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FISIOTERAPIA BUCOMAXILOFACIAL FUNCIONAL BRUXISMO

Por:   •  16/4/2017  •  Artigo  •  2.178 Palavras (9 Páginas)  •  501 Visualizações

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CENTRO UNIVERSITÁRIO EUROAMERICANO

Curso de Bacharelado em Fisioterapia

Ingrid Karoline Gomes da Silva

FISIOTERAPIA BUCOMAXILOFACIAL FUNCIONAL

BRUXISMO

Introdução

A fisioterapia bucomaxilofacial foi definida em 2004 como sendo uma especialidade da fisioterapia com conhecimentos e técnicas específicas para aliviar dores na face, região oral, cabeça e cervical, além de reestabelecer a função da articulação temporomandibular, dos músculos mastigatórios e dos músculos das regiões citadas.

Nos últimos anos essa especialidade teve uma maior divulgação devido à sua atuação nas disfunções temporomandibulares e nas cefaléias tensionais. Porém, ela vai muito mais além disto, podendo atuar em pós-operatório de correções bucomaxilofaciais e de traumas na região facial, implantes dentários, dentre outros.

        O bruxismo sendo parte dessas disfunções também possui um tratamento fisioterápico. Sua definição em termos técnicos pode ser descrita como um hábito parafuncional oral caracterizado pelo ranger ou apertar os dentes, ou seja, é uma atividade involuntária que pode ser consciente ou insconsciente.

        Apesar de sua etiologia não ser bem elucidada, sabe-se que possui fatores relacionados que incluem causas locais, psicológicas, emocionais e hereditários.

        Os sinais vão se estender aos músculos, articulação, ao sistema auditivo e até posturais. A dor pode estar presente. Ambos vão ter suas implicações nas possíveis complicações a longo prazo.

        O tratamento é multidisciplinar e é baseado no uso de órtese, medicamentos, terapia manual e orientações.

Bruxismo

O termo bruxismo vem do grego “bruchein” e significa apertamento, fricção ou atrito dos dentes. Em 1907, foi utilizado o termo “bruxomania”, na literatura odontológica e em 1931, foi substituído por “bruxismo”.

A sua definição em termos técnicos pode ser descrita como um hábito parafuncional oral caracterizado pelo ranger ou apertar os dentes, ou seja, é uma atividade involuntária que pode ser consciente (como morder o lápis, a tampa da caneta, os lábios, as bochechas) ou insconsciente (ranger de dentes, frenquentemente, durante o sono). Podem ocorrer no período diurno (bruxismo cêntrico) ou noturno (bruxismo excêntrico).

Pode ainda ser classificado de forma leve, moderada e severa, paralelamente, ao estado crônico, onde há uma adequação biológica e funcional do organismo, ou agudo, quando por alguma razão o processo se inicia originando os sinais clínicos.

O ato de ranger os dentes é muito comum, onde ocorre deslizamento dos dentes nas posições protrusivas e latero-protrusivas com contrações musculares rítmicas com uma força maior do que a natural, provocando atritos e ruídos fortes; desgaste excessivo nas faces oclusais e incisais das superfícies dentárias, principalmente na dentição decídua (o que, durante a idade pré-escolar, apresenta-se de forma mais severa devido às características imaturas das estruturas).

ETIOLOGIA

Sua etiologia não é bem conhecida e conclusiva, podendo afetar ambos os sexos e idades e estar associada a fatores:

  • Locais (como má oclusão, traumatismo oclusal, contato prematuro, reabsorção radicular, presença de cálculo dental, cistos dentígeros, dentes perdidos, excesso de material restaurador e tensão muscular. Alguns autores associam a imaturidade do sistema mastigatório neuromuscular, enquanto outros, ao tempo de aleitamento materno e observam que quanto mais prolongado o aleitamento materno, menor a ocorrência de hábitos orais nocivos, como o bruxismo.

A criança pode desenvolver bruxismo após a erupção dos incisivos centrais decíduos, ocasionando dilacerações gengivais nos casos em que o antagonista ainda não erupcionou.);

  •  Cognitivos comportamentais e emocionais (é considerada, em crianças, uma resposta de escape, uma vez que a cavidade bucal possui um forte potencial afetivo e é um local privilegiado para a expressão de impulsos reprimidos, emoções e conflitos. Dessa forma, o ranger de dentes aparece na impossibilidade de satisfazer os anseios e desejos.

Em adultos, estudos realizados apontaram o estresse como o principal causador do problema, assim como raiva reprimida, ansiedade, medo e diversos tipos de frustração, depressão, distúrbios do sono, uso de psicofármacos, estado de dor crônica e consumo de bebidas xânticas - café, chá, chocolate, refrigerante -, anfetaminas, álcool e tabaco.);

  • Sistêmicos (como a alteração do trato digestivo, deficiências nutricionais e vitamínicas, alergias, cólica, excesso de salivação noturna. parasitoses intestinais, distúrbios otorrinolaringológicos, desequilíbrio endócrino, Síndrome de Down, deficiência mental, Síndrome da Apnéia Obstrutiva e problemas respiratórios durante o sono - obstrução das vias aéreas devido à hiperplasia tonsilar.);
  • Hereditários (um estudo sobre predisposição genética confirmou que pais que possuíam o hábito na infância frequentemente apresentam filhos que apertam ou rangem os dentes, embora o modo de transmissão ainda seja desconhecido.);
  • Ocupacionais (estão relacionados com atividades físicas – como pegar muito peso - e profissionais – como conversar muito.);
  • Psicológicos (as fortes tensões emocionais, problemas familiares, crises existenciais, crianças em fase de autoafirmação, o hábito de conversar dormindo, presença de sonhos que desencadeie emoções fortes, provas escolares ou mesmo a prática de esportes competitivos podem atuar no desenvolvimento do bruxismo.).

FISIOPATOLOGIA

As funções orgânicas são controladas, principalmente, pelo sistema nervoso central (SNC), através de atividades voluntárias e involuntárias. As atividades involuntárias são controladas pelo Sistema Nervoso Autônomo (SNA), subdividido em simpático e parassimpático. O sistema simpático sobressai-se em situações de estresse e o parassimpático, por sua vez, em situações de repouso. No período de sono ocorre um predomínio da atividade parassimpática. Porém, no início do sono, há uma redução da atividade parassimpática e um aumento da atividade simpática, denominada de microdespertar. Este corresponde a despertares curtos com duração de 3 a 15 segundos, que aumentam a atividade alfa e delta cerebral que, possivelmente, sejam controlados por vários neurotransmissores do SNC, principalmente pelo sistema dopaminérgico. A dopamina pode causar o aumento dos batimentos cardíacos, náuseas, aumento do tônus dos músculos supra-hióideos e início da atividade muscular mastigatória rítmica do masseter e, consequentemente, o ranger de dentes. A vasoconstrição, se houver a contração anormal dos músculos, por falta de vascularização causará a dor.                    .

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