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METODOS PARA TRATAMENTO DO ZUMBIDO

Por:   •  24/10/2022  •  Trabalho acadêmico  •  1.909 Palavras (8 Páginas)  •  133 Visualizações

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Editorial

Métodos de tratamento do Zumbido

Tinnitus treatment methods

Franklin George Andrade Batista1

  1. Fonoaudiólogo; Pós-Graduando em Fonoaudiologia Clínica, Ocupacional e Otoneurológica– Brasília/DF

Endereço eletrônico para correspondência: oaudiologista@gmail.com

O zumbido afeta atualmente entre 10 e 15% da população mundial e não existem tratamentos medicamentosos ou métodos clínicos recomendados, é definido com uma percepção auditiva codificada no cérebro com aspectos incômodo ou debilitante1. Pode ser definido, também, como a percepção do som na ausência de um estímulo externo, sem causa aparente, ocasionando impactos negativos na via dos pacientes como a ansiedade2, não obstante, esteja vinculado à deficiência auditiva, pesquisas sugerem que aproximadamente 13 milhões de pessoas nos Estados Unidos sem queixa de perda auditiva aparente, apresentam zumbido3. A causa do zumbido e seu mecanismo patológico não são totalmente compreendidos, os tratamentos medicamentosos não são eficazes e estudos descritos na literatura apresentam resultados mistos4. Não há meios comprovadamente científicos para a cura do zumbido em sua origem5. Atualmente, os objetivos tentam minimizar os efeitos do zumbido na qualidade de vida dos indivíduos com zumbido com alguma eficácia para terapia cognitiva comportamental6.

Petridou et al. sugerem que a suplementação antioxidante com vitaminas, minerais, fitoquímicos e ácido lipóico pode ter um efeito benéfico no zumbido, reduzindo o desconforto subjetivo e a intensidade do zumbido. No entanto, o efeito desta suplementação antioxidante nos biomarcadores de estresse oxidativo em pacientes com zumbido requer mais estudos7.

Colon et al. investigaram uma abordagem de neuromodulação bimodal com dispositivo não invasivo em um estudo duplo-cego, randomizado e exploratório envolvendo 326 adultos com zumbido subjetivo crônico, a neuromodulação fornece ao ouvido um som e estimulação elétrica pela língua, onde foram realizados a terapia por um período de 12 semanas e acompanhados por 12 meses após o tratamento para configuração de estimulação bimodal específica. O tratamento alcançou altos níveis de adesão e satisfação, sem eventos adversos graves relacionados. Esses resultados positivos e de longo prazo do tratamento motivam ensaios clínicos para estabelecer a neuromodulação bimodal como uma terapia de dispositivo clinicamente recomendada para o zumbido8. A frequente combinação de zumbido e distúrbios dos músculos articulatórios e mastigatórios leva à hipótese de que existe uma possível relação entre essas duas condições9.  van de Wal et al.10 apresentaram um modelo multivariado compreendendo tratamento orofacial multidisciplinar com obtenção de diminuição duração do zumbido e com fatores de menor dor à apalpação, que conclui com uma diminuição dos sintomas do zumbido pós tratamento em 68,5%.

Piromchai et al.11 compararam a eficácia de musicoterapia entalhada, musicoterapia convencional e aconselhamento em grupos de pacientes com zumbido, para o estudo foi utilizado a escala do Tinnitus Handicap Inventory, os escorem apresentaram diminuição gradativa em todos os grupos, não foram evidenciadas diferença estatisticamente entre os grupos, o estudo reforça que as necessidades específicas dos pacientes podem ser únicas e que podem variar.

Scherer e Formby12 aplicaram a Terapia de Retreinamento de Zumbido (TRT -  Tinnitus retraining therapy) que consiste num protocolo reconhecido internacionalmente, mas com sua eficácia incerta, o método utiliza-se de aconselhamento específico sobre o zumbido (TC -  Tinnitus Couseling) e terapia sonora (ST – Sound Therapy) com intuito de minimizar os efeitos provocados pelo zumbido do paciente. Foram utilizados questionários que visam quantificar o grau do zumbido, de forma subjetiva, podendo ser utilizado para ensaios e estudo clínico: Tinnitus Questionnaire (TQ), Tinnitus Functional Index  (TFI), Tinnitus Handicap Inventory (THI) e a Visual Analog Scale (VAS), estes mecanismos auxiliam a monitorar a percepção pré e pós-tratamento do zumbido, além de possuírem subescalas e domínios, portanto são importantes mecanismos para demonstrar a melhoria do paciente. Os autores trataram 151 participantes no período de 2011 a 2017,  composto por 44 mulheres e 107 homens, com média de idade de 50,6 [11,3] anos), divididos em 3 grupos, foram tratados por um período de 18 meses com TRT, TRT parcial e um grupo controle placebo. Não houve diferença entre TRT parcial ou TRT em comparação com escores totais de TRT, TFI ou THI, os resultados indicam que houve poucas diferenças entre os grupos de tratamento e que aproximadamente metade dos participantes apresentou reduções clinicamente significativas no efeito do zumbido.

 Estudo de Searchfield et al13 procuraram evidências dos efeitos da fluoxetina para a melhora do zumbido, o medicamento melhorar o aprendizado perceptivo visual em adultos saudáveis ou adultos com ambliopia, indicam melhorias na plasticidade cortical, aumentar a plasticidade do córtex motor, inclusive em indivíduos com acidente vascular cerebral. A partir dessas informações os autores exploraram a utilização da fluoxetina no aumento da plasticidade do córtex auditivo e potencializar o efeito do treinamento multimodal em pacientes com zumbido, o achado clínico encontrado estão relacionados aos aspectos atencionais principalmentme. Estudo na área farmacológica para tratamento do zumbido desenvolvido por Langguth et al. em 201914, abordou uma grande variedade de estudos e identificou que melhoria de metodologias na área de neuroimagem e eletrofisiologia em animais e humanos proporcionaram uma ampla visão da fisiopatologia do zumbido, decorrente de uma maior atividade neuronal da via auditiva central, estudos afirmam que uso de bloqueadores de lidocaína sugere que o zumbido seja tratado com fármacos, pois produz redução temporária dose-dependente em 70% de seus pacientes, mesmo devido à baixa biodisponibilidade por administração oral, indicado sua administração por via intravenosa, além disso, seus efeitos são de curta duração e os efeitos colaterais ainda são significantes15,16,17,18.

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