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Coagulopatias hereditárias e adquiridas

Por:   •  20/5/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.535 Palavras (11 Páginas)  •  409 Visualizações

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FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DO ALTO SÃO FRANCISCO-FASF.

7º FARMÁCIA

ALINE CRISTINA SANTOS

Coagulopatias hereditárias e adquiridas

LUZ/ MG

2018

Introdução

Coagulopatias são doenças hemorrágicas causadas por deficiência de fatores de coagulação que se caracterizam pela falta de um ou mais fatores. Clinicamente manifestam-se pela ocorrência de eventos hemorrágicos espontâneos ou precipitados por traumas e podem ser de etiologia hereditária ou adquiridas (REZENDE, 2010).

As coagulopatias hereditárias resultam da deficiência quantitativa e ou qualitativa de uma ou mais das proteínas plasmáticas que fazem parte dos fatores de coagulação. Caracterizam-se ao apresentar uma redução na formação de trombina sendo um fator essencial para coagulação do sangue. Pacientes acometidos por essa doença podem sofrer sangramento de gravidade variável espontânea ou pós-traumáticos presentes no nascimento ou sofrem ocasionalmente diagnosticadas. Mas possuem herança genética, quadro clínico e laboratorial que são distintos entre si.

Dentre as coagulopatias hereditárias as mais comuns são as hemofilias e a doença de Van Wilebrand (DVW), e as coagulopatias mais raras são as deficiências de fatores I,II,V,VII,X e XIII. (MINISTERIO DA SAUDE, 2006).

As coagulopatias adquiridas decorrem de processos autoimunes primários, ou seja, sem associação com outros tipos de doenças, ou secundários sendo associada a outras condições como doenças do tecido conjuntivo, gravidez, câncer e entre outros. Estes pacientes podem desenvolver autoanticorpos (inibidores) contra qualquer fator de coagulação. As coagulopatias adquiridas acometem indivíduos previamente assintomáticos, sem histórico familiar de doenças hemorrágicas e tendem a ser mais graves (REZENDE, 2010).

Hemofilias

As hemofilias são doenças hemorrágicas que são resultantes da deficiência do fator VIII (hemofilia A) ou IX (hemofilia B) da coagulação que são doenças genéticas de herança recessiva ligada ao cromossomo x onde ocorrem mutações nos genes que codificam os fatores VIII e IX da coagulação. A transmissão ocorre quase que exclusivamente em indivíduos do sexo masculino por mãe portadora (cerca de 70% dos casos). Mas em 30% dos casos, a doença pode se originar a partir da mutação nova que pode acometer a mãe ou feto. Apesar de raro, a hemofilia pode acometer em mulheres, decorrente da união de homem com hemofilia e mulher portadora. Filhas de homens que possuem hemofilia serão portadoras obrigatórias da doença (REZENDE, 2010).

 Indivíduos que são acometidos por hemofilia podem ter sangramento de gravidade variável que vai depender do nível de atividade do fator presente no plasma assim são caracterizadas hemofilias graves, moderadas e leves (REZENDE, 2010).

A pessoa que possui menos de 1% de concentração do fator do sangue considera-se hemofilia grave, sendo caracterizado por sangramentos espontâneos ou um mínimo traumatismo, se manifesta precocemente e é responsável por 50% dos casos. Geralmente quando a criança completa 6 meses de vida e começa a engatinhar,ela já inicia com sangramentos nos joelhos e ,quando inicia os primeiros passos apresenta um sangramento maior nas articulações e no tornozelo, causando defeitos articulares, as fibroses, sendo caracterizada como uma doença incapacitante e deformante (CARVALHO et.al, 2013).

Quando a concentração do fator no sangue está entre 1 e 5% é caracterizada como moderada (30% dos casos ) representa em menor frequência dos sangramentos espontâneos mas ocorre intensas hemorragias em casos de traumas e cirurgias. Quando a concentração do fator no sangue está entre 5 e 40% é caracterizada como leves, as hemorragias são menos menos frequentes, mas em casos dos traumatismos graves como cirurgias e extrações dentárias elas são elas se tornam mais violentas (CARVALHO et.al, 2013).

As manifestações clínicas da doença mais características são hemartroses e hematomas, como também hematúria,epistaxe,melena/hematese,sangramentos retroperitoneais e intracranianos. As hemartroses são as manifestações hemorrágicas mais características das formas graves da doença que se dá nas articulações do joelho, cotovelo, tornozelo, ombros e coxa femoral que pode levar a uma sinovite crônica, anquiloso, deformidade articular e alto índice de invalidez permanente em casos de repetição das hemartroses na mesma articulação (REZENDE, 2010).

Há também sangramentos na pele nos músculos e mucosas propagando o aparecimento de equimoses (manchas roxas na pele). Sangramento nos músculos e articulações frequentemente é acompanhado de dor, inchaço e parada do movimento onde foi atingido. A mulher portadora do gene para hemofilia pode apresentar em alguns casos, concentração menor de fatores de coagulação do sangue podendo ocasionar hemorragias fora do comum (CARVALHO et.al, 2013).

Ocorre em cerca de 1.10.000 homem a hemofilia A, que podem aparecer já no primeiro dia de vida. Sua classificação varia conforme o nível de atividade coagulante do fator VIII, sendo normal o nível de 1 UI/ml de F VIII:C (100%).A hemofilia B possui incidência de 3-4 vezes menor que a hemofilia A (MINISTERIO DA SAUDE,2006).

Carga genética

O gene da hemofilia que é ligado ao cromossomo sexual X é um recessivo. O homem hemofílico (XnY) irá transmitir seu gene defeituoso a todos descendentes do sexo feminino, assim todas as suas filhas serão obrigatoriamente portadores do gene (Xn Xo). Já a mulher hemofílica (Xn Xn) irá transmitir um de seus genes mutados para seus descendentes do sexo masculino que, por herdarem o cromossomo Y ao pai, serão obrigatoriamente hemofílicos. Apenas a presença de um cromossomo X, com o gene mutado, já torna o descendente do sexo masculino com a presença da doença, enquanto que em descendentes do sexo feminino, são necessários dois cromossomos com o gene defeituoso (CARVALHO et.al, 2013).

         Há também casos em que o aparecimento de uma mutação espontânea no cromossomo x seja também uma causa da doença. Essa transmissão ocorre em 1 a cada 3 casos de hemofilia e que pode explicar casos em que não há antecedentes hemofílicos na família (CARVALHO et.al 2013).

Tratamento

         

A hemofilia ainda não tem cura e seu tratamento é feito mediante reposição do fator deficiente de forma profilática ou após hemorragia.  A reposição é feita com infusão venosa de concentrados do fator VIII e IX de origem plasmática ou recombinante por tempo variável, de acordo com a gravidade o local da hemorragia. Pacientes com hemofilia A leve que apresentam sangramentos, podem responder a infusão de desmopressina que é utilizada 0.3 microgramas/Kg diluído em 50 ml de solução salina, administrado por via endovenosa por 20 minutos, a cada 24 horas por no máximo 3 a 5 dias. Este medicamento que um análogo de hormônio antidiurético, pode aumentar a liberação do fator VIII/ FVW de seus reservatórios (REZENDE, 2010).

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