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A Biologia na Farmácia

Por:   •  26/8/2021  •  Trabalho acadêmico  •  2.621 Palavras (11 Páginas)  •  196 Visualizações

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Nome: Liara Spósito Barbosa de Sousa                período: 6°- matutino

  1. Rubéola - A rubéola é transmitida através da inalação dos aerossóis infectados e possui um período de incubação que varia de 12 a 23 dias. O vírus se replica inicialmente nas células da nasofaringe, bem como nos linfonodos e após 5 a 7 dias da inoculação tem início a viremia. Os indivíduos infectados são contagiosos por 1 a 2 semanas antes que a infecção se torne aparente, sendo que em vários casos a infecção é assintomática, dificultando o controle da rubéola. Após a infecção, os acometidos desenvolvem anticorpos IgG que oferece uma imunidade protetora. Esta raramente pode resultar em viremia detectável ou risco para o feto.
          Os sinais e sintomas da rubéola são inespecíficos e pode ser facilmente confundido com doenças causadas por outros patógenos, o que torna necessário a associação dos dados clínicos com os dados epidemiológicos e laboratoriais. As palpações dos linfonodos da região do pescoço associado à febre baixa e erupções cutâneas ajudam para nortear o diagnóstico. A titulação dos anticorpos IgM e IgG para a rubéola é usada para confirmação ou descarte dos casos.  Na infecção congênita, a rubéola pode ser confirmada a partir do isolamento viral do sangue do cordão umbilical ou da placenta.

Citomegalovírus- O período de incubação, é de 4 a 12 semanas. O CMV estabelece infecção latente após a resolução da infecção aguda.  O DNA viral foi detectado em monócitos, células dendríticas, megacariócitos e células progenitoras mielóides na medula óssea. A doença sintomática secundária pode se manifestar mais tarde na vida do hospedeiro, por reativação do CMV latente ou reinfecção com uma nova cepa exógena. A reativação do CMV pode ocorrer a qualquer momento durante a vida do hospedeiro humano, embora o risco seja maior em situações de imunossupressão. O CMV é citopático, podendo produzir destruição tecidual em vários tecidos, como o trato gastrointestinal, pulmões e cérebro.  Em um paciente imunocompetente, a maior parte do vírus é destruída por células T citotóxicas específicas para o CMV e a infecção permanece por um quadro oligo sintomático.
       Os testes laboratoriais apropriados são essenciais para o manejo da infecção e doença por CMV. Várias modalidades de diagnóstico estão disponíveis, incluindo sorologia, reação em cadeia da polimerase quantitativa (PCR), antigenemia, cultura e histopatologia. Considera-se um paciente com infecção ativa quando há detecção de anticorpos da imunoglobulina IgM específicos ou um aumento de 4 vezes ou mais nos títulos de IgG específicos de CMV em amostras pareadas obtidas com pelo menos 2 a 4 semanas de intervalo. O anticorpo IgM pode persistir por vários meses e pode fornecer informações enganosas se um teste de linha de base anterior não estiver disponível. Os testes de PCR em tempo real para a quantificação do DNA do CMV são amplamente utilizados para o diagnóstico e monitoramento da doença pelo CMV. O teste de carga viral pode ser feito usando amostras de plasma ou sangue total. Os ensaios de antigenemia de CMV permitem a detecção rápida de proteínas de CMV em leucócitos do sangue periférico. Este teste é mais sensível do que a cultura para a detecção de CMV no sangue, e um maior número de células positivas se correlaciona com o risco de desenvolver doença ativa. No entanto, ele é pouco prático devido a falta de padronização e diversos fatores que podem falsear o resultado.

  1. Herpes vírus humano -  Os HSV tipos 1 e 2 pertencem à família Herpesviridae, da qual fazem parte o  citomegalovírus (CMV), o vírus da varicela zoster, o vírus Epstein-Barr e o vírus do herpes humano. Todos são DNA-vírus que variam quanto à composição química e podem ser diferenciados por técnicas imunológicas. A transmissão ocorre predominantemente pelo contato sexual (inclusive oro genital), podendo também ser transmitido da mãe para o filho durante o parto . O contato com lesões ulceradas ou vesiculadas é a via mais comum, mas a transmissão também pode ocorrer através do paciente assintomático. Pode também haver ainda a autoinoculação. Seu período de incubação varia de 1 a 26 dias após o contágio, tendo uma média de 6 dias na primeira infecção. Tem como principal característica biológica a capacidade de latência no tecido nervoso. Após a infecção genital, o HSV ascende pelos nervos periféricos sensoriais, penetra nos núcleos das células dos gânglios sensitivos e entra em um estado de latência. A ocorrência de infecção do gânglio sensitivo não é reduzida por qualquer medida terapêutica.
        O diagnóstico laboratorial para o HSV tem aplicação complementar para as manifestações comuns causadas pelo vírus, destacando-se sua importância em indivíduos imunocomprometidos, transplantados, gestantes, recém-nascidos e em suspeita de encefalite. Em geral, a inspeção clínica deve incluir toda a região genital, Peri genital e perianal do paciente. As vesículas agrupadas nem sempre estarão íntegras, podendo dificultar o diagnóstico clínico . O isolamento viral ainda é considerado o método padrão para diagnóstico do HSV, por sua boa sensibilidade, e baseia-se na observação de uma cultura de células sob microscópio óptico à procura do efeito citopático do vírus sobre a célula. Cultura viral, reação em cadeia da polimerase , anticorpo de fluorescência direta e testes sorológicos específicos para Herpes simplex, quando disponíveis, podem ser utilizados para auxiliar no diagnóstico. A escolha do teste varia com a apresentação clínica. A cultura de células e o teste baseado em PCR são os testes preferidos para um paciente que apresenta lesões ativas, embora o teste baseado em PCR tenha a maior sensibilidade e especificidade geral.

  1. O citomegalovírus (CMV) é um vírus pertencente à família Herpeviridae, o mesmo grupo do vírus da herpes. Possui uma cápsula proteica icosaédrica e seu genoma é constituído por DNA. Uma das suas principais características é a capacidade de latência, podendo ficar por um longo período sem nenhuma manifestação. O vírus pode ficar inativo até que o organismo sofra alguma baixa imunológica e ocorra sua reativação. A infecção é bastante comum na população mundial e sua transmissão ocorre pelo contato com saliva, urina, sangue, leite materno, além da transmissão via relação sexual e transplantes de órgãos.  Observa-se que a infecção é geralmente assintomática, sendo mais relevante em indivíduos imunodeprimidos e recém-nascidos. A infecção congênita é aquela em que o vírus é passado de mãe para filho durante a gestação. Essa infecção pode ocorrer em qualquer época da gravidez e é mais severa quando a mãe tem uma infecção primária. Ela pode ocorrer também após o parto, na amamentação ou durante o próprio parto, nesses casos é chamada de infecção natal ou perinatal. Na infecção congênita, observa-se que normalmente ela acontece de forma assintomática. Quando ocorrem manifestações clínicas, elas geralmente são: icterícia , aumento do fígado e baço, pneumonias, anemias, microcefalia, perda de visão e audição, incapacidade motora, calcificações cerebrais, entre outras. A infecção pode deixar sequela, sendo as mais frequentes a surdez, cegueira, retardo mental e paralisias. Em alguns casos, pode levar a morte do bebê após o nascimento. Nas infecções perinatais, a maioria apresenta-se assintomática, sendo relatados casos de pneumonia. Nas pessoas que apresentam infecção adquirida, a infecção pode ser assintomática ou sintomática.  No último caso, os indivíduos apresentam febre prolongada, sudorese, aumento de fígado e baço, além de, em alguns casos, icterícia. Em casos mais graves, podem ocorrer complicações como pneumonia, hepatite e anemia hemolítica. O CMV é comum em indivíduos imunodeprimidos .O tratamento é feito através da utilização de antivirais. Para a prevenção, fazem-se necessárias medidas básicas de higiene, como lavar as mãos e usar copos e talheres limpos. O uso de preservativo também é essencial, uma vez que ele pode ser transmitido por via sexual. As grávidas devem fazer os exames para o diagnóstico da doença e seguir as recomendações médicas.
  1. Papilomavírus humano -  O papilomavírus humano (HPVs) são pequenos vírus encapsulados sem envelope com um genoma circular de oito quilobases que codifica oito genes, incluindo duas proteínas estruturais encapsulantes, L1 e L2. A proteína L1, se auto-monta na ausência do genoma viral para formar uma partícula semelhante a vírus (PSV). Essa partícula é o imunógeno usado nas vacinas contra o HPV. L2 é a proteína menor do capsídeo que, junto com L1, medeia a infectividade do HPV. O ciclo de replicação do vírus está integralmente ligado à diferenciação epitelial . A infecção inicial da célula-tronco basal ocorre como resultado de rupturas microscópicas no epitélio. O HPV tem predileção pela pele queratinizada anogenital. Os locais comuns de infecção incluem o pênis, escroto, períneo, canal anal, região perianal, introito vaginal, vulva e colo do útero. Estudos epidemiológicos também indicam infecções por HPV como o principal fator para o desenvolvimento de câncer cervical.
          O diagnóstico é clínico e pode ser confirmado por biópsia. Entre as técnicas utilizadas para o diagnóstico das lesões anogenitais induzidas por HPV, recomendam-se os seguintes exames: Papanicolau, Citologia oncótica anal , Colposcopia ,Anuscopia, Histopatologia. Há testes que identificam vários tipos de HPV, mas seu valor na prática clínica não está claro, e as decisões quanto às condutas clínicas não devem ser feitas com base nesses testes, mas em alterações celulares observadas pela colpocitologia oncótica. A biópsia de lesões anogenitais sugestivas de HPV está indicada nos seguintes casos: Presença de lesão suspeita de neoplasia, ausência de resposta ao tratamento convencional, aumento das lesões durante o tratamento , pacientes com imunodeficiência.
  1. Influenza - A gripe é uma das infecções respiratórias agudas mais comuns na humanidade e uma das mais contagiosas por via aérea. Habitualmente em cada ano circula mais de um tipo de influenza concomitantemente como : H1N1, H3N2 e influenza B. Os vírus influenza são vírus RNA da família Orthomyxoviridae, envelopados, altamente transmissíveis e mutáveis. Tipo A: são encontrados em várias espécies de animais, além dos seres humanos, como suínos, cavalos, mamíferos marinhos e aves. Eles são ainda classificados em subtipos de acordo com as combinações de 2 proteínas diferentes, a Hemaglutinina e a Neuraminidase . A função da Hemaglutina é facilitar a entrada do vírus na célula, enquanto da Neuraminidase é facilitar a sua saída após a replicação viral. Tipo B: infectam exclusivamente os seres humanos. Os vírus circulantes B podem ser divididos em 2 principais grupos , denominados linhagens B/ Yamagata e B/ Victoria. Tipo C: infectam humanos e suínos. É detectado com muito menos frequência e geralmente causa infecções leves, apresentando implicações menos significativas à saúde pública, não estando relacionado com epidemias. Tipo D: identificados em suínos e bovinos e não são conhecidos por infectar e causar a doença em humanos. O período de incubação dos vírus influenza é geralmente de 2 dias, variando entre um e quatro. A transmissão ocorre principalmente de pessoa para pessoa, por meio de secreções respiratórias, isto é, as gotículas produzidas e expelidas através da tosse, espirros ou fala de uma pessoa infectada para uma pessoa suscetível.
         O diagnóstico da gripe é essencialmente clínico e os sinais e sintomas descritos pelo paciente são suficientes para definir o manejo adequado do caso. A infecção por influenza pode ser confirmada por meio de cultura viral em laboratório, a partir de amostras de swab de orofaringe, lavado nasal, escarro ou lavado bronco alveolar. Embora seja o exame padrão-ouro do diagnóstico laboratorial, são necessárias 48 a 72 horas para a visualização do efeito citopático viral na cultura celular do material colhido. Por conta disso, é pouco utilizado na vivência clínica e segundo o Guia de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, deve ser indicado apenas para pacientes em suspeita de SRAG entre o 3o e o 7o dia de sintomatologia.  
  1. Sarampo -  A entrada do vírus se dá com a inoculação do vírus no trato respiratório, pelas vias aéreas superiores onde ele infecta linfócitos, macrófagos alveolares e células dendríticas. Em seguida, o vírus sofre replicações sucessivas no epitélio da mucosa e se dissemina através da via linfática, atingindo, posteriormente, a via sanguínea. Com isso, é possível que o vírus cause uma viremia, engendrando uma elevada disseminação sistêmica do antígeno pelo corpo devido à forma de infecção do vírus ocorrer por meio das células epiteliais e endoteliais dos órgãos. O vírus pode se instalar em tecidos como a conjuntiva, trato urinário, capilares sanguíneos, tecido linfático, sistema nervoso central e no trato respiratório, onde o vírus leva a necrose epitelial e a formação de células gigantes. O vírus causa certa repressão da resposta Th1 gerando imunossupressão. A infecção das células endoteliais e dos linfócitos T gera a alteração macroscópica denominada exantema, a qual é um sinal característico dessa infecção viral. Caso a infecção seja tratada o indivíduo adquire uma imunidade vitalícia devido à memória imunológica do organismo, caso esse quadro não seja revertido o indivíduo pode evoluir a óbito devido a uma falha na imunidade mediada por células.
      O diagnóstico de sarampo é clínico-epidemiológico. A sorologia utiliza a técnica ELISA e detecta anticorpos IgM específicos e soro conversão ou aumento de anticorpos IgG. Os IgM são detectados na fase aguda da doença e os IgG ainda são detectados muitos anos após a infecção. Os casos em que os resultados forem de IgM reagente ou inconclusivo devem ser notificados imediatamente e a coleta de segunda amostra de sangue deverá ser realizada entre 15 e 25 após a primeira coleta. Além disso a pesquisa para identificação do vírus pode ser realizada em amostras de orofaringe, nasofaringe e urina  a partir da técnica de reação em cadeia da polimerase.  Isso é importante para conhecer o genótipo do vírus, diferenciar vírus selvagem de vírus vacinal e diferenciar casos autóctones de casos importados.
  1. Caxumba - A  caxumba é altamente infecciosa e é transmitida por gotículas respiratórias, contato direto ou fômites. A eliminação viral nas secreções respiratórias precede o início da doença sintomática. O período de incubação é geralmente de 16 a 18 dias desde a exposição até o início dos sintomas. Em uma revisão, a maior taxa de infecciosidade estava presente imediatamente antes do início da parotidite, com rápida diminuição da disseminação do vírus nos próximos cinco dias. A caxumba tem como marco a formação de processo inflamatórias nas glândulas salivares.  As três glândulas salivares principais são as glândulas parótida, submandibular e sublingual.
       O diagnóstico deve ser suspeitado em pacientes com manifestações clínicas típicas  e exposição epidemiológica relevante, como contato respiratório ou domiciliar com um indivíduo com caxumba conhecida ou suspeita. Indivíduos que são conhecidos por não serem imunizados apresentam maior risco de infecção, embora caxumba também deva ser suspeitada entre indivíduos vacinados com sintomas e sinais relevantes e exposição epidemiológica. No cenário de parotidite o diagnóstico pode ser estabelecido por testes laboratoriais. A confirmação laboratorial da infecção pelo vírus da caxumba pode ser obtida por meio de um ou mais dos seguintes: Detecção de RNA do vírus da caxumba por reação em cadeia da polimerase transcriptase reversa (RT-PCR) realizada em soro ou swab bucal ou oral. Anticorpo positivo da imunoglobulina IgM para caxumba, que pode não ser detectável até cinco dias após o início dos sintomas em alguns casos. Além disso, os resultados da RT-PCR podem ser falsamente negativos, pois os indivíduos vacinados podem liberar quantidades menores de vírus e podem liberar vírus por um período mais curto.A soroconversão de IgG não é mais usada rotineiramente como um marcador de infecção por caxumba neste cenário, uma vez que entre as pessoas vacinadas um aumento de quatro vezes raramente é detectado.

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