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A INFLUÊNCIA DO HPV EM NEOPLASIAS CERVICAIS

Por:   •  30/5/2021  •  Trabalho acadêmico  •  4.149 Palavras (17 Páginas)  •  154 Visualizações

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INTRODUÇÃO

O Papilomavírus Humano (HPV) é um vírus que infecta homens e mulheres, e faz parte da família Papillomaviridae (PV) e com mais de 200 genótipos para humanos, com afinidades por membranas mucosas ou epitélio escamoso. Dentre esses genótipos, alguns causam lesões benigna na pele que são caracterizadas pelas verrugas, outros são genótipos de baixo risco oncológico (LR HPV), no qual aparecem verrugas genitais e observa-se a recorrência dessas alterações com lenta progressão. Quanto aos genótipos de alto risco oncológico (HR HPV), estão envolvidos na patogênese dos cânceres de região anogenital e lesões intraepiteliais escamosas (SIL). Dessa forma, a infecção pelo HPV persistente, contribui muito para o processo oncogênico (CELEWICZ et al., 2020).

Os genes do HPV, alfapapilomavírus: que apresentam tropismo para epitélio genital, mas alguns causam verrugas vulgares, betapapilomavírus: presentes em portadores da doença epidermodisplasia verruciforme (EV) e também na pele de pessoas sadias sem causar lesões, gamapapilomavírus: causam lesões cutâneas, mupapilomavírus: causa verrugas vulgares e palmares, características do HPV1 e nupapilomavírus: associados a infecções benignas do trato genital, como o condiloma acuminado ou plano. Estes genes estão agrupados e possuem similaridade biológicas e patológicas, mas ao mesmo tempo, podem apresentar diferentes características e pertencer ao mesmo gênero. O tropismo por células epiteliais e infecções na pele e nas mucosas (genital, oral, laringe, esôfago), são características desses vírus e a sua replicação ocorre no núcleo das células escamosas epiteliais (LETO, Maria das Graças Pereira et al.,2011).

Com seu DNA de fita dupla e circular, o HPV possui um genoma que codifica proteínas reguladoras precoces e proteínas estruturais tardias. Dentre os vários genótipos de alto risco, o HPV16/18 existem maior chances de persistências e os tornam mais agressivos, pois o seu genoma perde sua forma circular e se integra ao DNA do hospedeiro. Desse modo, HPV16/18 são o que mais possuem prevalência ao carcinoma de células escamosas cervicais, o que possibilita o aconselhamento da colposcopia, pois o resultado positivo para HPV permite detectar anormalidades de forma mais precisa, uma vez que a especificidade da citologia durante a triagem permite seu diagnóstico (BHATLA; SINGHAL., 2020).

A infecção pelo HPV (Papilomavírus Humano) é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), através do contato íntimo e com os fluídos, e o vírus pode ficar no organismo na forma latente sem manifestar sintomas por muitos anos. Começou a chamar atenção na década de 1980, devido sua relação com o câncer de útero e seu envolvimento com as lesões cervicais. Os estudos apontam que o HPV possui envolvimento no desenvolvimento de lesões cervicais. A falta de maturação das células metaplásicas em mulheres jovens, os tornam mais propensas a infecções, o que permite as alterações devido as agressões causadas pelo vírus durante as infecções persistentes, podendo evoluir para lesões precursoras do câncer, as neoplasias cervicais e câncer propriamente dito (NEGRÃO et al., 2018).

Desta forma, o teste do HPV visa contribuir com a redução da incidência e a mortalidade por câncer cervical, por meio das vacinas profiláticas para que possa minimizar o contagio e também, por meio de um programa eficaz de triagem, no qual possibilita o tratamento precoce nas infecções e doenças cervicais, a fim de reduzir a progressão e impedir sua evolução. Afinal, a vacina permite que o vírus não se replique no organismo e suas partículas são semelhantes ao do vírus, no qual produz anticorpos neutralizantes. As vacinas são eficazes na prevenção, porem quando se trata de eliminação das infeções, elas não exercem essa função (ATHANASIOU, A et al.,2020).

1. A INFLUÊNCIA DO HPV EM NEOPLASIAS CERVICAIS

Os primeiros vírus Papilomas Vírus (PV) a serem identificados, foram em meados de 1993 por Shope e Hurst, através das lesões verrugosas dos coelhos e partir daí confirmaram a etiologia infecciosa. Dentre os vários vírus dessa espécie que infeta o ser humano, aproximadamente cinquenta genótipos atingem a mucosa do aparelho genital uterino. Os genomas do HPV estão presentes e integrados aos cromossomos, em algumas lesões de baixo grau e na maioria das lesões de alto grau e no câncer cervical, o que justifica sua etiologia na neoplasia do colo de útero. Essa interação do vírus com a célula afetada do hospedeiro, faz com que ocorra a interação com genes supressores tumorais p53 e proteínas RB (proteína reguladora universal do ciclo de divisão celular), pois a expressão das oncoproteinas E6 e E7 do HPV que atuam como fatores reguladores do ciclo celular, é desregulada e faz com que o gene onco-supressor seja prejudicado, e possivelmente a morte celular. Ou seja, a reparação do DNA é prejudicada e essas mutações afetam sua função, acarretando diversas alterações histológicas, permitindo a indução da carcinogênese cervical (NAKAGAWA; SCHIRMER; BARBIERI.,2010).

A carcinogênese induzida pelo HPV surgiu a partir do modelo molécular com a interação de genes do HPV com a forte rede de genes celulares que estão no controle da proliferação celular. Pois os vírus do HPV infectam a população de células “reserva, basal ou tronco” da zona de transformação cervical, que se diferenciam ao longo de linhas escamosas, glandulares ou neuroendócrinas responsáveis pela manutenção epitelial. Em células basais infectadas, a expressão genica do vírus é inibida no processo de manutenção, e sua regulação faz com que as cédulas escamosas, no processo de maturação tenham sua capacidade proliferativa pedida. Daí o vírus expressa seu genoma e faz síntese do DNA viral, conforme a células se diferenciam a partir da zona suprabasal, ocorre a montagem e produção de viriões nessas células, devido a indução desses genes virais. E conforme essas células vão se proliferando e superando o epitélio, as lesões que são menos ordenadas presentes na maturação escamosa e com crescimento celular semelhante a basal, apresentam intensa atividade mitótica e manifesta patologia dessas neoplasias (STOLER, Mark H. MD., 2003)

Já se sabe que a infecções por HPV estão relacionadas com o câncer de colo de útero e responsável pela grande maioria das alterações do colo de utero, sendo que 70% são causados pelo HPV tipos 16 ou 18 e na maioria dos pacientes portadores de câncer cervical pode ser detectado o HPV de alto risco (HR-HPV), relacionados às infecções persistentes. O aumento da incidência de câncer cervical se dá através da existência da infecção prolongada e de

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