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Transtornos da Sexualidade

Por:   •  12/4/2016  •  Pesquisas Acadêmicas  •  2.348 Palavras (10 Páginas)  •  281 Visualizações

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  • Transtornos da Sexualidade
  • A atividade sexual está presente em nossa vida desde o inicio e acompanha nosso desenvolvimento, sendo modelado a cada fase, por fatores extrínsecos ou intrínsecos a cada pessoa.
  • Direta ou indiretamente interfere em muitas atividades humanas, tornando-se assim, um importante elemento da  saúde mental e física.
  • A sexualidade na maioria das vezes é apontada como fonte de problema: estupros, prostituição, incestos e aberrações ou ainda como fonte de desenvolvimento: namoros, procriação, prazer e realidade pessoal.
  • Quando essa atividade é comprometida, temos os quadros psicopatológicos estruturados.
  • Aspectos da sexualidade normal – relacionamento entre dois  adultos,  de forma voluntária, buscando  prazer físico ou satisfação psicofisiológica. 
  • Os fatos que caracterizam esse conceito são:
  • O objetivo primário para o envolvimento sexual não é necessariamente a procriação;
  • A escolha de um parceiro sexual vai envolver aspectos de cunho subjetivo, projetivos.
  • Os recursos sexuais têm importância na busca do bem-estar dos companheiros;
  • Divisão do desenvolvimento sexual:
  • Desenvolvimento sexual somático – estabelecimento do sexo anatômico do indivíduo, através da interação de fatores genéticos, hormonais e nervosos = identidade sexual que se dá no momento da fertilização através do par cromossômico sexual XX ou XY ou suas variações.
  • Já à época do nascimento, o aparelho sexual feminino ou masculino já  está formado. Após o nascimento, a maturação dos eixos hormonais é lenta até a puberdade quando sob a influência desses eixos hormonais, ocorrem as características sexuais secundárias concluindo a definição sexual.

Desenvolvimento Sexual Psicológico Assim que se estabelece a base anatômica do sexo, automaticamente inicia-se o desenvolvimento e a definição sexual psicológica – identidade de gênero, ou seja: a noção que o indivíduo tem de sua masculinidade ou feminilidade.

A influência cultural manifesta-se por meio das expectativas familiares em relação à orientação sexual da criança. Essas expectativas ficam por toda a infância, contribuindo para o desenvolvimento do papel sexual: aos meninos o papel de macho, homem e às meninas o papel de mulher.

  • FREUD, o desenvolvimento da sexualidade implica evolução fisiológica, determinada por zonas erógenas e pelo estabelecimento de interação com o objeto de interesse sexual.
  • Essa evolução ocorre através das fases: 
  • Desenvolvimento pré-genital – fase oral – do nascimento até cerca de dois anos;
  • Fase anal – do nascimento até à época do desmame – 1 ano e meio a dois podendo ir até 3 anos;
  • Fase – pré-genital até a uretral ou fálica – dos 3 anos aos 5. Complexo de Édipo.
  • A não resolução vai determinar quadros patológicos.
  • Essa evolução ocorre através das fases:
  • Dos 6 aos 10 anos de idade, a criança entra no período de latência – sua sexualidade está presente, porém não se expressa por novas manifestações.
  • É na adolescência que são estabelecidas definições e dificuldades do desenvolvimento, a partir do que se dá a identidade sexual, elaboração subjetiva do prazer e a busca do objeto. (parceiro).
  • Papel de gênero – com as atitudes parentais e culturais associadas ao desenvolvimento sexual somático, cabe ao indivíduo o aprendizado do comportamento característico de seu sexo e do sexo oposto – papel de gênero.
  • Comportamento e resposta sexual
  • Por incompreensão da sociedade alguns comportamentos sexuais são considerados doenças ou são estudados de forma insuficiente:
  • Masturbação – inicia-se aos 18 meses de idade. Na puberdade, sob o efeito dos hormônios sexuais, ocorre o desenvolvimento das características sexuais secundárias e a possibilidade do coito e do orgasmo.
  • A impossibilidade às vezes da realização, gera tensões e fantasias liberadas pela masturbação. O ato masturbatório é parte do desenvolvimento normal da atividade sexual humana.
  • Crendice popular – não leva a diminuição da potência ou a doença mental.
  • Masturbação solitária – advento da AIDS – sexo protegido.
  • Dois terços da população feminina praticam a masturbação e quase a totalidade da masculina.
  • Homossexualidade - atração sexual exclusiva ou preferencial por pessoa do mesmo sexo.
  • O papel de gênero se desenvolverá de acordo com  a característica pessoal do grupo ao qual o homossexual está ou venha a se inserir:
  • Não necessariamente um homossexual masculino deverá ter trejeitos femininos ou a homossexual feminina, trejeitos masculinos.
  • Existem os homossexuais e heterossexuais exclusivos e os que têm atividades homo e heterossexuais alternadas, em frequências diferentes.
  • Em todas as sociedades antigas ocorreu a homossexualidade (Grécia, Roma). Era prática comum entre homens que mantinham relacionamentos heterossexuais e constituíam família.
  • A forma como as sociedades encaram a homossexualidade e os homossexuais, mudos segundo a cultura e a época.
  • Essa orientação sexual há alguns anos deixou de ser considerada doença ou transtorno, a não ser que cause sofrimento ao indivíduo. Não há comprovação de riscos de  psicopatologias. Os riscos são maiores  quando ocorrem discriminações  pessoal, familiar e social ao individuo.
  •  A iniciação homoerótica é muito comum e não prenuncia necessariamente homossexualidade na vida adulta.
  • Cogitam-se predisposição genética, influências neuroendócrinas, experiências intrafamiliares durante a infância e a aprendizagem.
  • Sexo na terceira idade
  • Atualmente esse tema é muito discutido e de interesse pela repercussão nos níveis social e psicológico que a idade provoca.
  • Fazem parte do ciclo vital, o climatério na mulher e a diminuição da resposta sexual nos homens.
  • A manifestação da sexualidade e da atividade sexual na senescência, são adaptadas de acordo às transformações físico/mentais.
  •  Transtornos Sexuais

A classificação da CID 10

  1. Transtornos da identidade sexual;
  2. Transtornos de relação com o objeto ou finalidade sexual (transtorno de preferência sexual);
  3. Transtorno do desempenho da função sexual (disfunção sexual);
  4. Transtorno do desenvolvimento sexual e de sua orientação;
  5. Transtornos sexuais não especificados em outro local.
  •  Transtornos da identidade de gênero:
  • São caracterizados pela incompatibilidade entre o sexo determinado (o que está na certidão) e a sua identidade de gênero, que é a consciência que cada um tem do sexo a que pertence:
  • Transtorno da identidade de gênero na infância – perturbação do senso de feminilidade ou masculinidade da criança em decorrência do sexo indicado, associado ao desejo de ser ou à insistência de que é de  outro sexo.
  • Um a dois terços destes meninos desenvolve orientação homossexual durante a adolescência.
  • Os transtornos da identidade se iniciam aos quatro anos de vida. Os meninos são muito mais acometidos que as meninas.
  • Transexualismo
  • Causado por desconforto persistente e sensação de pertencer a sexo inapropriado (desde a puberdade). Preocupação em alterar as características sexuais. Em 1997,  após a resolução 1487/97 do Conselho Federal de Medicina - autorizada a título experimental, a cirurgia de transgenitalização em hospitais públicos voltados à pesquisa cientifica.
  • Esse transtorno se inicia quase sempre na infância. O desempenho social e profissional são seriamente comprometidos. A orientação sexual poderá ser para a homossexualidade ou heterossexualidade.
  • Suas complicações são: ansiedade, depressão, tentativa de suicídio e mutilações.
  • O tratamento envolve uma equipe multidisciplinar e uma abordagem completa para estabelecer o diagnóstico:
  • Diagnóstico/tratamento 
  • Avaliação psiquiátrica;
  • Apoio psicológico e psicoterápico;
  • Introdução ou adequação de terapia hormonal;
  • Avaliação de condições sociais e familiares;
  • Preparação para a reindicação do sexo;
  • Cirurgia;
  • Acompanhamento pós-cirúrgico imediato e a longo prazo.

  • Transtorno de preferência sexual (parafilias ou perversões sexuais)
  • Significa que o desvio da sexualidade está no objeto ou na finalidade da atração sexual. (Para=desvio, filia=atração).
  • Quais são os critérios para o diagnóstico das parafilias:
  • O transtorno se apresenta por um período igual ou superior a seis meses, com impulsos sexuais recorrentes e intensos além de fantasias sexualmente excitantes;
  • O indivíduo age por influência desses impulsos ou estando muito perturbado por eles.
  • São parafilias as preferências por parceiro que não seja humano, adulto e vivo ou cuja finalidade não seja excitação sexual ou procriação.
  • A excitação sexual deve envolver objetos não humanos, sofrimento ou  humilhação de si, parceiros ou crianças sem o consentimento das mesmas.
  • Os parafílicos não se consideram doentes e na maioria, são homens. Fatores predisponentes a parafilia:
  • Exibicionismo
  • Conceito - é a exposição dos genitais à pessoa estranha e em local público. Não há tentativa de atividade sexual com as vitimas (geralmente crianças e mulheres). O orgasmo é atingido por meio da masturbação e frente à fantasia de que a vitima se assustou e perturbou-se com a cena. É exclusiva do homem e pode ocorrer associado a disfunções sexuais.
  • Fetichismo
  • Conceito -  caracterizado por impulsos sexuais e fantasias sexualmente excitantes, envolvendo o uso de objetos inanimados (peças de vestuários, acessórios e adornos) ou partes do corpo (seios, glúteo, cabelos, pés).  Se o objeto for genitalmente estimulante o diagnóstico não procede. Inicia-se na adolescência e mais freqüente em homens heterossexuais.
  • O fetichista se masturba enquanto segura, cheira, esfrega o objeto-fetiche. 
  • Pedofilia
  • Conceito – transtorno caracterizado por atividade sexual de um adulto com uma criança ou pré-púbere (13 ou menos anos). A pedofilia começa na adolescência e tem evolução crônica.
  • A maioria dos pedófilos foram vitimas de abusos sexuais na infância (empregados, professores, vizinhos ou os pais).
  • Características do pedófilo:
  • atração exclusiva por crianças;
  • atração por crianças e por adultos também (raramente);
  • atração por meninas é duas vezes mais comum que por meninos;
  • a atividade sexual realizada com a criança varia de caso para caso (desde só despir e olhar até penetração, seguida ou não de violência);
  • aproximação da criança por sedução ou com violência.
  • Características do pedófilo:

Os pedófilos também podem apresentar outros comportamentos psicopatológicos associados como:

  • baixa auto-estima;
  • maior impulsividade sexual;
  • dificuldade para conseguir parceiros adultos;
  • pouco sociáveis;
  • consumidores de pornografia.
  • Sentem-se atraídos por crianças do sexo oposto ao seu, mesmo, ou por ambos. Escolhem profissões que garanta proximidade com as crianças.
  • Masoquismo sexual
  • Conceito – prazer por meio da dor, humilhação ou subserviência.
  • A hipoxifilia (excitação por privação de oxigênio) é uma forma especifica e perigosa de masoquismo. Outras formas: flagelação, estrangulamento, beliscões, recepção de fezes ou urina sobre o corpo, insultos. O  masoquista pode masturbar-se enquanto se auto-flagela.
  • O masoquismo sexual inicia-se na idade adulta, porém fantasias masoquistas estão presentes desde a infância.
  • Sadismo sexual

Conceito – excitação sexual através da dor e sofrimento físico ou psicológico imposto ao parceiro.

  • Práticas sádicas :    Insultar, chicotear, beliscar, morder, queimar, cortar, perfurar, estrangular, torturar e mutilar.
  • O homem sádico prefere atingir os seios femininos enquanto as mulheres atingem os genitais masculinos. O sadismo inicia-se na vida adulta e tem evolução crônica. Fantasias sádicas são presentes na infância e podem estar associadas a transtorno da personalidade anti-social.
  • Travestismo fetichista
  • Conceito - impulso repetitivo de utilização fantasiosa ou real de peças do vestuário feminino, por homens normalmente heterossexuais, com o propósito de obter prazer sexual.
  • Quando se transveste, o individuo se masturba e imagina estar atraindo outros homens. Pode ser o inicio do desenvolvimento do transexualismo.
  • Voyeurismo
  • Conceito – prazer sexual vindo do ato de observar repetidamente pessoas desavisadas, estranhas, que estão nuas, despindo-se ou em atividade sexual.
  • Enquanto olha, se masturba e seu prazer é maior quando consegue observar sem ser percebido. Inicia na adolescência e pode ser crônico ou não. São homens ou mulheres.
  • Transtornos múltiplos da preferência sexual
  • Conceito – presença de mais de um transtorno, mais freqüentes: fetichismo, travestismo e sadomasoquismo.
  • Outros transtornos de preferência sexual
  • Escatofilia telefônica – prazer em dizer obscenidade ao telefone;
  • Necrofilia – relação sexual com cadáver;
  • Parcialismo ou oralismo – contato oral só com a vagina (cunilingua), só com o pênis (felação) ou só com  o ânus (anilíngua);
  • Zoofilia – relação sexual com animais;
  • Coprofilia – defecação sobre o parceiro, durante o ato sexual;
  • Clismafilia – utilização de enemas, durante o ato sexual;
  • Urofilia – micção sobre o parceiro, para obter gozo, ingestão de urina;
  • Frotteurismo – toque e fricção no parceiro, sem seu consentimento.
  • Tratamento

 

Tratamento deve constar de:

  • Medicamentos antidepressivos e antipsicóticos causando a inibição da libido e controlando a atividade sexual.
  • Substâncias hormonais, psicoterapia e às vezes cirurgia (orquidectomia e hipotalamotomia) para casos de difícil controle.
  • Disfunções sexuais

Conceito - Transtornos relacionados a uma ou mais das fases do ciclo de resposta sexual.

  • São disfunções:
  • Biogênicas – derivadas de problemas orgânicos;
  • Psicogênicas – derivadas de conflitos psíquicos ou interpessoais;
  • Bio e psicogênicos (mistas).
  • Etiologia
  • Causas físicas – doenças, uso de medicamentos ou drogas, cirurgia.  
  •  Causas psicológicas – estresse, transtornos emocionais desconhecimento da fisiologia sexual etc.
  • Fatores envolvidos na Etiologia
  • Hostilidade para com o parceiro;
  • Deterioração do relacionamento;
  • Abstinência sexual prolongada;
  • Estresse;
  • Proteção contra temores inconscientes;
  • Falta de privacidade;
  • Crenças religiosas;
  • Depressão;
  • Uso de drogas ou medicamentos antidepressivos, anti-hipertensivos, diuréticos, etc.
  • Transtornos do desejo
  • A incidência é maior em mulheres. Nos homens a falta de ereção é mais prevalente.
  • O desejo sexual aumentado (impulso sexual excessivo) é menos freqüente, chamado de Ninfomania (nas mulheres) e nos homens Satiríase.
  • Transtornos de excitação sexual
  • Transtornos de excitação sexual feminina e ereção masculina (falha de resposta genital)
  • São disfunções da fase de excitação do ciclo sexual. Fracasso persistente, total ou parcial em conseguir a lubrificação e a tumefação genitais, até a consumação do ato sexual nas mulheres.
  • O transtorno de ereção no homem, consiste no fracasso persistente total ou parcial, em obter ou manter a ereção até a consumação do ato sexual (disfunção erétil).
  • Transtornos de excitação sexual
  • Disfunção orgásmica (inibição do orgasmo feminino ou masculino)
  • Retardo ou total inibição do orgasmo. Na mulher, a incapacidade de atingir o orgasmo pelo coito ou pela masturbação, chama-se FRIGIDEZ ou ANORGASMIA feminina.
  • Transtornos de excitação sexual
  • No homem a ausência ou diminuição da sensação de prazer durante a experiência sexual é conhecida como ANEDONIA ORGÁSTICA.
  • As causas podem ser: medicamentosas, psíquicas ou drogadição. Ainda é possível ocorrer ejaculação, apesar da anedonia.
  • Ejaculação precoce
  • Ocorre com estimulação sexual mínima antes  ou logo após a penetração e antes que o indivíduo a deseje.

Transtornos sexuais dolorosos – dispareunia não orgânica e vaginismo

  • É a dor genital, no homem ou na mulher, durante ou após a relação sexual.
  • Transtornos sexuais dolorosos – dispareunia não-orgânica e vaginismo
  • O vaginismo é o espasmo involuntário da musculatura do terço inferior da vagina, impedindo a penetração do pênis ou tornando-a dolorosa.
  • A dor durante a ejaculação pode  decorrer de infecções ou tumores geniturinários, fissuras do frênulo do prepúcio e causas psicogênicas.
  • Tratamento
  • Considerar a disfunção sexual como sintoma sexual de um transtorno;
  • Considerar a disfunção em si.
  • Tratamento medicamentoso (ansiolíticos, antidepressivos)
  • Técnicas psicodinâmicas
  • Tratamento cirúrgico (próteses penianas)
  • Hipnoterapia
  • Terapia de casal
  • Educação sexual

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