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RELAÇÕES DE TRABALHO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NO PROCESSO DE CUIDAR E EDUCAR

Por:   •  24/5/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.270 Palavras (6 Páginas)  •  324 Visualizações

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RELAÇÕES DE TRABALHO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NO PROCESSO DE CUIDAR E EDUCAR Juliane Umann1 Margrid Beuter2 Cecília Maria Brondani3 Charline Szareski4 Luciane de Souza5 Sabrina Wiethan Quinhones5 Bruna Zuchetto Tadielo6 A enfermagem precisa considerar o ser humano em sua totalidade no processo de cuidar e educar, respeitando suas características individuais, suas crenças, seus costumes valorizando o papel de cada profissional na realização deste processo. A interação entre a equipe de saúde, o doente e a família são essenciais para a efetivação do cuidado. Portanto, o profissional de enfermagem não deve restringir o cuidado na execução de procedimentos técnicos, mas precisa inserir a promoção da saúde em sua assistência resgatando o princípio norteador da enfermagem que é a educação do doente para o autocuidado. Trata-se de um estudo descritivo exploratório com abordagem qualitativa, que teve como objetivo verificar a atuação da equipe de enfermagem no processo de cuidar e educar na percepção de enfermeiras de uma unidade de internação. Participaram da pesquisa seis enfermeiras, com atuação nos turnos da manhã, tarde e noite, que atenderam aos critérios de inclusão da investigação: ser profissional integrante da unidade de internação por um período de no mínimo três meses. Os dados foram coletados em uma unidade de clínica médica de um hospital público da região sul do Brasil. O 1 Acadêmica do 7º Semestre do Curso de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria/UFSM – RS. Membro do Grupo de Pesquisa Cuidado, Saúde e Enfermagem. Endereço: Rua Silva Jardim nº 2149/1205, Centro, Santa Maria, RS. CEP 97.010-493. E-mail: juumann@hotmail.com 2 Enfermeira. Orientadora. Doutora em Enfermagem. Professora Adjunto do Departamento de Enfermagem da UFSM/RS. Membro do Grupo de Pesquisa Cuidado, Saúde e Enfermagem. 3 Enfermeira Enfermeira do Hospital Universitário de Santa Maria – HUSM/UFSM. Especialista em Nefrologia. Mestranda em Enfermagem da UFSM/RS. Membro do Grupo de Pesquisa Cuidado, Saúde e Enfermagem. 4 Enfermeira. Mestranda em Enfermagem da UFSM. Professora Substituta do Departamento de Enfermagem da UFSM/RS. Membro do Grupo de Pesquisa Cuidado, Saúde e Enfermagem. 5 Acadêmica do Curso de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria/UFSM – RS. Membro do Grupo de Pesquisa Cuidado, Saúde e Enfermagem. 6 Acadêmica do 7º Semestre do Curso de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria/UFSM – RS. 2 instrumento de coleta de dados foi uma entrevista semi-estruturada, com questões que versavam sobre o processo de cuidar e educar da equipe de enfermagem no contexto hospitalar. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição. Os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), preservando o anonimato e respeitando os aspectos éticos conforme a resolução 196/96 CNS. Para a análise dos dados foram percorridas as três etapas, conforme preconizado pela análise temática de Minayo(2004). A primeira etapa, a pré-análise consistiu em tomar contato com o material determinando a unidade de registro e a delimitação do contexto. A segunda etapa ocorreu com a exploração do material, mediante a codificação, classificação e escolha das categorias teóricas. A terceira etapa caracterizou-se pela interpretação dos significados dos dados. A partir da análise e discussão dos dados emergiu o tema “as relações de trabalho no processo de cuidar e educar da equipe de enfermagem” que revelou as vivências profissionais das enfermeiras no contexto do cuidado manifestadas nas relações com a equipe, o doente e os demais profissionais de saúde. Desta forma, desvelaram-se três subtemas: “o compromisso com o cuidado”, “a questão ética presente nas inter-relações” e “a relação de poder”. O compromisso do cuidado pela equipe de enfermagem pode ser demonstrado através da adoção de atitudes de zelo, atenção por parte da equipe, respeito à autonomia do doente, informando-o e esclarecendoo sobre a condição de sua saúde. Portanto, o compromisso com o cuidado relacionado ao doente e seus familiares pode ser constatado na seguinte fala: ...Sempre que dá, eu percebo sim, que a equipe educa. Ela está sempre conversando com o paciente, tirando todas as dúvidas, explicando, interagindo...Outras falas, ainda destacam: ...a gente procura fazer com que o paciente e o acompanhante participem do cuidado..., ...a equipe tem essa característica...eles orientam quanto a alimentação, cuidados com a pele, elevar a cabeceira... Pela característica do trabalho da enfermagem estar presente vinte quatro horas, a equipe tem diversas oportunidades e facilidades de implementar o cuidado, tais como, na realização de procedimentos, na recepção na unidade, no preparo para a alta hospitalar, entre outras atividades. 3 O segundo subtema desvelado pelas enfermeiras foi a questão ética presente nas inter-relações que emergiu na fala: ...a gente já vai explicando o que vai fazendo, porque está realizando daquele jeito, porque está usando aquele material ou medicação... Ao conceber-se o doente como sujeito ativo do cuidado, ele tem o direito de receber informações relacionadas à sua patologia, o que significa agir com respeito, dialogando, incluindo-o nas decisões sobre o seu processo de saúde e doença. Outra fala aponta: ...às vezes, o paciente interna e fica sem avaliação, o médico prescreve e não dá o retorno, e a gente fica nesse meio termo... Nessa situação percebe-se um dilema ético da enfermagem, quando se torna refém das condutas médicas, não dispondo de autonomia para desempenhar suas atividades. O desrespeito com o doente gera nos profissionais da equipe de enfermagem sofrimento e angústia, pela impotência frente a essa situação. O terceiro subtema, a relação de poder foi desvelado na fala: ...porque muitas vezes, os pacientes não perguntam as coisas para o médico, e sim para a enfermagem e a enfermagem serve de elo entre o paciente e o médico... A convivência contínua do doente com a equipe de enfermagem permite o estabelecimento de um vínculo, oportunizando o diálogo e viabilizando uma relação de reciprocidade. Outra fala revela em relação à equipe de enfermagem: ...eu prefiro, às vezes, que eles não orientem, do que orientem alguma coisa errada... A fala da enfermeira denota a desvalorização do saber dos membros da equipe, desconsiderando o seu conhecimento e agindo de modo autoritário. Ao buscar o controle da situação, a enfermeira utiliza-se de sua autoridade profissional para inibir e conter qualquer atitude que desestabilize a ordem do seu trabalho. A atuação da enfermeira caracteriza-se no estabelecimento de relações de desigualdade, pelo cumprimento da ordem estabelecida. A partir da análise dos três subtemas, conclui-se que o processo de cuidar e educar sofre influência das relações interpessoais, quando o profissional enfermeiro não consegue exercer suas atividades de forma plena, pois condutas de outros profissionais interferem em sua atuação. Apesar dos conflitos existentes nas complexas relações entre os profissionais da equipe de saúde e o doente, percebe-se o comprometimento da equipe de enfermagem que procura no seu dia-a-dia 4 compartilhar saberes, compreender e respeitar as ações dos demais profissionais. Reforça-se o compromisso profissional do enfermeiro que cresce com a compreensão da dimensão transformadora de sua ação educadora, a relevância social, política e cultural de sua tarefa de educar/cuidar. Assumir a tarefa de educar/cuidar exige do enfermeiro conhecimento, competência, responsabilidade, habilidade e disponibilidade que pode ser compreendido como uma espécie de renovação diária com o ato de cuidar. Diante disso, considera-se a ação educativa como uma dimensão fundamental do processo de cuidar, pois procura preparar o doente hospitalizado para a autonomia e a independência resgatando sua autoestima e dignidade. Entende-se a educação como um processo historicamente produzido e o enfermeiro como agente deste processo que não se limita a passar informações, mas auxilia outros seres humanos a encontrar sua identidade, a tomarem consciência de si mediante o compartilhamento de conhecimento e ações. Palavras-chave: Enfermagem. Cuidado. Educação. Relações Interpessoais. Área temática: Relações de trabalho: ética e subjetividade Referências: MINAYO, M. C. S.; O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 8.ed. São Paulo: HUCITEC, 2004

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