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A Doença Hipertensiva Específica da Gestação

Por:   •  21/11/2018  •  Trabalho acadêmico  •  6.273 Palavras (26 Páginas)  •  304 Visualizações

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Introdução

A Doença Hipertensiva Específica da Gestação, de acordo com Ministério da Saúde3, trata-se de uma patologia obstétrica que surge após a vigésima semana de gestação, sendo mais freqüente no terceiro trimestre e se estende até o puerpério. Caracteriza-se por apresentar hipertensão arterial, edema e/ou proteinúria, podendo culminar com convulsões e coma. Para o Ministério da Saúde3, a Pré-Eclâmpsia pode ocorrer anteriormente à vigésima semana de gravidez, na moléstia trofoblástica gestacional, sendo, predominantemente, uma patologia de primigesta. É uma das complicações mais comuns e de maior morbimortalidade materna e perinatal ocupando o primeiro lugar dentre as afecções próprias do ciclo grávido-puerperal7.

A DHEG, também denominada pré-eclâmpsia, é caracterizada pela tríade: edema, proteinúria e hipertensão arterial. É uma síndrome que acontece no final do 2º trimestre da gestação e persiste durante todo o período gestacional, impondo, desta forma, assistência pré-natal de qualidade, já que este quadro clínico apresenta gravidade de intensidade variável. Os autores enfatizam a atenção especial que se deve ter ao ganho de peso da gestante, quando este se apresentar maior do que o esperado.

É importante salientar que a hipertensão arterial pode ser uma entidade pré-existente, ou seja, ao invés de ser induzida pela gravidez pode ser: hipertensão arterial que antecede a gravidez e persiste após o parto; agravada pela gravidez: hipertensão prévia e/ou sub-clínica que se agrava com a gravidez; ou ainda, transitória: hipertensão que se desenvolve após a primeira metade da gestação e caracteriza-se por elevação leve da pressão arterial, sem prejuízo para a gravidez. Essa forma de hipertensão arterial regride após o parto, mas retorna em gestações subseqüentes. Outro quadro de maior gravidade denomina-se eclâmpsia e caracteriza-se pela ocorrência de convulsões e/ou coma, não relacionados a outros distúrbios cerebrais, podendo ocorrer durante o ciclo gestacional, parto e puerpério.

Objetivo

Conhecer e descrever a fisiopatologia e o processo assistencial de enfermagem na Doença Hipertensiva Especifica da Gravidez (DHEG).

 Aporte teórico – DHEG 

Existem duas classificações relacionadas a síndromes hipertensivas na gestação. Uma adotada pelo Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas e apoiada pelo National High Blood Pressure Education Working (1990), recomenda a classificação definida por Hughes (1972). Outra, definida por Davey & MacGillivray (1986), foi apoiada no 8º Congresso da Sociedade Internacional para Estudo da Hipertensão na Gravidez, Buenos Aires (1992), e pelo Grupo de Estudo da Organização Mundial de Saúde, WHO (1987)5.

A1. Hipertensão gestacional – o termo gestacional refere-se ao aparecimento da hipertensão em conseqüência da gravidez, e que acontece após 20 semanas de gestação: presença de pressão arterial diastólica ≥ 90mmHg; ausência de proteinúria; mulheres previamente normotensas sem proteinúria; normalização no puerpério remoto após 6 semanas.

Possibilidades de evolução clínica:

  1. Pré-eclâmpsia quando a hipertensão se associa à proteinúria.
  2. Hipertensão arterial latente ou transitória (principalmente em multíparas).

A2. Proteinúria gestacional: proteinúria sem hipertensão; mulheres previamente normotensas e sem proteinúria, com diagnóstico após a 20ª semana de gestação; normalização no puerpério remoto.

Possibilidades de evolução clínica: proteinúria postural (ortoestática); infecção urinária; pré-eclâmpsia (proteinúria que precede a hipertensão); doença renal crônica não diagnosticada previamente; doença renal aguda.

A3. Pré-eclâmpsia (hipertensão e proteinúria), nas formas leve ou grave: aumento da pressão arterial diastólica a 90mmHg ou mais; presença de 300mg ou mais de proteínas em urina de 24horas ou labistix + ou mais; mulheres previamente normotensas e sem proteinúria, antes da 20ª semana de gestação; normalização no puerpério remoto.

B1. Hipertensão Crônica

Causas: essencial (primária); vascular: vasculite, coartação de aorta; endócrina: supra-renal (feocromocitoma); induzida por droga.

Diagnóstico clínico:

  1. Hipertensão antes de 20 semanas de gravidez.
  2. Hipertensão crônica comprovada em qualquer idade gestacional.
  3. Hipertensão que persiste após 6 semanas de puerpério.

B2. Doença renal crônica: Glomerulonefrite (secundária ou idiopática); Túbulo intersticial (infecciosa, tóxica ou metabólica).

Achados clínicos: proteinúria prévia à 20ª semana gestacional; proteinúria na presença de doença renal previamente conhecida em qualquer idade gestacional; proteinúria persistente no puerpério remoto.

B3. Hipertensão crônica com pré-eclâmpsia superajuntada

Diagnóstico clínico: piora a hipertensão arterial, com aumento de pelo menos 15mmHg sobre os níveis prévios de pressão diastólica; desenvolvimento de proteinúria; fundo de olho com exsudato, edema e hemorragia retiniana.

Diagnóstico específico: biópsia renal com simultaneidade de lesões renais e de endoteliose capilar glomerular.

C. Hipertensão e/ou proteinúria não classificadas – essa categoria é muito útil na prática clínica, por permitir que o diagnóstico clínico do quadro hipertensivo gestacional seja previsto no puerpério: primeira conduta de pré-natal após 20 semanas; idade gestacional duvidosa ou ignorada, mais clinicamente superior a 20 semanas; história clinica com informações inclusivas para o diagnóstico de hipertensão arterial crônica;

Classificação evolutiva no puerpério após 20 semanas:

  1. Hipertensão e/ou proteinúria gestacional: desaparece hipertensão ou a proteinúria, ou ambas.
  2. Hipertensão crônica ou doença renal crônica: persiste a hipertensão ou a proteinúria, ou ambas.
  3. Hipertensão arterial crônica com pré-eclâmpsia superajuntada: persiste a hipertensão e desaparece a proteinúria.

D. Eclâmpsia – é a presença de convulsões tônico-clônicas generalizada em mulher com qualquer um doas quadros hipertensivos descritos, não causados por epilepsia ou outra patologia convulsiva, e que pode ocorrer na gravidez, parto ou até 3 dias de puerpério.

A incidência real das síndromes na gravidez não é conhecida uma vez que não há na literatura consenso sobre os critérios diagnósticos e as definições. Por outro lado, as alterações da pressão arterial no curso da gestação, com queda de 10 a 15mmHg, principalmente no início do segundo trimestre, podem levar a falso diagnóstico de pré-eclâmpsia em mulher com hipertensão arterial crônica.

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