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Análise Psiquiatria - O Transtorno Bipolar

Por:   •  17/5/2020  •  Trabalho acadêmico  •  907 Palavras (4 Páginas)  •  210 Visualizações

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FILME: Mr. Jones

O filme conta a história de Mr. Jones, um homem de aproximadamente 40 anos, que sofre de transtorno bipolar. O Transtorno Bipolar (TB) é caracterizado por graves alterações de humor, que envolvem períodos de humor elevado e de depressão intercalados por períodos de remissão. Inicia-se com a cena do personagem extremamente feliz, eufórico e com autoestima alta, buscando emprego na área da construção civil. Com uma capacidade incrível de persuasão, convence o responsável pela obra e começa a trabalhar na construção do prédio, contudo em seu delírio sente-se como se fosse capaz de voar no topo do telhado. Ele é detido por um colega e encaminhado para um hospital psiquiátrico onde recebe uma dose de haloperidol, um antipsicótico de alta potência.                                                                         A princípio, Jones é diagnosticado com esquizofrenia, porém, ao acompanhar a evolução do quadro, a sua médica psiquiatra, altera o diagnóstico para “psicose maníaco-depressiva”, como era denominado naquela época e que hoje é conhecido como transtorno bipolar. O fato de ter sido diagnosticado inicialmente com esquizofrenia se deu principalmente pelo episódio de delírio ou alucinação ao perder a noção do perigo e colocar sua própria vida em risco, porém, o paciente não manteve os seus sintomas com o passar do tempo, ao contrário, demonstrou ter facilidade em se relacionar e de socializar durante o período que durou cerca de uma semana, seguido por um período depressivo, possibilitando fechar o diagnóstico de TB com maior clareza.                                                                                 Em sua fase maníaca além de se colocar em risco, ele demonstrou compulsão, descontrole com as finanças, aumento do desejo sexual e comportamento mais loquaz que o habitual. Outro episódio que chamou atenção nesse período foi durante a ida em um concerto musical, em que Jones acaba sendo estimulado pela música, já que tinha paixão pelos instrumentos e sobe no palco atrapalhando a apresentação da orquestra e acaba sendo detido e encaminhado novamente ao hospital psiquiátrico. Nesse período, todas as suas ações são extremamente impensadas e impulsivas. Na sequência, a médica afirma diante de um tribunal que Jones precisa de internação para tratamento e explica da alta probabilidade de pessoas com este transtorno de cometerem suicídio. Contudo, ele nega estar doente e diz que não possui nenhum transtorno psiquiátrico além de se justificar como sendo um homem “brincalhão” e por isso acabar agindo como um menino inconsequente.                                                 Durante a fase depressiva de Jones, observa-se que ele perde o cuidado com a higiene pessoal, apresentando-se sujo e mal vestido, com a barba e o cabelo desleixados. Anda na rua de forma desatenta, sendo quase atropelado devido à lentidão em que se apresentava. Seu pensamento se transforma drasticamente e se torna mais lento, atingindo inclusive sua capacidade cognitiva e de fazer contas matemáticas. Nesse período, Jones também demonstra labilidade emocional, choro, angústia, abulia e acaba relatando em uma das consultas que essas alterações psíquicas se iniciaram durante a adolescência como geralmente ocorre no TB.         Apesar de não ter sido o caso no filme, alguns pacientes em estados depressivos profundos precisam ser avaliados com cautela para não serem diagnosticados erroneamente como depressivos unipolares. Pacientes com TB geralmente tem início precoce dos sintomas (anterior aos 25 anos), possuem história familiar de TB, ou tem início no pós-parto (no caso das mulheres), apresentam sintomas psicóticos durante o episódio depressivo, possuem personalidade hipertímica com episódios depressivos recorrentes e breves, e possuem depressão de subtipo atípico, com tolerância e/ou resistência a antidepressivos.                                 A rejeição que sofreu por um amor antigo (Ellen), pode potencializar a tristeza que sente nos períodos depressivos, trazendo fuga da realidade, além da ausência marcante de familiares em seu convívio habitual. A ideação suicida também pode ser observada tanto por uma confissão por ele ao ser questionado pela sua médica como também por outro episódio em que subiu no telhado do mesmo prédio da obra em que trabalhou, colocando novamente sua vida em risco. O filme levantou questões interessantes sobre o desequilíbrio das pessoas que convivem com o TB e como devemos agir para minimizar a dor, evitando, sobretudo consequências graves da doença. 

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