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Filosofia e Fisiologia Aplicada a Saúde

Por:   •  17/4/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.979 Palavras (8 Páginas)  •  350 Visualizações

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GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

FILOSOFIA E SOCIOLOGIA APLICADA A SAÚDE

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CURITIBA-PR

2016

SAÚDE HUMANA E SUAS EVOLUÇÕES

Introdução

      Os primeiros filósofos buscavam a compreensão do ser humano, num primeiro momento a compreensão do próprio universo, para isso era preciso conservar tanto a capacidade intelectual de pensamento como de corpo.

     O conceito de saúde vem se modificando durante séculos e séculos. Desde os tempos primórdios acompanhamos as evoluções na concepção do que é saúde ou doença para o povo antigo até a atualidade. Para muitos, a saúde não tem o mesmo significado, envolve a época, o lugar, classe social, valores individuais, culturas, concepções científicas, religiosas e filosóficas.

     Na antiguidade se buscava o equilíbrio do corpo e da alma, na idade média, se elevava a alma e deixava o corpo em segundo plano e na modernidade contemporânea, o que passa a ser valorizado é o corpo e se perde o equilíbrio, ficando no esquecimento a parte de cuidar do espírito/alma e religiosa.

     No período antes de cristo, a concepção de doenças era gerada por motivos sobrenaturais, ou seja, como obra do demônio. Uma pessoa que era acometida por uma doença, significava que ela infligiu uma lei divina, desta forma precisava ser sacrificada de forma a fazer as pazes com Deus e com as divindades, a ponte para receber o perdão era feita por sacerdotes ou Xamãs, que tinham proximidade com Deus e com as divindades espirituais. Neste modelo mágico religioso, não se tinha solução para todas as doenças que apareciam, porém tinha seu ponto positivo, atendia as necessidades básicas das pessoas no sentido psicológico, interagia a comunidade que era absorvida pela sociedade. Mesmo leigos na busca de cura, seus esforços eram incansáveis e foram essenciais para a ciência na descoberta da cura para muitas doenças, principalmente as psicoemocionais.

     Da idade antiga para a idade média, já não há mais a relação do equilíbrio do corpo e alma, a idade média era ligada a questões religiosas, que se tem um equilíbrio da alma e o corpo é colocado em segundo plano, ou seja, a relação da alma com Deus que liberta, e o corpo passa a ser o abrigo do mal e do pecado, tanto que existiam rituais em que as pessoas provocavam autoflagelação, no sentido de libertar sua alma. Na idade média houve uma ênfase da alma por questão da religiosidade, todo este contexto faz com que os males do corpo, da carne tenha um peso muito grande em sentido de enaltecer a alma e colocar o corpo como a sede do pecado, atender aos desejos do corpo de forma desmedida é esquecer-se da espiritualidade, esquecer-se da alma.

     A cultura grego-romana estava muito ligada na concepção do equilíbrio, ponto marcante dos gregos clássicos, pois são umas das poucas ou únicas culturas que privilegiavam o equilíbrio do corpo e da alma. Atletas por exemplo, naquela época era bem visto porque tinha um corpo saudável, os filósofos porque cuidava do pensamento, da questão ética e do comportamento, então este equilíbrio se pautava desde o início.

     As pessoas buscavam respostas no sentido pré-razão, ou seja, no sentido grego e ainda é comum nos dias atuais as pessoas buscarem respostas na natureza. A natureza contextualiza, a doença como um mal, ou seja, uma má relação com minha natureza ou com o ambiente em que se vive pode causar a doença mais também pode trazer a cura, depende da reação/ação.

     No modelo empírico-racional construiu-se teorias mais racionais, foi a partir daí que nasceu a medicina tendo como personagem principal Hipócrates, conhecido como o pai da medicina, foi ele quem criou a teoria conhecida como: ‘’Teoria dos Humores Corporais’’. Hipócrates associava a saúde e a doença a quatro humores: sangue, fleugma, bílis amarela e bílis negra, ou seja, estes estavam relacionados respectivamente ao coração, sistema respiratório, fígado e baço, cada um com diferentes qualidades: o sangue seria quente e úmido; a fleuma, fria e úmida; a bílis amarela, quente e seca; e a bílis negra, fria e seca. Segundo o predomínio natural de um destes humores na constituição dos indivíduos, teríamos os diferentes tipos fisiológicos: o popular sanguíneo, o sereno fleumático, o forte colérico e o perfeito melancólico, desta forma, qualquer desequilíbrio destes humores poderia causar doenças e que para manter-se saudável era necessário estarem em perfeita harmonia, caso contrário seria necessário ações para restabelecer o equilíbrio. O pai da medicina lidava com os conceitos de ’’ Eucrasia e Discrasia’’, que nada mais é que: conceito de saúde e doença. Eucrasia para ele queria dizer o cuidado consigo mesmo e discrasia a falta deste cuidado. Logo depois vem Aristóteles, que é o primeiro a fazer textos realmente ligados a esta questão porque ele associava o equilíbrio à moderação aos hábitos, a alimentação, a ponderação aos desejos e a educar os desejos. A concepção de Aristóteles estava voltada ao individual para o ser humano e com o passar dos tempos, esta concepção vai se modificando.

     Até os dias atuais ainda se fala muito em manter o equilíbrio. Almejamos á todo momento manter-se equilibrado, porém não temos determinação e acabamos protelando nosso desejo tornando-o enfraquecido. Acrasia é isso, esta fraqueza da vontade, ou seja, a pessoa não consegue educar seus desejos, se reduz a tudo aquilo que acaba interferindo e de forma negativa no seu dia a dia, no comportamento consigo mesmo ou com os outros e muitas vezes, estas tensões criam maus hábitos. O interessante de tudo isso é que esta falta de equilíbrio já vem de muitos e muitos séculos atrás e até hoje estão presentes causando doenças nos indivíduos. Para se ter saúde é necessário se ter mais esta vontade de fazer acontecer, agir em prol da saúde.

     Com o fim da idade média, começa a origem dos problemas, inicia a era moderna, tendo como marco histórico o privilégio da alma, deixando o corpo excluído.

     Com o começo da modernidade, já se tem idéia da dicotomia tornada real entre corpo e alma. Descartes, apesar de ser muito criticado até os dias de hoje, foi ele que deu início e marcou um tempo que tudo surgiu a partir desta época, deu início a medicina tecnicista, as especializações, quando a medicina começa a se tornar algo mais palpável, onde os médicos começam a cuidar e focar nas doenças específicas, onde teve início a separação dos cuidados especificando cada sistema de forma individual. Esta divisão foi importante e ainda é, porém até hoje recebe críticas, porque em virtude da separação das partes ou divisão, perde-se a visão do todo sendo que o todo é a união das partes, separar significa modificar o todo.

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