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ACREDITAÇÃO HOSPITALAR BRASILEIRA

Por:   •  4/3/2021  •  Dissertação  •  1.399 Palavras (6 Páginas)  •  148 Visualizações

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ACREDITAÇÃO HOSPITALAR BRASILEIRA

A acreditação hospitalar configura-se como uma metodologia desenvolvida para apreciar a qualidade da assistência oferecida em todos os serviços de um hospital. Este é considerado um sistema complexo, onde as estruturas e os processos são interligados, de modo que o funcionamento de um componente interfere em todo o conjunto e no resultado final (BRASIL, 2002).

O processo de acreditação é um processo voluntário, periódico e reservado. Possui como base a avaliação de padrões previamente estabelecidos, isto é, compara-se o que é encontrado na unidade a ser acreditada com o padrão considerado como referência. Assim sendo, verifica-se se o serviço atinge ou não os critérios preconizados pela unidade acreditadora (BRASIL, 2002; ONA, 2003).

Os padrões exigidos e verificados são divididos em três níveis, com seus princípios norteadores e por requisitos, sendo que cada nível representa uma definição e uma lista de verificação que permite a identificação da sua necessidade e a concordância com o padrão estabelecido: segurança e estrutura (nível 1: Acreditado), organização (nível 2: Acreditação Plena), práticas de gestão de qualidade (nível 3: Acreditação por Excelência) (BRASIL, 2002).

Mediante tal avaliação, a acreditação pode ou não resultar em uma certificação. Entretanto, o objetivo primordial dessa estratégia ou sistema de gestão da qualidade é viabilizar a educação permanente em toda a organização de saúde (ONA, 2003). A avaliação não possui caráter fiscalizador.

Ao se discutir a importância da acreditação hospitalar para a saúde na população, é possível evidenciar que o processo de acreditação está intimamente relacionado com gestão de qualidade. Qualidade, por sua vez, é um processo de transformação do trabalho e do comportamento das pessoas no sentido da melhoria dos procedimentos e dos resultados da instituição (BONATO, 2011). Ter uma gestão da qualidade significa ter uma perspectiva contínua de melhoria nos processos que garantem os padrões de excelência definidos pelos órgãos reguladores, além de significar maior aceitabilidade dos serviços pelo paciente. Assim, essas conquistas apenas serão possíveis por meio de capacitação coletiva, buscando tornar o trabalho mais significativo.

As organizações hospitalares ao focarem na qualidade do atendimento e na melhoria contínua, associado a uma profunda mudança cultural, treinamento em liderança e educação continuada de todos os níveis funcionais, poderão atender melhor os seus clientes (BONATO, 2011).

A organização do processo de trabalho junto ao comprometimento de seus profissionais são itens fundamentais na promoção de uma assistência hospitalar qualificada. A acreditação promove a qualificação dos serviços de saúde, com foco na segurança do paciente e no uso racional de instrumentos que fundamentam o processo de trabalho (CAMILLO et al., 2016).

Sob este aspecto, impulsiona melhorias assistenciais efetivas, contínuas e resolutivas em instituições de saúde, principalmente para o usuário. Já para o funcionário inserido em um serviço acreditado, é capaz de torná-lo melhor preparado para atender as necessidades dos seus clientes, à medida que oferece recursos materiais, técnicos e humanos de maior complexidade, além de manter o nível de qualidade pela padronização de rotinas e uma maior organização em suas atividades (CAMILLO et al., 2016).

Desta forma, a busca pela acreditação intensifica a promoção de mudanças organizacionais, tais como a revisão e melhoria dos processos internos das organizações hospitalares, o desenvolvimento dos profissionais de saúde e a criação de uma cultura voltada para a qualidade e para a segurança dos pacientes e dos próprios profissionais de saúde. Todavia, existem evidências positivas e negativas dos impactos da acreditação hospitalar na melhoria da satisfação dos pacientes. Também não há comprovação da influência da acreditação na melhoria dos indicadores de qualidade hospitalar (MENDES, 2015).

Convém ressaltar, a princípio, que existem situações que devem ser consideradas antes de submeter uma organização de saúde ao processo de certificação. Segundo Mello, Souza e Palla (2005), o processo de acreditação abruptamente definido como meta, sem haver uma preocupação, a priori, com a incorporação de princípios e valores da instituição ou com conhecimentos prévios acerca do processo de trabalho, acarreta medo e estimula o surgimento de mecanismos de defesa nos profissionais, que passam a agir sob tensão e não naturalmente, como deveriam.

Os esforços para a implementação da qualidade são bem mais aceitos quando são embasados em uma metodologia clara e consciente, ao mesmo tempo que são trabalhados em harmonia por todos os integrantes do processo. Ressalta-se, ainda, que o processo de acreditação tem grande chance de não obter o sucesso esperado caso não haja uma sensibilização adequada dos envolvidos com relação aos assuntos da qualidade (MELLO; SOUZA; PALLA, 2005).

Nesse contexto, é imprescindível a participação dos líderes dos setores juntamente com seus funcionários, a fim de assegurar que sejam propostas estratégias de treinamentos compatíveis com a realidade da unidade, sem desconsiderar a qualidade do repasse das informações. Deve ser oferecido aos funcionários condições que propiciem a criatividade e iniciativa, além de favorecer a criação de uma cultura comum disposta a aceitar mudanças, para que haja uma percepção mais madura e consistente a respeito do processo da qualidade (MANZO; BRITO; CORRÊA, 2011).

Outro aspecto dificultador importante diz respeito ao não envolvimento de todos os colaboradores no processo de trabalho. Nesse contexto, percebe-se que todos os profissionais de saúde, independentemente de sua categoria profissional, precisam estar engajados para o integral sucesso do processo de acreditação em busca de excelência dos serviços (MANZO; BRITO; CORRÊA, 2011).

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