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Estudo dirigido: Epidemiologia, História Natural e Prevenção de Doenças

Por:   •  15/5/2018  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.380 Palavras (6 Páginas)  •  841 Visualizações

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        Estudo dirigido: Epidemiologia, História Natural e Prevenção de Doenças

Conceito de epidemiologia        

        A epidemiologia é o eixo da saúde pública. Proporciona as bases para avaliação das medidas de profilaxia, fornece pistas para a diagnose de doenças transmissíveis e não transmissíveis. Além disso, estuda a distribuição da morbidade e mortalidade a fim de traçar o perfil de saúde-doença das coletividades humanas; realiza testes de eficácia e qualidade das vacinas; desenvolve a vigilância epidemiológica; analisa os fatores ambientais e socioeconômicos que possam ter alguma influencia na eclosão de doenças e nas condições de saúde; constitui um dos elos de ligação comunidade/governo, estimulando a prática da cidadania através do controle, pela sociedade, dos serviços de saúde.                                 A epidemiologia é o estudo dos fatores que determinam a freqüência e a distribuição das doenças nas coletividades humanas. Enquanto a clínica dedica-se ao estudo da doença no indivíduo, analisando caso a caso, a epidemiologia debruça-se sobre os problemas de saúde em grupos de pessoas – às vezes grupos pequenos-, na maioria das vezes envolvendo populações numerosas.                                                                         São três os objetivos principais da epidemiologia:

  1. Descrever a distribuição e a magnitude dos problemas de saúde nas populações humanas;
  2. Proporcionar dados essenciais para o planejamento, execução e avaliação das ações de prevenção, controle e tratamento das doenças, bem como para estabelecer prioridades;
  3. Identificar fatores etiológicos na gênese das enfermidades.

Uma definição precisa do termo epidemiologia não é fácil: sua temática é dinâmica e seu objeto, complexo. De modo simplificado, podemos conceituá-la como: ciência que estuda o processo saúde-doença em coletividades humanas, analisando a distribuição e os fatores determinantes das enfermidades, danos à saúde e eventos associados à saúde coletiva, propondo medidas específicas de prevenção, controle ou erradicação de doenças, e fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento, administração e avaliação das ações de saúde. O universo dos estados particulares de ausência de saúde é estudado pela epidemiologia sob a forma de doenças infecciosas (sarampo, difteria, malária etc.), não-infecciosas (diabetes, depressão, câncer) e agravos à integridade física (acidentes, homicídios, suicídios).                 O processo saúde-doença constitui o campo sobre o qual trabalha a epidemiologia. O processo saúde-doença da coletividade pode ser entendido como “o modo específico pelo qual ocorre, nos grupos, o processo biológico de desgaste e reprodução, destacando como momentos particulares a presença de um funcionamento biológico diferente, com conseqüências para o desenvolvimento regular das atividades cotidianas, isto é, o surgimento da doença”. Colocada nesse contexto a expressão saúde-doença é um qualificativo empregado para adjetivar genericamente um determinado processo social, qual seja o modo específico de passar de um estado de saúde para um estado de doença e o modo recíproco. Descontextualizada, a expressão saúde-doença refere-se a uma ampla gama que vai desde “o estado de completo bem-estar físico, mental e social” até o de doença, passando pela coexistência de ambos em proposições diversas. A ausência gradativa ou completa de um destes estados corresponde ao espaço do outro e vice-versa.                 A prevenção visa empregar medidas de profilaxia a fim de impedir que os indivíduos sadios venham adquirir a doença; o controle visa baixar a incidência a níveis mínimos; a erradicação, após implantadas as medidas de controle, consiste na não ocorrência de doença, isto significa permanência da incidência zero (a varíola está erradicada no mundo desde 1977 e a poliomielite está erradicada do Brasil desde 1990).

Devemos a epidemiologia o descobrimento da enfermidade da AIDS. A AIDS  foi reconhecida pela primeira vez como uma enfermidade em 1981, antes que o vírus da imunodeficiência humana, dois anos mais tarde, fosse identificado, ou que se suspeitasse que era o agente causador da AIDS. A observação epidemiológica anotou a prevalência de uma combinação curiosa e inexplicável de manifestações clínicas de outros estados patológicos: perda de peso, deterioração do sistema imunológico, assim como a presença de infecções oportunistas como a pneumonia. Ainda hoje em dia, é este complexo de sinais clínicos, em combinação com o resultado positivo da prova de HIV, o que define um “caso de  AIDS”. Além disso, foi através da análise epidemiológica que inicialmente a síndrome foi relacionada com certos grupos de população e comportamentos de risco conexos.                                         Leucemia na infância, provocada pela exposição aos raios x durante a gestação; trombose venosa associada ao uso de contraceptivos orais; ingestão de talidomida e o aparecimento de numerosos casos de focomegalia; hábito de fumar e câncer de pulmão; cegueira em crianças nordestinas subnutridas e sua relação com a avitaminose A; mortalidade infantil e classes sociais; são alguns entre os inúmeros exemplos de associações estudadas pelo método epidemiológico.                                                                         Outros autores definem a epidemiologia como “o estudo da distribuição das doenças nas coletividades humanas e dos fatores causais responsáveis por essa distribuição”. Esse conceito toma por base relações existentes entre os fatores do ambiente – físicos, químicos e biológicos -, do agente e do hospedeiro ou suscetível. Dentro desta concepção, os fatores culturais e socioeconômicos são partes integrantes do sistema, contribuindo à sua maneira, associados a outros fatores causais, para a eclosão em massa de doenças e agravos à saúde.

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