é predominantemente descritivo e, todos os dados da realidade investigada são considerados relevantes, de forma que o pesquisador deve se ater no maior número de elementos possíveis; 3. O processo da problemática é mais relevante do que seu produto final, ou seja, o pesquisador, ao estudar um problema se atém em verificar como sua manifestação interfere nas diversas situações e atividades dentro do ambiente estudado; 4. Nesses estudos têm com foco a “perspectiva dos participantes”, a maneira como os pesquisados informam e encaram as questões focais investigadas; 5. As hipóteses de análise se consolidam ao longo do processo de inspeção de dados, em um processo “de baixo pra cima”.

Apresentadas as características de uma pesquisa qualitativa ou naturalista, destacam-se ainda, duas principais formas de pesquisa: a pesquisa etnográfica e o estudo de caso, amplamente utilizados nas pesquisas da área da educação.

As técnicas etnográficas eram usadas quase que exclusivamente por antropólogos e sociólogos. Mas, na década de 70, passaram a ser utilizadas, também, por pesquisadores da área da educação, dando origem à abordagem etnográfica ou  antropológica. Com a vulgarização do termo Etnografia, o autor expõe seu significado como sendo a “descrição de um sistema de significados culturais de um determinado grupo” (Spradley, 1979). E expõe ainda que, para um estudo ser considerado etnográfico, segundo Wolcott (1975), o leitor deve ser capaz de interpretar a vivência daquele determinado grupo como se fosse um membro deste grupo.

Wolcott, ainda, discute vários critérios para a utilização desta metodologia em uma pesquisa escolar. Critérios resumidos por Firestone e Dawnson (1981), sendo esses: o problema é redescoberto no campo, o etnógrafo evita a definição rígida de hipóteses;  O pesquisador deve realizar a maior parte da estudo em campo pessoalmente; O trabalho de campo deve durar, no mínimo, um ano escolar,  desta forma o pesquisador pode mergulhar no ambiente e observar a toda o dinamismo da realidade estudada; O pesquisador deve ter tido outras experiência em outros povos e culturas, de forma que este possa usar essas experiências como comparativo pra o estudo; Possuir vários métodos de coleta, sendo dois métodos básicos utilizados nas pesquisas:  a observação direta e entrevista, geralmente conjugados à outros métodos; apresenta uma grande quantidade de dados primários, esse tipo de pesquisa acaba por possuir muito material produzido pelos participantes pesquisados que podem ilustrar a perspectiva dos participantes.

Tendo em vista esses critérios, devemos salientar que nem todo estudo qualitativo pode ser considerado um estudo etnográfico.

Em relação aos pressupostos da pesquisa etnográfica, ela se fundamenta em dois tipos de hipóteses: A hipótese naturalista-ecológica, que afirma que o comportamento humano é moldado pelo contexto em que vive, de maneira que, se há o deslocamento do indivíduo de seu ambiente natural deixa-se de estudar o fenômeno em toda sua dimensão;  a hipótese qualitativo-fenomenológica, que determina que e impossível compreender o comportamento humano sem buscar entender o referencial que indivíduo utiliza para interpretar suas ações, sentimento e pensamentos.

        Para o autor, não há um método melhor que o outro, o que determina a metodologia empregada é a natureza do problema a ser estudado. Não há rigidez no processo de pesquisa.  O pesquisador, geralmente, perpassa por três etapas: exploração, decisão e descoberta.

A primeira fase envolve a seleção e a definição de problemas, escolha do local do estudo e o estabelecimento de contatos para a entrada no local, e ainda, há as primeiras observações realizadas que possibilita um estudo mais aprofundado do fenômeno pesquisado. Não é necessária uma linha teórica predeterminada ou hipóteses formuladas, é suficiente que o pesquisador possua um esquema conceitual, que orientarão o processo de coleta, que podem ser modificados de acordo com o desenrolar da pesquisa.

Na segunda fase, consiste na busca de dados que o pesquisador determinou como relevantes para compreender o problema, sendo eles: forma e conteúdo da interação verbal dos participantes, forma e conteúdo da interação verbal com o pesquisador, comportamento não-verbal, padrões de ação e não ação, traços, registros de arquivos e documentos. O problema central do pesquisador é separar os dados que respondem à sua pesquisa. Os tipos de dados podem, ainda, ser modificados ao longo do processo de coleta, uma vez que as informações e as teorias emergentes podem ser utilizadas para nortear a subsequente coleta de dados.

O terceiro estágio é a explicação da realidade, isto é, na busca dos princípios subjacentes ao problema e de situar as diferentes descobertas em um contexto mais amplo, envolvendo assim, o desenvolvimento de teorias que possam consolidar o estudo, sendo esse desenvolvido ao longo de todo o estudo.

Segundo Hall (1978), o pesquisador nesta abordagem deve possuir algumas características essenciais para o desenvolvimento da pesquisa, sendo elas: tolerar ambiguidades, ser capaz de trabalhar sob sua própria responsabilidade, inspirar confiança, comprometida pessoalmente, autodisciplinada, sensível a si mesma e ao outros, madura e consciente: capaz de confidencializar informações.

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