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PRÁTICA: SIMULAÇÃO COMPUTADORIZADA DO USO DE COLINÉRGICOS E BLOQUEADORES COLINÉRGICOS

Por:   •  15/5/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.898 Palavras (8 Páginas)  •  333 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – CCS

DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA

BACHARELADO EM ENFERMAGEM

WELLINGTON MACÊDO LEITE

PRÁTICA: SIMULAÇÃO COMPUTADORIZADA DO USO DE COLINÉRGICOS E BLOQUEADORES COLINÉRGICOS

TERESINA, 2017

INTRODUÇÃO

Os colinérgicos, também chamados colinomiméticos, parasimpatomiméticos ou estimulantes dos receptores colinérgicos, caracterizam-se pelos efeitos que produzem que são semelhantes aos da acetilcolina. Os colinérgicos se classificam de acordo com dois critérios: de acordo com o tipo de receptor (se é muscarínico ou nicotínico) e de acordo com seu mecanismo de ação, se é direto (ao nível do receptor) ou indireto (inibição da acetilcolinesterase). Desse modo, os colinérgicos podem ser organizados segundo o seguinte esquema:

DIRETOS: colinérgicos agonistas (estimulantes) dos receptores colinérgicos, que são os colinérgicos diretos muscarínicos e os colinérgicos diretos nicotínicos;

INDIRETOS: colinérgicos que atuam como inibidores da colinesterase, também chamados anticolinestarásicos, que são classificados em reversíveis e irreversíveis (ROSIN, 2015).

        Os colinérgicos indiretos ou anticolinesterásicos bloqueiam a ação da acetilcolinesterase sobre a acetilcolina, evitando a hidrólise deste neurotransmissor. Com este efeito, essas drogas facilitam e prolongam a atividade da acetilcolina junto aos seus receptores muscarínicos e nicotínicos. Os anticolinesterásicos ou inibidores da acetilcolinesterase podem também exercer alguma ação direta sobre receptores nicotínicos. A principal função da acetilcolinesterase se exerce na neurotransmissão sináptica. Alguns inibidores da colinesterase ou anticolinesterásicos, que são colinérgicos indiretos, podem também exercer uma fraca atividade de ação direta, ativando colinoceptores musculares como, por exemplo, a neostigmina, do grupo dos carbamatos quaternários (ROSIN, 2015).

        A acetilcolina é um neurotransmissor endógeno das sinapses e junções neuroefetoras colinérgicas dos sistemas nervoso central e periférico. Suas ações são mediadas por receptores nicotínicos e muscarínicos, que fazem a transdução de sinais através de mecanismos diferentes. Os receptores muscarínicos no sistema nervoso periférico são encontrados primariamente nas células efetoras autônomas inervadas pelos nervos parassimpáticos pós-ganglionares, além de estarem presentes nos gânglios e em algumas células endoteliais dos vasos sanguíneos, que recebem pouca ou nenhuma inervação colinérgica. Os antagonistas dos receptores colinérgicos inibem as ações da acetilcolina nos locais efetores, eles se subdividem em: antimuscarínicos ou antinicotínicos, de acordo com os tipos de receptores que são atingidos. A atropina constitui o protótipo deste grupo de fármacos (GILMAN, 2007).

        A acetilcolina (Ach) exerce 4 efeitos primários no aparelho cardiovascular: vasodilatação, redução da frequência cardíaca (efeito cronotrópico negativo), diminuição da taxa de condução nos tecidos especializados dos nodos sinoatrial (SA) e atrioventricular (AV) (efeito dromotrópico negativo) e redução da força de contração cardíaca (efeito inotrópico negativo). É necessária uma dose consideravelmente maior para causar bradicardia ou bloqueio ou bloqueio da condução do nodo AV por ação direta da Ach no coração (GILMAN, 2007).

        Os usos clínicos de acetilcolina são muito limitados devido à sua curta duração de ação e de efeitos potencialmente tóxicos. Pode ser usada em oftalmologia, na cirurgia de catarata, a fim de obter-se miose rápida e completa.

        O ciclo vital de síntese, armazenamento e liberação de Ach é similar em todas as sinapses colinérgicas, incluindo as junções neuromusculares esqueléticas, as terminações pré-ganglionares simpáticas e parassimpáticas e as sinapses do SNC. Duas enzimas, a colina acetiltransferase e a AChE, estão envolvidas na síntese e na degradação da Ach, respectivamente. Após sua síntese a partir da colina, a Ach é captada por vesículas de armazenamento, principalmente nas terminações nervosas (GILMAN, 2007).

        Devido a peculiar estrutura química do Carbacol, este éster de colina apresenta propriedades farmacológicas diferentes daquelas da acetilcolina e da metacolina, estimulando as sinapses ganglionares simpáticas e parassimpáticas, a medula da suprarrenal e os músculos esqueléticos. Os efeitos muscarínicos do carbacol são mais resistentes ao bloqueio atropínico do que aqueles da acetilcolina. Antigamente, o carbacol era usado no tratamento de retenção urinária, mas atualmente ele só é aplicado em oftalmologia, para diminuir a pressão intraocular do glaucoma, em soluções de concentrações que variam de 0,75 a 3%, com aplicação ocular local (ROSIN, 2015).

        A neostigmina apresenta-se em solução injetável e seu mecanismo de ação corresponde em inibir a colinesterase, estabilizando a acetilcolina, cuja ação é, dessa forma, reforçada e prolongada, com efeito e eliminação rápida. Ela é indicada para constipação atônica, atonia intestinal no pós-operatório e retenção urinária, podendo apresentar reação adversa no SNV, apresentando convulsões, disartria, disfonia, sonolência, tontura e cefaleia. É contraindicado para paciente hipersensível á droga, obstrução intestinal e urinária, peritonite, gestação e lactação, sendo que os cuidados devem ser observados em relação a administração lenta do medicamento, na superdosagem pode ocorrer fraqueza muscular, bradicardia ou taquicardia e deve-se manter a atropina disponível como antagonista ou antídoto em caso de crise colinérgica ou reação de hipersensibilidade (GOLDENZWAIG, 2009).

        A atropina e outros alcalóides naturais, assim como os antimuscarínicos representados pelas aminas terciárias são bem absorvidos pelo trato gastrointestinal e pela conjuntiva. A atropina se distribue amplamente pelos tecidos do organismo e atinge o sistema nervoso central, em concentração significativa, de 30 a 60 minutos após administração. Ela é rapidamente distribuída, desaparecendo do sangue logo após a administração e excretada pela urina, na percentagem de 80% da dose, com a meia-vida de duas horas, eliminando o resto até 13 a 38 horas. Os efeitos da atropina sobre a íris duram cerca de 48 a 72 horas, enquanto os outros efeitos parassimpatolíticos desaparecem mais rapidamente (ROSIN, 2015).

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