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A Incorporação de óleo de Nim em pomada hidrofóbica

Por:   •  31/1/2018  •  Projeto de pesquisa  •  1.613 Palavras (7 Páginas)  •  399 Visualizações

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1. INTRODUÇÃO

A Azadirachta indica (Nim) é utilizada na fitoterapia e indicada para o tratamento de muitas dermatoses que variam da onicomicose, acne, psoríase, micose, entre outras patologias (NIHARIKA et al., 2010). A aplicação de uso tópico desta substância ativa requer o desenvolvimento de uma forma farmacêutica estável e potencialmente ativa. Estudos anteriores avaliaram a estabilidade do extrato de Nim, obtendo informações precisas para a incorporação do referido ativo em diversas formas farmacêuticas (WALTER, 1989; ALMEIDA, et. al. 2014), demostrando a viabilidade da incorporação do Nim em diversas forma farmacêutica.

A necessidade de obter uma formulação tópica com absorção profunda na pele foi demonstrada por Fernandes (2014), onde ficou evidente a atividade do Nim sobre Streptococcus pyogenes, Staphylococcus aureus, Bacillus subtilis, Proteus mirabilis, Pseudomonas aeruginosa, Providencia rettgeri. Portanto, a proposta desse projeto é obter uma formulação, semissólida em que o óleo de Nim será incorporado em uma base hidrofóbica, garantindo aplicação do produto final por via tópica.

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Obter uma pomada com base hidrofóbica, incorporando óleo de Azadirachta indica (Nim) para administração tópica.

2.2 Objetivos Específicos

• Desenvolvimento de pomada placebo com óleo de Nim;

• Realização dos controles físico-químicos.

3. JUSTIFICATIVA DA PESQUISA E RELEVÂNCIA DO PROJETO

Rao et al. (1986), Ki, Rotstein (2008), Gajanan (2012), Oyinbo et al., 2013, Fernandes (2014) confirmam em seus estudos atividade terapêutica do Nim em patologias causadas por microrganismos comuns à pele. Fernandes (2014) ressalta a mais valia da incorporação do óleo de Nim em produtos de aplicação tópica, situação que ficou evidente com os resultados obtidos em formulações comerciais testadas em seu estudo, onde amostras de formulações comerciais contendo óleo de Nim foram testadas em 14 microrganismos de forma a avaliar o seu potencial antimicrobiano. Após a análise, verificou-se atividade antimicrobiana de todas as amostras sobre todos os microrganismos testados, observando-se atividade tanto em bactérias Gram+ (Streptococcus pyogenes, Staphylococcus aureus, Bacillus subtilis) como Gram- (Proteus mirabilis, Pseudomonas aeruginosa, Providencia rettgeri). Khan,Wassilew (1987) e Silva (2006) evidenciam em suas pesquisas a atividade óleo da semente de Nim efetivos contra fungos humanos, incluindo: Trichophyton, Epidermophyton, Microsporum, Trichosporum, Geotricum e Cândida albicans. A proposta do presente projeto refere-se à incorporação do óleo de Azadirachta indica (Nim) em formulação de pomada propriamente dita. O interesse nessa formulação é de obter uma nova alternativa eficaz para o tratamento tópico bem como aproveitar o potencial do Nim frente as suas diversas utilidades terapêuticas. Tendo em vista a potencialidade deste projeto, a obtenção de uma pomada de Nim norteará projetos futuros na área microbiológica e farmácia clínica, esta última associada ou não à terapia fotodinâmica.

4. REFERENCIAL TEÓRICO

4.1 Aplicações tópicas do óleo de Nim

Entre os diversos fins terapêuticos para os quais Azadirachta indica (Nim) pode ser utilizada, merece destaque o tratamento da onicomicose. A onicomicose definida como infecção fúngica ungueal acomete entre 2-18% da população e é uma das mais frequentes causas de onicopatias em todo o mundo. (MATEUS,2016). Araujo et al., (2003) ratifica os fungos dermatofíticos como os principais envolvidos na totalidade das onicopatias micóticas, seguidos por leveduras e fungos filamentosos não dermatofíticos. A alta prevalência de onicomicose deve-se a dificuldade do diagnóstico clínico laboratorial, a coleta inapropriada do material para análise e falta de tratamento efetivo (BRILHANTE et al., 2005; SUSAN,2014). É importante evidenciar também o tempo prolongado de tratamento, o alto custo e o risco de toxicidade sistêmica com a utilização dos antifúngicos. (MORAIS, 2013). Atualmente, a terapêutica das onicomicoses está baseada em três tratamentos distintos: terapia tópica, terapia sistêmica e terapia combinada (LECHA, 2002). Segundo a sociedade brasileira de dermatologia os medicamentos atualmente mais utilizados em nosso meio são: morlfina 5% esmalte, ciclopirox 8% esmalte e tioconazol solução 28%. Terapia sistêmica: griseofulvina comprimido (500-1000mg), terbinafina comprimido (250-500mg), itraconazol cápsula (200-400mg), fluconazol cápsula (150mg). Geralmente, o tratamento de onicomicoses resulta em insucesso, por esta razão é necessário encontrar novos tratamentos (RUIZ; CHIACCHIO, 2005).

4.2 Composição do óleo de Nim

O óleo de Nim apresenta 37,5% ácidos graxos, sendo representados pelo ácido palmítico (18,3%) e o esteárico (19,2%). Os ácidos graxos insaturados representaram 62,5%, sendo 44,2% de ácido oléico e 18,3 % de ácido linoléico. (BENÍCIO et al., 2010). A qualidade da grande parte dos óleos de Nim é representada pela percentagem de Azadiractina (Figura 2), a qual é condicionada pela qualidade das sementes utilizadas na extração, bem como pelo processo extrativo (FERNANDES, 2014; MELWITA; JU, 2010). A Azadiractina é um tetranortriterpenóide, da classe dos limonóides, uma mistura de isômeros com estrutura química muito semelhante, apresentando atividade biológica variável, destacando-se a azadiractina A, como a mais encontrada (SILVA, 2006).

O óleo de Nim dispõe de tais caraterísticas físico-químicas: temperatura de ebulição de 124°C (estável à temperatura ambiente); densidade de 0,8918; índice de refração 1, 461; índice de saponificação (mg KOH/g óleo) 168,38; índice de acidez (ácido oléico p/p) 0, 990. (BENÍCIO et al., 2010).

Figura 2: Estrutura química da Azadiractina (MORGAN, 2009)

4.3 Estabilidade da Azadiractina

Azadiractina (AZA) é extremamente instável em condições de extremo pH, devido essencialmente à presença do seu éter enólico. Em termos de temperatura, a AZA é extremamente instável quando sujeita a temperaturas elevadas (VEITCH et al., 2007, VEITCH

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