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Atribuições do Enfermeiro na Saúde do Trabalhador

Por:   •  22/3/2017  •  Monografia  •  3.638 Palavras (15 Páginas)  •  592 Visualizações

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ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO NA SAÚDE DO TRABALHADOR

SOBRENOME, Nome do autor (aluno)[1]

SOBRENOME, Nome do orientador (professor)[2]

RESUMO

O objetivo deste estudo é apresentar as atribuições do profissional de enfermagem para a saúde ocupacional, bem como as implicações destas atribuições como determinantes para assegurar um ambiente laboral mais seguro e, consequentemente, diminuir o número de acidentes de trabalho. Segundo o Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS) foram registrados 704.136 acidentes de trabalho para o ano de 2014. Deste total de acidentes, 427.939 foram acidentes típicos decorrentes da característica da atividade profissional desempenhada pelo empregado. Atividades de planejamento e implementação de ações dirigidas para diminuir a incidência de acidentes típicos são previstas claramente pela Associação Nacional de Enfermagem do Trabalho (ANENT) e pela Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). A investigação profunda deste tipo de acidente, como por exemplo, excesso de horas extras, pode dar subsídios para a efetiva intervenção do enfermeiro do trabalho para diminuir esse tipo de acidente. A presente pesquisa caracteriza-se como explicativa, com procedimento bibliográfico e documental e com abordagem qualitativa.

Palavras-chave: Acidentes de Trabalho. Saúde Ocupacional. Classificação Brasileira de Ocupações.

  1. 1 INTRODUÇÃO

O trabalhador é um fator importante na estrutura de custos das organizações de manufatura e serviços. Ele não é mais "mão-de-obra barata". Isto aumentou o valor de um trabalhador saudável aos olhos da gestão. Um trabalhador insalubre, frequentemente ausente por causa de doenças, sendo grande parte evitável, é improdutivo. A falta de trabalho produtivo causa a falta de renda ou o aumento dos custos de produção. Embora os termos "medicina industrial" e "saúde industrial" tenham sido utilizados inicialmente, o termo "saúde ocupacional" surgiu por volta de 1950, sendo um conceito muito mais amplo (MELLISH, 1980).

A chave para a enfermagem em saúde ocupacional é o ambiente no qual ela é praticada. O simples fato do enfermeiro de saúde ocupacional praticar sua profissão não no hospital, não na cabeceira da cama, mas no local de trabalho abre uma nova e ampla visão de serviço e oferece um incomparável desafio às suas capacidades profissionais. As pessoas a quem o enfermeiro de saúde ocupacional presta serviços não são "pacientes" tradicionais, mas trabalhadores. O cuidado às vezes é curativo, em outros momentos é de reabilitação e, cada vez mais, em programas modernos é preventivo, quando o enfermeiro participa de atividades de promoção e manutenção da saúde (BROWN, 1964).

Atualmente, enfermeiros da saúde do trabalhador, saúde ocupacional, trabalham com empregadores e empregados buscando identificar as necessidades de saúde e segurança no local de trabalho. Para atender a essas necessidades, os enfermeiros de saúde ocupacional:

  • coordenam e fornecem serviços e programas;
  • promovem uma abordagem interdisciplinar para os cuidados de saúde e defendem o direito do empregado a ter programas de saúde e segurança orientados para a prevenção e com boa relação custo-benefício;
  • incentivam os trabalhadores a assumirem a responsabilidade pela sua própria saúde por meio de programas de educação sanitária e gestão de doenças, tais como cessação do tabagismo, exercícios físicos, controle de peso e nutrição, controle do estresse, controle de doenças crônicas e uso efetivo de serviços médicos;
  • monitoram o estado de saúde dos trabalhadores;
  • realizam pesquisas sobre os efeitos da exposição ao local de trabalho, reunindo dados sobre saúde e risco.

O Ministério do Trabalho por meio do documento Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) retrata a realidade das profissões do mercado de trabalho brasileiro, acompanhando o dinamismo das ocupações com a maior fidelidade possível. As atividades do profissional de enfermagem de saúde ocupacional, bem como suas competências são descritas no código 2235-30 - Enfermeiro do trabalho (BRASIL, 2010).

Dentre as legislações vigentes, destacam-se as Normas Regulamentadoras (NR) 04 e 07 por estabelecerem a criação dos Serviços de Saúde de Trabalho e determinarem a composição e atribuições da equipe multiprofissional, bem como instrumentos e diretrizes para assegurar a saúde do trabalhador (BRASIL, 1978 e 1994).

Segundo Mendes e Wünsch (2007), a dinâmica da produção, as condições de trabalho e o modo de vida continuam sendo fontes importantes na compreensão do processo de saúde, adoecimento e morte dos trabalhadores; pois horas extras, transporte e alimentação inapropriados, entre outros, podem estar associados aos “descuidos” do trabalhador. Os profissionais de saúde, em particular o enfermeiro, deverão estar atentos a estas situações de risco, para que atue de maneira preventiva.

Este trabalho tem como objetivo apresentar as atribuições do profissional de enfermagem para a saúde ocupacional, bem como as implicações destas atribuições como determinantes para assegurar um ambiente laboral mais seguro e, consequentemente, diminuir o número de acidentes de trabalho.

  1. 2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 BREVE HISTÓRIA DA ENFERMAGEM DO TRABALHO

Após a revolução industrial dos séculos XVIII e XIX, a migração de pessoas das zonas rurais para as cidades levou a problemas de saúde associados a condições de vida e de trabalho precárias. As taxas de mortalidade foram maiores entre os portadores de tuberculose, febre tifoide e cólera. A elevada mortalidade infantil e condições de vida precárias foram observadas por homens como Edwin Chadwick. O relatório de Chadwick sobre a condição sanitária da população trabalhadora da Grã-Bretanha influenciou a introdução da Lei de Saúde Pública de 1848, que incluiu a criação do Conselho Local de Saúde e a nomeação de funcionários de saúde (OAKLEY, 2008).

A história registra que o trabalho dos primeiros enfermeiros de saúde industrial foi baseado em princípios de saúde pública. Charly (1978) fornece um excelente relato desses tempos, e descreve os deveres de Phillipa Flowerday, que se acredita ser a primeira enfermeira industrial no Reino Unido, que foi empregada pela fábrica de mostarda Norwich de J e J. Colman em 1878 por 26 xelins[3] por semana. Segundo Godfrey (1978), a enfermeira Flowerday iniciava seu dia de trabalho na fábrica, onde ajudava o médico. Na manhã seguinte, ela carregava sua cesta com suprimentos e saia para visitar os trabalhadores doentes em suas casas. Nas suas visitas domiciliares, ela também cuidava das famílias dos trabalhadores. Ela era, portanto, um importante elo com a fábrica e o lar, um aspecto do trabalho em saúde ocupacional que, mesmo hoje, não recebe atenção suficiente.

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