Análise da Relação Entre a Infecção por Chlamydia trachomatis e Quadros de Infertilidade no Brasil

Análise da relação entre a infecção por Chlamydia trachomatis e quadros de infertilidade no Brasil

Analysis of the relationship between Chlamydia trachomatis infection and infertility in Brazil

Clara Ana Minelli de Moraes^[1]

Izabela Cristina Muniz Souza^[2]

Nayara Soares Sena Aquino³

RESUMO: Infecções sexualmente transmissíveis (IST) são cada vez mais comuns, principalmente nos países em desenvolvimento A infecção por Chlamydia Trachomatis (CT) é bastante comum e acarreta graves consequências para a saúde reprodutiva do indivíduo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que ocorrem em torno de 92 milhões de novos casos de infecção por CT por ano no mundo, contaminando principalmente adolescentes e jovens, que em sua maioria residem em países em desenvolvimento. Há estimativas que apontam a presença de 1.967.200 casos novos a cada ano. Nesses casos, a ocorrência em mulheres e homens sexualmente ativos é de 3,5% (1.508.500 casos novos por ano) e 2,32% (478.700 casos novos por ano), nessa ordem. No Brasil, a infecção não é de notificação compulsória, portanto não há cálculo oficial da prevalência da doença. O objetivo desta pesquisa foi investigar a associação da infecção por CT e quadros de infertilidade em ambulatórios, clínicas ginecológicas e centros de Reprodução Assistida no Brasil. O trabalho a seguir consistiu em uma revisão integrativa que é um método de pesquisa que proporciona a síntese de conhecimento e incorporação da aplicabilidade de significativos na prática. O resultado baseou-se em uma compilação de 10 artigos, onde foram feitas comparações entre os estudos realizados. A conclusão obtida nesse estudo foi que, cerca de 40% das mulheres infectadas, evoluíram para complicações que geraram infertilidade onde dificulta ás pacientes de atingirem gravidez, relacionada com o diagnostico tardio. Contudo, é considerável enfatizar a importância do diagnóstico da Clamídia em consultas de rotina das pacientes e campanhas educativas para esclarecimento sobre contágio e prevenção dessa IST.

Palavras-chave: Chlamydia trachomatis, Infertilidade, Reprodução humana.

ABSTRACT: Sexually transmitted infections (STIs) are increasingly common, especially in developing countries Infection with Chlamydia Trachomatis (CT) is quite common and causes serious serious damage to an individual's reproductive health. The World Health Organization (WHO) estimates that there are around 92 million new cases of CT infection per year in the world, mainly contaminating adolescents and young people, who mostly live in developing countries. There is an indication of the presence of 1,967,200 new cases each year. In these cases, the occurrence in sexually active women and men is 3.5% (1,508,500 new cases per year) and 2.32% (478,700 new cases per year), in that order. In Brazil, an infection is not compulsory notification, therefore, there is no official calculation of the prevalence of the disease. The aim of this research was to investigate an association of CT infection and infertility in outpatient clinics, gynecological clinics and assisted reproduction centers in Brazil. The following work consists of an integrative review, which is a research method that provides a history of knowledge and incorporation of the applicator of applied practices. The result was based on a compilation of 10 articles, where comparisons were made between the studies carried out. The conclusion of this study was that about 40% of infected women progressed to complications that generate infertility, where they are difficult to reach patients with pregnancy, with advanced or late diagnosis. However, it is important to emphasize the importance of diagnosing Chlamydia in routine patient consultations and educational campaigns to clarify contagion and prevention from the STI.

Keywords: Chlamydia trachomatis, Infertility, Human reproduction.

INTRODUÇÃO

A clamídia é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) que pode afetar tantos homens como mulheres. É uma doença na maioria das vezes assintomática, principalmente no sexo feminino (cerca de 70 a 80% dos casos), sendo assim, muitas vezes, não é diagnosticada e tratada corretamente. A clamídia pode causar: salpingite, cervicite, uretrite, infertilidade, gravidez ectópica e doença inflamatória pélvica (DIP) (OMS,2019). Em grávidas, a infecção pode gerar problemas como parto prematuro, DIP pós-parto e morte neonatal (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019). Como nem todos os pacientes apresentam indícios da doença, a bactéria pode ficar no hospedeiro por anos, servindo como fonte de reservatório e transmissão (SEADI, 2001). Pessoas infectadas são facilmente curadas com o uso de antibióticos. Entretanto, o tratamento não irá reparar danos permanentes causados por complicações (FORTUNATO, 1987).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que ocorrem em torno de 92 milhões de novos casos de clamídia por ano no mundo, contaminando principalmente adolescentes e jovens, que em sua maioria residem em países em desenvolvimento. (PIAZZETTA, 2011).

No Brasil não existem muitas informações sobre a situação epidemiológica da infecção pela Chlamydia trachomatis (CT). Há estimativas que apontam a presença de 1.967.200 casos novos a cada ano. Nesses casos, a ocorrência em mulheres e homens sexualmente ativos é de 3,5% (1.508.500 casos novos por ano) e 2,32% (478.700 casos novos por ano), nessa ordem. (PASSOS, 2008).

A CT é uma bactéria classificada como coco gram negativa por ter uma camada de peptídeoglicano fino em sua estrutura, e vive obrigatoriamente dentro da célula do hospedeiro por ser incapaz de sintetizar ATP (FORTUNADO, 1987). A Bactéria é imóvel, a replicação possui um ciclo multimórfico, em que ocorrem duas formas: os corpos elementares e os corpos reticulares. Os corpos elementares são a forma infecciosa da bactéria, pois eles entram na célula após penetrar através de receptores na superfície epitelial suscetível a CT (SEADI, 2001). Cerca de 8 horas após a entrada na célula, começa a replicação por divisão binária, completando o ciclo dentro do endossoma. Os corpos reticulares são a forma não infecciosa da doença e mais ricos em RNA (SEADI, 2001). Após 24 a 72 horas o corpo reticular volta a forma de corpo elementar, formando vacúolos contendo de 100 a 1.000 corpos elementares, fazendo com que a célula se rompa, lançando estas estruturas para o meio extracelular, podendo dar início a um novo ciclo. O contágio ocorre por meio do contato sexual (anal, vaginal ou oral), pela forma congênita (infecção passada da mãe para a criança durante o parto), ou a forma ocular da doença que pode ser transmitida quando há contato das mãos infectadas com os olhos (ORIGEN, 2019).

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