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A PATOLOGIA

Por:   •  2/5/2015  •  Trabalho acadêmico  •  3.748 Palavras (15 Páginas)  •  279 Visualizações

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INTRODUÇÃO

A raiva é uma doença infecciosa causada por um vírus que atinge somente os mamíferos, inclusive o homem. Apresenta letalidade de 100%, ou seja, todos os casos registrados levam à morte. A transmissão acontece pelo contato da vítima com a saliva do animal infectado pelo vírus da raiva (lyssavirus). O vírus entra no organismo humano através da pele ferida por mordidas ou arranhões ou pelo simples contato com as mucosas. O Brasil desenvolve medidas profilática para combate à doença; como a vacinação de animais domésticos.

Embora haja ocorrência de casos de raiva em diversas áreas, a maioria se concentra nos ambientes rurais, onde o principal animal transmissor é o morcego hematófago (que se alimenta de sangue). A doença também pode ser disseminada em áreas rurais por animais como o macaco, a raposa e o guaxinim etc. Nas cidades, os transmissores mais frequentes da raiva são o cão e o gato, por viverem em contato com o homem.

Este trabalho tem como objetivo apresentar as características clínicas e epidemiológicas da doença, aspectos clínicos e laboratorial, bem como a situação em que se encontra a nível mundial e nacional. E as formas de prevenção e tratamento da doença.

RAIVA

A raiva é uma doença viral de mamíferos, que geralmente é transmitida através da mordida de uma animal infectado. O vírus da raiva infecta o sistema nervoso central, causando encefalopatia e morte. A morte ocorre dentro de dias após o aparecimento dos sintomas neurológicos como a hidrofobia.

Desde a Antiguidade a raiva era temida em razão da sua forma de transmissão, ao quadro clínico e sua evolução. Acreditavam os antigos que era causada por motivos sobrenaturais, pois cães e lobos pareciam estar possuídos por entidades malignas. É a doença de registro mais antigo.

Entre os egípcios era comum a crença de que havia a interferência maligna da estrela Sirius (da constelação de Cão Maior) sobre os cachorros, alterando-lhes o comportamento. Entre os mesopotâmios, cerca de 1 900 a.C., já era citada no Código de Eshnunna: quando um animal provocasse a morte de alguém, seu dono era obrigado a depositar certa quantia nos cofres públicos, o que demonstra ser a raiva um problema considerável, na época.

Na Grécia Antiga era temida, e Homero (Ilíada) registra a presença de cães raivosos; na mitologia eram invocados os deuses Aristeu e Ártemis para a proteção e cura da raiva. Autores gregos e romanos estudaram o mal, entre os séculos IV e I a.C., tais como Demócrito, Aulo Cornélio Celso e Galeno, descrevendo-as em homens e animais e sua transmissão, recomendando práticas como a sucção, cauterização por meio de substâncias cáusticas e/ou ferro em brasa e também a excisão cirúrgica dos ferimentos: se a vítima não viesse a óbito ficaria com várias cicatrizes. Foi descrita por Aristóteles, que assinalou o risco da mordida por cães infectos — embora ainda se acreditasse que sua ocorrência poderia se dar de modo espontâneo, por meio de alimentos muito quentes, pela sede, por conta da falta de sexo ou forte excitação nervosa.

O medo causado pela doença atingia os campos e também as cidades; em 1433 há o registro de que lobos raivosos invadiram Paris. Recompensas eram entregues aos que matavam os animais infectados e, para comprovar o feito, os caçadores exibiam as cabeças ou as patas do animal abatido. Durante a Idade Média era chamada de Mal de Santo Huberto, e a Igreja recebia, no mosteiro de Andage, onde estavam os restos mortais daquele que fora bispo de Ardenas, peregrinos em busca de salvação deste mal.

Em 1530, o médico italiano Girolamo Fracastoro descreveu a doença de forma correta: que sua transmissão dava-se através da saliva do animal infectado em contato com o sangue do indivíduo sadio; foi além, dizendo que a doença progredia de modo lento, raramente aparecendo os sintomas antes de vinte dias, a maioria se manifestando após trinta dias, alguns podendo durar 4 ou 5 meses e, noutros, de um até cinco anos.

As práticas terapêuticas da antiguidade sobreviveram até o século XIX, quando finalmente Louis Pasteur iniciou seu estudo de modo científico. A situação da raiva na Europa, no século XIX, era ainda de manutenção das práticas mais antigas e primitivas.

Em 1880 Victor Galtier, da Escola de Medicina Veterinária de Lyon (a primeira do mundo). Em dezembro do mesmo ano Pasteur voltou sua atenção para o problema. Auxiliado por cientistas como Émile Roux, Charles Chamberland e Louis Thuillier, em 1881 conseguem isolar o vírus. Efetuam a passagem do agente entre coelhos e, dessecando sua medula espinal e submetendo-os à ação de potassa, conseguem um vírus mais "estável" (com virulência e incubação constantes), e que podia então ser reproduzido em laboratório, de modo a se produzir uma vacina.

No ano de 1884 descrevem para a Academia de Ciências de Paris que, após sucessivas passagens, a virulência diminuía. Passam a usar experimentalmente em animais a vacina que produziram. Pouco tempo depois Pasteur teve a chance de efetuar seu primeiro ensaio em humanos, num garoto que, mordido por cão raivoso, teria a morte certa.

"A morte da criança parecia inevitável. Decidi, não sem profunda angústia e ansiedade, como se pode imaginar, aplicar em Joseph Meister o método que eu havia experimentado com sucesso consistente nos cães".

Louis Pasteur

Pasteur decide aplicar a imunização já provada eficaz em coelhos e nos cães. Meister foi curado. No mesmo ano a vacina é ministrada em outro jovem, Jean-Baptiste Berger Jupille. O sucesso da imunização humana fez seu método se espalhar rapidamente pelo mundo. Em 1890 havia centros de tratamento anti-rábico em Argel,Bandung, Budapeste, Chicago, Florença, Madras, Nova Iorque, São Paulo, Tunis, Varsóvia, Xangai e outras cidades.

RECONHECIMENTO

Pasteur foi recebido na Academia Francesa por Ernest Renan com as seguintes palavras:

"A humanidade deve ao senhor a supressão de um terrível mal, isto é, da desconfiança que sempre se misturava às carícias feitas no animal em que a Natureza melhor exibiu seu sorriso bondoso".

A raiva e uma antropozoonose transmitida ao homem pela inoculação do vírus presente na saliva e secreções

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