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CENÁRIO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA E OS DESAFIOS NA INCLUSÃO DE PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS NO SISTEMA DE ENSINO

Por:   •  22/4/2019  •  Trabalho acadêmico  •  4.171 Palavras (17 Páginas)  •  250 Visualizações

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CENÁRIO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA E OS DESAFIOS NA INCLUSÃO DE PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS NO SISTEMA DE ENSINO

Rosa de Carvalho Freire

Professora Tutora: Ana Alves

Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI

Curso SOC0022 – Prática do Módulo II

01/06/2013

RESUMO

Objetivamos com este artigo prover, reunir e salientar informações acerca das políticas públicas voltadas à inclusão de crianças, jovens e adultos com necessidades especiais no âmbito educacional regular ou especial abrangendo as demais características sociológicas, no intuito de desenhar o plano de fundo no qual tentamos promover a justiça e igualdade social que nos é prometida nos estatutos e legislações do nosso país.

Perceberemos na abordagem deste tema que o Brasil é um país deficiente em vários âmbitos, deficiências estas que fazem da educação não só para os especiais um fator problemático, excludente e contraditório de seus propósitos.

Tentaremos responder algumas perguntas como: em que nível educar para as diferenças interfere na construção de uma sociedade verdadeiramente igualitária? Quais os desafios que permeiam a pedagogia inclusiva? Como se dá a inclusão das minorias deficitárias?

Palavras-chave: Educação inclusiva, Igualdade como direito, pedagogia para as minorias.

INTRODUÇÃO

        Em uma sociedade de discrepâncias sociais baseadas na desigualdade entre classes, gênero, raças e etnias, gerações e diferenças pautadas nas deficiências, garantir a instrução educativa baseada na justiça social que veja o trabalhador não como um capital humano mas reconheça, interaja e legitime a diversidade trazendo à tona a realidade desafiadora não só da educação inclusiva como a construção de uma sociedade igualitária e justa socialmente.

        Apesar de que o tema presente nos traga um grande número de assuntos, é importante salientar que cada segmentação possui sua própria construção e evolução social, suas especificidades tanto na história quanto na política além de ocupar lugares diferentes na legislação, constituição e estruturação das políticas educacionais até hoje adotadas. Assim elas se fazem de formas distintas entre os contextos públicos e privados. A problemática se faz presente na falta de reconhecimento do poder público no que diz respeito a necessidade de políticas públicas, um direito do cidadão e contribuinte desta democracia.

Dentro deste cenário da educação brasileira, de descaso público, percebemos que a educação sempre se pautou em pilares que nos leva a crer que na atualidade, educamos para o convívio tolerante entre as diferenças, porém a convivência mútua e o respeito pelas diferenças do outro vem gradualmente substituindo o objetivo de superar as desigualdades, de ensinar a todos em iguais condições, dando um senso de justiça igualitária. Seguindo a linha de pensamento: em que nível educar para as diferenças interfere na construção de uma sociedade verdadeiramente igualitária?

Além desta questão a ser analisada durante o desenvolvimento, na construção de um sistema nacional de educação, há a necessidade de considerar questões como o papel do Estado na garantia do direito a educação de qualidade, a qualidade da educação, a democratização do acesso e permanência nas escolas, os meios de formação e valorização do ser humano e dos profissionais da educação e o Controle Social para então analisarmos as peculiaridades da inclusão dos deficientes físicos e mentais no sistema de ensino.

1 BASE SOCIAL DA EDUCAÇÃO E MOMENTO HISTÓRICO

A análise da educação inclusiva brasileira exige um passo anterior: a reflexão sobre o momento histórico no qual estamos inseridos.

Estamos vivendo um momento histórico pós-moderno descrito como neoliberal e globalizado. Quando nos referimos ao neoliberalismo nos reportamos a uma lógica de agilidade na reposição de perdas e da acumulação e concentração de capital, a um modelo produtivo flexível de variedades, produzidos e ofertados em rede, gerando uma reorganização do mapa mundial, mutável e volúvel geográfica, cultural e politicamente. Este modelo econômico tem base nos avanços tecnológicos e de comunicação que desfaz as fronteiras provocadas pelas distâncias, globalizando os mercados e nos fazendo perder progressivamente a noção de pátria, povo e nação. É acima de tudo uma lógica diferenciada de pensamento e sociedade humana. Num movimento de afirmação do pós-modernismo, que tem sua ideologia baseada no capital.

Segundo SALES (2009):

“Se a modernidade nos legou um olhar sobre o mundo e as coisas pautado nas verdades e certezas da ciência e não mais nos dogmas de fé; se nos dotou também da capacidade de indignação e de sonhos verdadeiramente revolucionários, podemos dizer, sem medo, que o pensamento pós-moderno veio para amortecer e esfriar os desejos de mudança radical.

A crença é de que a pós-modernidade nos põe constantemente em uma situação de crise para que nos seus ideais ela se afirme e nos fragilize. Toda a volatilidade do tempo em que nos percebemos nos faz um novo homem, sustentado ainda pelo ideário capitalista. Um homem dito multifuncional, um trabalhador com grande capacidade de se ajustar e criar mecanismos de auto inclusão.

GADOTTI (1984) nos revela uma conceituação sobre figuras de homens a agregar a esta reflexão:

“Ao chegar histórico do homem a uma totalidade de capacidades de consumo e gozo dos bens culturais e materiais de que o trabalhador tem sido excluído, em consequência da divisão social do trabalho e de tudo que esta divisão acarreta, ou seja, a desumanização, o embrutecimento físico, moral e mental. Para a consecução desta totalidade de capacidades será necessário substituir o homem unilateral, especializado e alienado, por um homem omnilateral, não especializado e, sobretudo, livre da exploração e alienação do seu trabalho”.

Perceba que a construção do homem em uma sociedade se dá pela educação, e uma educação comprometida com as classe dominantes e o sistema econômico-financeiro vigente acaba por fazer um papel contraditório, deixando de criar cidadãos para gerar mão de obra funcional as necessidades da indústria, comércio e outros. Um cenário completo gerado pelo capitalismo e suas leis de sobrevivência que gera a segregação, pelo estímulo do consumo para a satisfação pessoal, concorrência, individualismo, competição e a divisão social do trabalho.

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