TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Complexo Dentino Pulpar

Casos: Complexo Dentino Pulpar. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  1/12/2013  •  3.259 Palavras (14 Páginas)  •  497 Visualizações

Página 1 de 14

DESENVOLVIMENTO

Dentina

É um tecido mineralizado de natureza conjuntiva que constitui a maior parte da estrutura do dente; a porção coronária é recoberta pelo esmalte e a porção radicular pelo cemento. Ela aloja a polpa dentária, é avascular e não apresenta células em seu interior. É mais dura que o tecido ósseo e menos que o esmalte. Em sua composição, 70% são cristais de hidroxiapatita, 18% de matriz orgânica e 12% de água. Sua cor é branco-amarelada e é ela que dá cor ao dente. O processo de desenvolvimento é a dentinogênese, onde as células da periferia da papila dentária se diferenciam em odontoblastos para formar a dentina. A dentinogênese tem duas etapas: formação da dentina coronária e formação da dentina radicular. A primeira camada de dentina depositada é a dentina do manto e depois a dentina circumpulpar.

Diferenciação dos odontoblastos

A cavidade oral primitiva tem duas ou três camadas de células epiteliais apoiadas sobre o ectomesênquima e sofrem constantes modificações devido a interação que há entre esses tecidos. Nas fases iniciais, a atividade mitótica é intensa e o germe dentário tem seu tamanho aumentado, mas quando chega na fase de campânula já tem todos os elementos necessários para a formação do dente, portanto, essa atividade cessa. As células localizadas no epitélio interno do órgão do esmalte, na região das futuras cúspides/borda incisal, param de se proliferar e mudam sua conformação, passando de formato cúbico para cilíndrico com núcleos próximos ao estrato intermediário. Com essa inversão de polaridade essas células se diferenciam em pré-ameloblastos. Os pré-ameloblastos induzem as células ectomesenquimais da periferia da papila dentária a se diferenciarem em pré-odontoblastos, que passam a ter um formato cilíndrico e aumentam o número de organelas responsáveis por síntese e secreção de proteínas. Quando estão completamente diferenciados os odontoblastos se fixam no substrato que fica entre o epitélio interno do órgão do esmalte e a papila dentária. A lâmina basal é a mediadora das interações que ocorrem; é constituída por uma lâmina densa, lâmina difusa e lâmina lúcida. A lâmina densa é composta basicamente pelas células do epitélio interno e contém colágeno do tipo IV, laminina, fibronectina e heparan sulfato, enquanto as lâminas difusa e lúcida são compostas por células ectomesenquimais da periferia da papila dentária. As interações que ocorrem entre esses tecidos são importantes para a diferenciação citológica e funcional dos odontoblastos e ameloblastos. A lâmina basal está bem formada a partir das fases precedentes à diferenciação dos odontoblastos, com essas células mais próximas a ela. Durante a diferenciação dos odontoblastos, o colágeno da lâmina basal e proteínas da matriz extracelular da papila dentária se deslocam da periferia e o caminho fica livre para que a interação entre as células ocorra. Os pré-ameloblastos secretam mensageiros diretos que se ligam aos receptores específicos presentes nas membranas das células indiferenciadas. Esses receptores se ligam a moléculas de adesão a superfície celular e possuem domínios de ligação para proteínas. As modificações que ocorrem são reguladas por fatores de crescimento, que são polipeptídeos que iniciam proliferação, migração e diferenciação das células. A diferenciação dos odontoblastos ocorre após 14 ou 15 divisões mitóticas no intervalo do inicio da odontogênese até a diferenciação propriamente dita; ela é caracterizada pelo término do ciclo celular, inicio da polarização e modificações transcripcionais e pós-transcripcionais. A polarização dos odontoblastos é controlada pelos receptores da membrana e pela matriz extracelular, que modificam a localização e posição dos receptores; a parte proximal se distancia das células do epitélio interno do órgão do esmalte e a medida que se afasta emite alguns processos curtos no polo distal. O prolongamento dos odontoblastos permite que o reticulo endoplasmático rugoso e o complexo de Golgi se desenvolvam. A célula passa a secretar matriz orgânica e isso faz com que ela forme um único prolongamento que mantém ramificações até a linha amelodentinária. Na diferenciação os odontoblastos se aproximam e estabelecem junções comunicantes (gap); quando se observa junções do tipo oclusivo, é sinal que a diferenciação e polarização estão completas.

Formação da matriz orgânica da dentina

A matriz da dentina tem um componente fibrilar e a substância fundamental interfibrilar. Cerca de 85% é composta por colágeno do tipo I, 5% colágeno do tipo V e 10% de proteínas não colágenas. As proteoglicanas ricas em leucina de cadeia pequena e proteínas séricas também estão presentes na matriz. Ela é secretada pelos odontoblastos. Por serem recém-diferenciados, os odontoblastos tem características ultraestruturais que se dispõem da seguinte forma: o polo proximal está ao lado do núcleo e o polo distal está ao lado da matriz em formação. A formação da matriz ocorre da seguinte forma: as cadeias pro alfa-1 e pro alfa-2, precursores iniciais do colágeno, são sintetizadas no reticulo endoplasmático rugoso e depositadas nas cisternas. Os túbulos e as vesículas intermediárias transportam as cadeias para as distensões esféricas do complexo de Golgi, onde elas se entrelaçam formando uma tripla hélice e formam o pro colágeno; por sua vez, o colágeno migra para as distensões cilíndricas do complexo de Golgi, sofrem glicosilação e é transferido para o polo distal do odontoblasto por meio das vesículas transportadoras. O pro colágeno é liberado na matriz extracelular por exocitose através de microtúbulos e microfilamentos, onde enzimas removem os pro peptídeos e transformam o pro colágeno em tropo colágeno, que posteriormente se agrega para formar fibrilas colágenas.

Formação da dentina do manto

A formação da dentina inicia-se com a secreção das fibrilas colágenas na matriz. Essas fibrilas são numerosas, algumas tem espessura de 10 nm e estão dispostas perpendicularmente a lâmina basal; junto com elas aparecem as vesículas da matriz, que são corpos arredondados ou ovais rodeados por uma membrana. Elas brotam dos odontoblastos e ficam entre as fibrilas. Os pré-ameloblastos se diferenciam em ameloblastos após a deposição dos primeiros componentes da matriz orgânica da dentina; a presença de lisossomos na porção distal dos ameloblastos, em conjunto com a atividade proteolítica dos odontoblastos, fazem a desagregação da lâmina basal. Os ameloblastos emitem processos curtos,

...

Baixar como (para membros premium)  txt (22.4 Kb)  
Continuar por mais 13 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com