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O serviço social na humanização do parto

Por:   •  26/4/2016  •  Projeto de pesquisa  •  5.954 Palavras (24 Páginas)  •  955 Visualizações

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1. INTRODUÇÃO

O parto é um acontecimento singular na vida de uma mulher, que gera inseguranças incertezas, receio, anseios, dúvida e até mesmo tristezas. E para que este acontecimento se torne prazeroso para a futura mãe e o bebê, a humanização da assistência à mulher é fundamental. Nesse sentido, durante o ensino teórico prático da disciplina Assistência de Enfermagem à Mulher, surgiu nosso interesse pela área materno infantil. Isso porque não percebemos como adequada à atenção que as mulheres recebiam durante o trabalho de parto.

Em nossa observação empírica, os profissionais de saúde prestam assistência desenvolvendo atividades técnicas, mecanizadas e rotineiras tais como, dar o toque colocar o soro e nada mais. Nas maternidades, com a proximidade do nascimento, as mulheres eram levadas para a sala de parto deambulando e quando “instaladas” na mesa de parto as orientações diziam respeito prioritariamente a fazer “força” para a criança nascer. Fica evidente que o processo do nascimento após a institucionalização sofreu modificações significativas como novas técnicas, melhorando as condições de atendimento, mas em contrapartida, o cuidado no processo de nascimento não esta sendo visto como um cuidado holístico.

Visando mudar essa realidade o Ministério da Saúde (BRASIL, 2001), implantou a assistência humanizada ao parto, que dispõe atenção individualizada a cada mulher de acordo com suas necessidades e limitações, com o mínimo de intervenções possíveis; preservando sua privacidade; respeitando seu espaço, seus direitos de mulher e mãe, que a parturiente não seja vista como um procedimento, e, sim, como um ser que está dando a luz, algo novo em seu universo, pois mesmo que seja ela multípara ou primípara cada parto é único.

 Desse modo, se o profissional de saúde ouvir a parturiente, criar um vínculo com a mesma, tratá-la de forma individualizada, respondendo suas dúvidas, esta se sentira mais segura em relação à equipe, podendo trocar idéias e experiências. Com essas atitudes a parturiente poderá conseguir relaxar, melhorar sua participação durante o trabalho de parto que é imprescindível para um parto mais seguro e feliz (OSAVA, 2003).

Considerando esse enfoque, Carvalho, Pinto e Vaz (2005 p. 80-81) diz que:

 

                                         O profissional que estabelece um vínculo com a gestante proporcionará à mesma mais segurança e atenção para seus questionamentos. Muitas questões trazidas, embora pareçam elementares para quem escuta, podem representar um problema sério para quem as apresenta, portanto, respostas diretas e seguras são muito importantes para o bem-estar da mulher. A gestante deve ser cuidada com carinho e dedicação pelos profissionais da área.

Ainda, estudos apresentados por Michel Odent (2002, p.34) demonstra que:

O apoio físico e empático dado por uma única pessoa durante o trabalho de parto, apresenta muitos benefícios, incluindo um trabalho de parto mais rápido, um volume menor de medicações e de analgesia peridural, redução de escores de Apgar inferior a 7 e de parto operatório.

Considerando que o parto é um momento importante no qual desembocam muitas das vivências da gravidez, faz se necessário aos profissionais de saúde a contemplação desta nuança psicológica em seus planos de assistência ao parto, contribuindo e desempenhando um papel como facilitador para o desenvolvimento dessa atenção, por meio de orientações, aconselhamentos específicos e atividades no preparo da parturiente e acompanhante.

Portanto, a assistência ao parto deve estar voltada não apenas para as alterações fisiológicas da mulher, mais também para as de aspecto psicológico, oferecendo um ambiente caloroso para que essa transformação não seja traumática, mais sim prazerosa; respeitando o momento, as dores, os choros, os gritos, enfim a maneira como cada uma tem, em particular, de ser expressar, pois caso contrário, ao invés de auxiliar, o profissional quando não “respeita” essa explosão de emoções que é proporcionada pelo parto, consegue inibir a evolução natural da expulsão do bebê e a mulher sofre além do que deve.

Desse modo, há várias discussões e debates acerca da humanização no atendimento do contexto da saúde. Esse estudo, contesta o cuidado mecanizado proveniente dos avanços tecnológicos. O que realmente faz a diferença não são os aparatos tecnológicos e, sim, a competência que a equipe tem em ser empática e saber ouvir encontrando-se ao lado, intervindo nos momentos adequados.

Daí a importância de investir no refinamento e qualificação dos profissionais tanto no sentido do desenvolvimento tecnológico, quanto no trabalho humanizado, para que os valores de cada indivíduo não desapareçam pelo mecanismo da rotina do atendimento. Só assim conseguirá atender com excelência as mulheres demonstrando que o parto humanizado não é somente um conjunto de regras mais sim um trabalho colaborativo entre profissional, mãe e família.

Portanto, é importante que os profissionais de saúde prestem uma assistência digna para garantir a mulher, e seus entes queridos uma gravidez segura e saudável, com informações necessárias para que possa escolher com tranqüilidade o local, o tipo de parto, o profissional que lhe assistirá, o acompanhante, entre outras, respeitando sempre a participação de sua família em todo esse processo.

Diante disso os profissionais de enfermagem devem analisar criticamente o seu  trabalho, os cuidados que prestam aos seus clientes e o que podem fazer para melhorar e tornar mais humanizada essa assistência, pois ocasiona a necessidade de refletir sobre o tema, e isso pode conscientizá-los da importância de sua participação na assistência, educação, promoção da saúde, prevenção de intercorrências na gravidez e recuperação da saúde.

Conduto mostra-se a importância de ser realizar estudos que envolvem o tema parto humanizado para que cada vez mais, o profissional tenha uma visão holística de cada mulher como condutora do processo de parturição, e comecem a respeitar suas vontades e direitos.

Mediante ao exposto, optamos como objeto de estudo as vivências de mulheres/mães ao parto humanizado. Traçamos como objetivos: Avaliar os conhecimentos das mulheres mães acerca do parto humanizado; Analisar as influências dos conhecimentos das mulheres/mães sobre o seu protagonismo no desenvolvimento do parto humanizado; Descrever as contribuições das mulheres/mães que vivenciaram o parto humanizado para melhoria de assistência de Enfermagem.

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