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ASPECTOS NEUROANATÔMICOS E FUNCIONAIS DO PROCESSAMENTO DA DOR: UMA REVISÃO

Por:   •  14/9/2020  •  Artigo  •  1.553 Palavras (7 Páginas)  •  237 Visualizações

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Aspectos neuroanatômicos e funcionais do processamento da dor: uma revisão

Resumo

Dor é uma experiência sensorial ou emocional desagradável que ocorre em diferentes graus de intensidade, que resulta da estimulação do nervo em decorrência de lesão, doença ou distúrbio emocional. Experiência que envolve o estímulo de algo nocivo e as respostas fisiológicas e emocionais a um evento. Em casos de dores fisiológicas, a percepção ocorre graças à nocicepção: terminações nervosas independentes dos neurônios localizadas fora da coluna espinhal, no gânglio de raiz dorsal, são estimuladas mecânica, elétrica, térmica e quimicamente, transmitindo seus sinais por fibras nervosas até os neurônios sensoriais da medula. Objetivo geral: descrever os aspectos neuroanatômicos e funcionais relacionados à transmissão e processamento da dor. Os objetivos específicos são: diferenciar aspectos neuroanatômicos e funcionais da dor somática e visceral e elucidar os principais locais de ação de analgésicos no controle da dor. Metodologia: Revisão de literatura, considerando publicações sem restrição de data das publicações, nas bases de dados PubMed/ MEDLINE, Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e outras fontes da rede mundial de computadores pelos descritores dor, nociceptores, neuroanatomia, dor somática e dor visceral. Discussão: sabe-se pouco sobre os substratos neurais da sensibilidade dolorosa, devido à complexidade das vias cerebrais que estão relacionadas com a dor e também, devido à dificuldade de definir seus aspectos. Conclusão: A dor inclui três mecanismos básicos: transdução, transmissão e modulação, os quais englobam o componente sensorial-discriminativo da sensação dolorosa através de duas vias de fibras mielínicas finas (A-delta) ou amielínicas (C). E que é importante o desenvolvimento de pesquisas nessa temática.

Palavras-chaves: dor, nociceptores, neuroanatomia, dor somática e dor visceral.

Introdução

A dor corresponde a uma experiência sensorial múltipla que envolve aspectos emocionais, sociais, culturais, ambientais e cognitivos(1). O sinal dor é definido pela Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP) como “uma experiência sensorial e emocional desagradável que resulta de um dano real ou em potencial ao tecido” (2).

A dor, de modo geral, leva o indivíduo a manifestar sintomas como alterações de sono, apetite, manifestações de irritabilidade, diminuição da capacidade de concentração e restrições na execução de atividades profissionais e sociais(3).

Os nociceptores, que constituem os receptores dos axônios de células nervosas, desencadeiam a condução elétrica, levando a informação dolorosa de sua origem periférica à medula espinhal por via aferente específica. Da medula vai a centro supra segmentares por vias específicas e no cérebro, a informação é identificada e se transforma em sensação de dor. Entre os receptores periféricos e o cérebro, existem duas vias mediadoras dos estímulos dolorosos: a paleoespinotalâmica e a neo-espinotalâmica(4,5).

Qualquer estímulo que resulta em lesão ou ferimento conduz a uma sensação de dor, entre eles o calor, o frio, a pressão, a corrente elétrica, os irritantes químicos e até mesmo os movimentos bruscos. Diferente de outros sistemas sensoriais, o sistema sensorial para a dor é extremamente amplo; uma sensação dolorosa pode ser iniciada em qualquer parte do corpo ou no próprio sistema nervoso central (SNC).

Vários locais são emparelhados aos vários tipos de sensações de dor, sendo que sua percepção é claramente uma rica e multidimensional experiência, a qual varia tanto em qualidade quanto em intensidade sensorial, assim como em suas características afetivo-motivacionais.

Sabe-se pouco sobre os substratos neurais da sensibilidade dolorosa, devido à complexidade das vias cerebrais que estão relacionadas com a dor e também, devido à dificuldade de definir seus aspectos. Contudo, a dor representa uma experiência de caráter subjetivo, preenchida de significados os quais contribuem para dificuldades de duas ordens: avaliação por parte da equipe de saúde e relato por parte do cliente. Nesse sentido, dificulta não apenas a sua quantificação, mas também a sua avaliação qualitativa. Assim justifica-se a realização deste trabalho que terá como objetivo principal descrever os aspectos neuroanatômicos e funcionais relacionados a transmissão e processamento da dor.

Descrever os aspectos neuroanatômicos e funcionais relacionados a transmissão e processamento da dor. Além de, diferenciar aspectos neuroanatômicos e funcionais da dor somática e visceral; e elucidar os principais locais de ação de analgésicos no controle da dor.

Revisão de literatura

        Os receptores nociceptivos fixam-se nas extremidades dos neurônios sensoriais pseudounipolares com corpos celulares na raiz dorsal, no nervo trigêmeo ou nos gânglios nodosos(6). Os receptores de dor são dotados de terminações nervosas livres não encapsuladas.

As fibras nervosas são agrupadas em duas categorias fundamentais: fibras do tipo A, que são neurônios mielinizados de médio a grande diâmetro, e neurônios não mielinizados tipo C de pequeno diâmetro(7). Além disso, essas fibras dividem-se em dois grupos de fibras rápidas e lentas para transmissão da dor; sendo: as fibras A-delta responsáveis por detectar e transmitir dor rapidamente. Estas fibras são relativamente pequenas (1-6 m), neurônios finamente mielinizados que podem conduzir a velocidades de 6 a 30 m/seg(8). Enquanto as fibras A-beta são grandes (6-12 m) fibras mielinizadas de alta velocidade (30-70 m/s) (7). Por fim, as fibras C que são pequenas (<1,5 m) e não mielinizadas, conduzindo a dor a 0,5 a 2 m/seg(7). Grande parte das fibras A-delta estão correlacionadas a termo ou mecanorreceptores. Já as fibras C podem estar relacionadas a receptores polimodais, que sugerem uma contribuição na monitorização da condição tecidual global(8).

Qualquer estímulo que resulta em lesão ou ferimento conduz a uma sensação de dor, entre eles o calor, o frio, a pressão, a corrente elétrica, os irritantes químicos e até mesmo os movimentos bruscos. Diferente de outros sistemas sensoriais, o sistema sensorial para a dor é extremamente amplo; uma sensação dolorosa pode ser iniciada em qualquer parte do corpo ou no próprio sistema nervoso central (SNC).

Vários locais são emparelhados aos vários tipos de sensações de dor, sendo que sua percepção é claramente uma rica e multidimensional experiência, a qual varia tanto em qualidade quanto em intensidade sensorial, assim como em suas características afetivo-motivacionais.

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