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Queixas auditivas e extra-auditivas em estudantes universitários em decorrência do uso de fones de ouvido para aulas telepresenciais em tempos de pandemia

Por:   •  29/10/2021  •  Artigo  •  4.064 Palavras (17 Páginas)  •  201 Visualizações

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Queixas auditivas e extra-auditivas em estudantes universitários em decorrência do uso de fones de ouvido para aulas telepresenciais em tempos de pandemia

Aigline Pereira Pinto[1]

Germana Rafaela Rodrigues Souza[2]

RESUMO

Objetivos: Identificar queixas auditivas e extra-auditivas pelo uso mais frequente de fones de ouvido por estudantes universitários, em decorrência da necessidade da condução das aulas no modo tele presencial durante a pandemia do novo coronavírus. Método: A proposta foi coletar dados por meio de um questionário respondido pelos participantes. Posteriormente relacionar os achados com o uso de fones de ouvido no período em que as aulas aconteceram de forma remota durante a pandemia. Resultados: Participaram do estudo 102 estudantes universitários, de ambos os sexos. Dentre os estudantes participantes 93 são de graduação e 9 de pós graduação. Os participantes utilizam fones de ouvido mais de três vezes na semana, os que utilizam fones para assistir às aulas telepresenciais, o fazem por mais de três horas. Entre os sintomas o mais citado nas queixas auditivas foi a sensação de plenitude auricular e entre as queixas extra-auditivas foi a dor de cabeça. Conclusão: Os achados desse estudo demonstram que os participantes possuem hábitos que podem causar danos à saúde auditiva e geral devido ao uso de fones de ouvido. Diante disso, faz-se necessária a realização de estudos que tenham por objetivo traçar o perfil audiológico deste grupo populacional e avaliar os prejuízos de longo prazo pelo uso constante de fones de ouvido.

Audição; Perda Auditiva; Ruído; Efeitos do ruído.

ABSTRACT

Purpose: To identify auditory and extra-auditory complaints due to the more frequent use of headphones by university students, due to the need to conduct classes in face-to-face tele mode during the pandemic of the new coronavirus. Methods: The proposal was to collect data through a questionnaire answered by the participants. Later relate the findings with the use of headphones in the period when classes took place remotely during the pandemic. Results: The study included 102 university students of both sexes. Among the participating students, 93 are undergraduate and 9 graduate students. Participants wear headphones more than three times a week, those who use headphones to watch face-to-face classes do so for more than three hours. Among the most cited symptoms in hearing complaints was the sensation of ear fullness and among the extra-auditory complaints was headache. Conclusion: The findings of this study demonstrate that participants have habits that can cause damage to hearing and general health due to the use of headphones. Therefore, it is necessary to carry out studies that aim to trace the audiological profile of this population group and evaluate the long-term damage by the constant use of headphones.

Hearing; Hearing Loss; Noise; Noise effects.

INTRODUÇÃO

Em março de 2020 a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou situação de pandemia devido ao novo Coronavírus, causador da COVID-19, e estabeleceu recomendações para a contenção do vírus.

O Coronavírus causa infecções respiratórias, foi isolado pela primeira vez em 1937 e descrito como tal em 1965, em decorrência do seu perfil na microscopia parecendo uma coroa. No final de 2019 um novo coronavírus foi descrito após casos registrados na China. O espectro clínico da infecção por coronavírus é muito amplo, podendo variar de um simples resfriado até uma pneumonia grave. 1

Por este motivo, além das orientações a toda população sobre a adequada higienização das mãos e objetos foi determinadas estratégias de distanciamento social.

Diante da situação, ambientes que contavam com aglomerações, como escolas e universidades, tiveram suas aulas presenciais suspensas, restando às instituições de ensino adotar formas de manter o processo de ensino/aprendizagem, ao passo que buscavam assegurar a proteção dos estudantes, docentes e colaboradores. Para atingir estes fins, algumas instituições optaram por oferecer educação por meio de ambientes virtuais, que possibilitassem aulas tele presenciais ou até mesmo o ensino à distância.2

Devido a essa modalidade de ensino adotada a hipótese deste estudo é de que os estudantes universitários estejam fazendo uso mais frequente de fones de ouvido para terem acesso ao conteúdo das aulas.

É sabido que, na atualidade, os jovens estão cada vez mais expostos a ruídos. E essa exposição, mesmo que esporádica, pode trazer danos significativos à audição e ao bem-estar físico e mental do indivíduo.3

Os problemas auditivos deixaram de ser preocupação apenas para os idosos e passaram a fazer parte da vida de muitos jovens que passam longos períodos com equipamentos de amplificação portáteis em seus ouvidos.4 Diversos sintomas, tais como: intolerância a sons intensos, tontura, otalgia, e principalmente, zumbido e perda auditiva podem acometer indivíduos expostos a elevados níveis de intensidade sonora. 5

Locais como bares, danceterias, shows, etc., muito frequentado por jovens, apresentam, geralmente, a intensidade do som superior a 100 dBNA, mas os equipamentos portáteis individuais com fones de ouvido também podem ultrapassar esta intensidade.6

Além disso, para ANDRADE e RUSSO o uso de fones de ouvido causa a perda auditiva com características similares à perda auditiva causada pela exposição ao ruído no ambiente ocupacional. Esse tipo de perda auditiva é descrita como uma perda auditiva lenta, progressiva, irreversível, do tipo neurossensorial, bilateral que acomete inicialmente as frequências altas e depois as demais frequências.7

De acordo com dados da OMS, o ruído pode interferir na vida do indivíduo de diferentes formas, afetando seu desempenho profissional e sua qualidade de vida, além de provocar reações fisiológicas e psicológicas. Destacam que dentre as consequências da exposição ao ruído constante e em alta intensidade, encontram-se reações generalizadas ao estresse, hipertensão arterial, aumento da tensão muscular, dificuldades do sono, transtornos neurológicos, problemas digestivos, transtornos comportamentais, cansaço, falta de atenção e concentração. 8-9

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